segunda-feira, 16 de setembro de 2024
RELEMBRANDO HERIVELTO MARTINS
domingo, 15 de setembro de 2024
COMO SE FAZ UM SAMBA - 1936
Arquivo Nirez |
Uma interessante matéria foi publicada na revista Carioca de 18 de janeiro de 1936.
Intitulada Como Se Faz Um Samba, nos dava uma ideia de como eram feitos, se não todos, muitos dos sambas e composições dos anos 30.
Fiz uma matéria em cima do que foi publicado.
Como Se Faz Um Samba
O
cenário, geralmente, era o mesmo: uma mesa de café e alguns sambistas (três ou
quatro). Mais do que isso, “não dava certo”. A localização do café cariava. Às
vezes era na Avenida Rio Branco, mas, podia ser também no Estácio. Aliás,
geralmente, era dalí que tinham saído os melhores sambas, pois, “o sambista que
se preza não abandona o Estácio...”.
A
reunião acontecia sempre depois de meia noite. Antes disso, não haveria tempo
do “malandro” sentir a bossa. Três, quatro horas da madrugada, era o ideal.
Mais cedo, só quando eram sambas feitos na Avenida...
A
inspiração nunca faltava, chegava sempre. O motivo podia ser encontrado nas
coisas mais insignificantes: um homem que entra para vender bilhetes, um
sujeito que bate na porta, um garçom que demora em trazer a média, uma notícia
de sensação nos jornais, às vezes um simples anúncio pregado na parede e
tínhamos a melodia já encaminhada pelo tamborilar dos dedos na mesa do café ou
em uma caixa de fósforos. Às vezes, o chapéu de palha entrava em cena. Findando
a noite, o sambista se retirava para sua casa, levando no ouvido a música e,
não raro, as palavras.
Mas,
nem todos os sambas eram feitos assim. Muitos surgiam após uma briga com a
pequena: aí, eram os sambas sentimentais.
Ao
invés de ser imaginado em um café, o sambista buscava um local quieto, longe de
ruídos e até mesmo dos companheiros.
E
assim se faziam is mais belos sambas, dos quais Pra Esquecer era o padrão.
Com
o ouvido cheio da melodia da véspera e a memória ainda transbordante do ritmo
da música improvisada, o sambista ia no dia seguinte procuram por quem lhe
escreva a música, pois, a maioria era leiga no assunto e desconheciam as notas
musicais. Sabiam murmurar os compassos que eram impedidos de traduzir no papel.
A
reportagem citava Aldo Taranto, “a creatura que vae resolver as difficuldades
em que se encontra o autor da música”. Aldo rascunhou O Teu Cabelo Não Nega,
Linda Morena, Trem Blindado, Garota da Rua, Agora é Cinza, A Tua Vida é um
Segredo...
Diante
dele, o sambista punha-se a cantar a melodia e Aldo, exímio pianista,
rapidamente ia transportando ao piano o que ouvia ser cantarolado. Do piano,
para a pauta musical, era uma pequena distância. Aldo se dedicava a isso desde
1931. Muitas músicas e sucessos já haviam passado por suas mãos, nesse sistema.
Mesmo
os sucessos escritos e adaptados por ele, tinham seu nome omitido na hora de
ser anunciado por um speaker, por exemplo.
Já
tendo passado por Aldo, onde o samba era interpretado ao piano, o sambista ia
procurar o que lhe faltava: a orquestração. Não raro, uma orquestração bem
feita era o maior fator de êxito de uma música, e dela dependia sempre “mais de
50 por cento de seu sucesso...”.
Rua
do Chichorro, 25, sobrado.
Subia-se
uma escada e logo uma voz amável atendia a reportagem:
-
Queiram se sentar.
O
repórter estava diante de Alfredo Vianna, o Pixinguinha. Era ele quem fazia a orquestração (entre
outros maestros).
Pixinguinha
possuía, como ninguém, uma alta dose de senso do efeito que podem causar ao
público os vários tipos de orquestração.
Conhecia
e sabia perfeitamente quais modulações que deveriam ser colocadas e o seu
resultado: Ride, palhaço, Foi Ela, Formosa, O Teu Cabelo Não Nega, entre
outros.
E
ele ainda dizia:
-
Esse ano (janeiro de 1936) tive poucas músicas. Umas oitenta mais ou menos. Não
é nada, em relação ao ano findo (1935), em que tive quatrocentas...
Lhe
perguntaram se o carnaval estava fraco.
-
Não, responde o maestro, apenas houve um pequeno atraso. No ano passado, por
esta época, os estúdios de gravação já tinham encerrado os seus trabalhos. Este
ano, agora é que estão começando a atividade...
Como
dizia o repórter, ao sair da casa de Pixinguinha, ele era o homem que mais
músicas tinha orquestrado, sendo o ponto final da confecção do samba.
Assim,
não faltava mais nada para o samba ser lançado. Aliás, faltava apenas uma
coisa: um nome de cartaz que gostaria de cantá-lo. Essa fase podia ser a mais
difícil para o sambista, se ele fosse pouco conhecido. Dificilmente um cantor
famoso lançaria um samba de um desconhecido. As cantoras preferiam lançar
composições de pessoas já conhecidas. Assim, podiam começar as desilusões e os
padecimentos: “ ‘contras’, estações de rádio que para ele se fechavam,
diretores ‘que não estavam em casa’, etc. E o sambista desconhecido via que o
ambiente era contra ele e que suas ilusões, uma a uma, iam sendo desfeitas.
“E
o malandro soffredor volta e na mesa do café compões uma melodia talvez mais
linda que a outra, narrando a amarga história de um samba que foi recusado e
ninguém quis cantar...”, assim terminava a reportagem.
Nota
do autor do Blog
É
uma matéria bem interessante que nos mostra o processo que algumas composições
levavam para chegar ao ouvido do público. Com certeza esse caminho era menor
para composições de pessoas que conheciam música, como o próprio Pixinguinha e
Aldo Taranto.
Mas,
nos mostra onde geralmente surgia um samba, os parceiros (nem sempre
creditados), o arranjo a ser feito em cima da melodia e a busca de um
intérprete para gravá-lo e divulgá-lo. Sabemos de várias histórias de músicas
recusadas por cantores e cantoras e de compositores que buscavam determinados
intérpretes para gravarem suas músicas. Era muito mais fácil quando intérprete
e compositor eram amigos, assim, tudo acontecia de forma rápida e até
divertida.
Fotos da matéria
Obs. A revista trocou as legendas de Pixinguinha e Aldo Taranto.
Arquivo Nirez |
ALDO TARANTO Arquivo Nirez |
PIXINGUINHA Arquivo Nirez |
Arquivo Nirez |
Arquivo Nirez |
Arquivo Nirez |
Agradecimento ao Arquivo Nirez
sábado, 14 de setembro de 2024
ELAS INTERPRETAM ISMAEL SILVA
Vamos relembrar o compositor ISMAEL SILVA, um dos mais importantes nomes de nossa música popular brasileira.
Nascido em
Niterói (RJ), em 14 de setembro de 1905, ele participou da fundação da primeira
escola de samba do Rio de Janeiro, em 1928, a Deixa Falar.
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
RELEMBRANDO O CANTOR ONÉSSIMO GOMES
Vamos relembrar o cantor ONÉSSIMO GOMES, cantor de destaque nas décadas de 1940 e 1950.
Onéssimo
Gomes Souza Leite nasceu no Rio de Janeiro em 28 de outubro de 1914.
RELEMBRANDO O CANTOR BILL FARR
BILL FARR Radiolândia, 1956. http://memoria.bn.br |
Vamos relembrar o cantor BILL FARR.
Antônio
Medeiros Francisco nasceu em Sapucaia (RJ), em 30 de outubro de 1925. Passou a
infância em Petrópolis (RJ). Ao terminar seu curso científico, ingressou na
carreira artística.
PARABÉNS À ATRIZ LAURA CARDOSO - 97 ANOS
Hoje
é dia de parabenizar a grande atriz LAURA CARDOSO, que completa 97 anos de
idade.
Laura
Cardoso é uma de nossas maiores atrizes, brilhando com seu talento no teatro,
televisão e cinema.
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
ZAÍRA CAVALCANTI E SEU ESPÍRITO AVENTUREIRO
Há
43 anos falecia a cantora e atriz ZAÍRA CAVALCANTI, uma das mais belas e
talentosas artistas de nosso teatro de revista e nossa música popular
brasileira.
Zaíra
Baltazar Cavalcanti nasceu em Santa Maria (Rio Grande do Sul), em 01 de outubro
de 1913. Era filha do militar pernambucano Otávio Cavalcanti e de Conceição
Baltazar.
RÁDIO NACIONAL, 88 ANOS - ESTRELAS PIONEIRAS
Em 12 de setembro de 1936, há 88 anos era inaugurada a RÁDIO NACIONAL, no Rio de Janeiro.
Ao ouvir seu nome nós logo o associamos tempos dos programas de auditório, os
locutores com suas vozes e dicções perfeitas, as encantadoras e envolventes radionovelas,
os noticiários e, com certeza, os intérpretes de vozes inesquecíveis.
VICENTE CELESTINO EM GRAVAÇÕES MECÂNICAS
VICENTE CELESTINO Jornal de Theatro & Sport, 1924 http://memoria.bn.br/ |
Há 130 anos nascia o tenor, compositor e ator brasileiro VICENTE CELESTINO, A Voz Orgulho do Brasil.
Antônio Vicente Felipe Celestino nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Santa Teresa, em 12 de setembro de 1894. Era filho de imigrantes italianos da região da Calábria, que haviam chegado ao Brasil em 1892. Vicente tinha cinco irmãos e cinco irmãs. Quatro de seus irmãos também seguiram carreira artística: João (galã cômico), Pedro (tenor), Radamés (barítono) e Antônio (baixo).
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
DISCOS COLUMBIA (FEVEREIRO, MARÇO E MAIO DE 1930)
DISCOS COLUMBIA (FEVEREIRO,
MARÇO E MAIO DE 1930)
ÚLTIMAS NOVIDADES EM
DISCOS BRASILEIROS
DISCOS BRASILEIROS DE
GRANDE ÊXITO
RELEMBRANDO PRÍNCIPE AZUL
Vamos relembrar o cantor PRÍNCIPE AZUL.
Emiliano
Herberto da Costa nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 11 de setembro de 1901.
Era filho de imigrantes portugueses.
terça-feira, 10 de setembro de 2024
NOVIDADES PARLOPHON – JULHO DE 1929
NOVIDADES PARLOPHON – JULHO DE 1929
Hoje, vamos conferir algumas novidades de discos Parlophon lançados em julho de 1929.
Entre os artistas, estão Chico Viola (Francisco Alves), Patrício Teixeira, Gastão Formenti, Glauco Vianna, entre outros.
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
FRANCISCO ALVES - SAMBAS DE 44
Folheando
a revista O Cruzeiro, edições de 1944, deparei-me com algumas fotografias da
inauguração da Rádio Tamoio (antiga Rádio Educadora). Entre as fotos que me
chamou a atenção, estava a de Francisco Alves e Suas Pastoras sambando
alegremente. Logo, me veio a ideia de uma postagem com Chico Alves
interpretando sambas no ano de 1944.
domingo, 8 de setembro de 2024
RELEMBRANDO A CANTORA MARION
Vamos relembrar a cantora
e compositora MARION, nascida há 100 anos.
Penha Marion Pereira
nasceu em São Paulo, em 08 de setembro de 1924.
FRANCISCO ALVES INTERPRETA SINHÔ
RELEMBRANDO O COMPOSITOR NILTON BASTOS
Vamos relembrar o compositor NILTON BASTOS.
Nilton Bastos nasceu no Rio de Janeiro em 12 de julho de 1899. Seu pai era comerciante português e sua mãe, costureira, tendo sido criado no bairro carioca de São Cristóvão. Não chegou a concluir o curso primário e nunca estudou música, tocando piano de ouvido.
RELEMBRANDO OS IRMÃOS VALENÇA (JOÃO E RAUL VALENÇA)
Vamos relembrar os Irmãos Valença.
João e Raul Valença eram compositores, sendo conhecidos como Irmãos Valença, célebres autores pernambucanos.
sábado, 7 de setembro de 2024
RELEMBRANDO AMÉRICO JACOMINO (CANHOTO)
CANHOTO (AMÉRICO JACOMINO) Revista Phono-Arte, 15 de setembro de 1928 Arquivo Nirez |
Vamos relembrar o compositor, violonista e cavaquinista AMÉRICO JACOMINO (CANHOTO).
Américo Jacomino nasceu em São Paulo, em 12 de fevereiro de 1889. Era o primeiro filho do casal de imigrantes Vicência Gargiula Jacomino e Crescêncio Jacomino. Mesmo não tendo frequentado colégios, aprendeu a ler e a escrever com seu pai e seu irmão Ernesto.
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
RELEMBRANDO ELVIRA PAGÃ
Vamos relembrar a cantora, atriz, vedete e compositora ELVIRA PAGÃ.
Elvira
Cozzolino Nasceu em Itararé (SP), em 06 de setembro de 1920.
Sua família se
mudou para o Rio de Janeiro quando ainda era criança, onde estudou no colégio
Imaculada Conceição em Botafogo.
quinta-feira, 5 de setembro de 2024
RELEMBRANDO EUSTÓRGIO WANDERLEY
FRANCISCO ALVES INTERPRETA VERSÕES DE HAROLDO BARBOSA
FRANCISCO ALVES e HAROLDO BARBOSA http://memoria.bn.br |
Vamos relembrar Haroldo Barbosa na voz de Francisco Alves, através de belas versões.
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
CARMEN BARBOSA - ALEGRIAS E SAUDADES
CARMEN BARBOSA Arquivo Nirez |
O cenário musical dos anos 30 foi, sem dúvida, um dos mais ricos de todos os
tempos. Até hoje encontramos fãs de artistas que começaram suas carreiras nessa
longínqua década. Porém, na formação dessa riqueza também tomaram parte alguns
artistas que tiveram participações meteóricas, seja no disco, rádio, teatro.
Mesmo tendo uma curta carreira na música, muitos deles deixaram sua marca e o
gostinho da saudade em seus admiradores.
Alguns
saíram de cena por motivos pessoais, como o casamento ou um emprego mais
estável, já outros se retiraram pelo fato de suas jovens vidas terem chegado ao
fim.
Assim
aconteceu com a cantora CARMEN BARBOSA.
RELEMBRANDO PAULO GRACINDO
PAULO GRACINDO A Scena Muda, 1941 http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/ |
Mais
conhecido pela televisão, Paulo Gracindo também se destacou no rádio, no cinema
e na música.
Vamos
relembrá-lo!
terça-feira, 3 de setembro de 2024
RELEMBRANDO AUGUSTO VASSEUR
AUGUSTO VASSEUR Arquivo Nirez |
Vamos relembrar o pianista, violinista e compositor AUGUSTO VASSEUR.
Augusto Teixeira Vasseur nasceu no Rio de Janeiro em 03 de setembro de 1899. Sua infância foi vivida em Porto Alegre (RS), onde começou a estudar música aos oito anos de idade com João Batista Casson. Ingressou no Conservatório aos treze anos de idade, voltando logo depois, ao Rio de Janeiro. Nessa cidade, estudou no Instituto Nacional de Música, diplomando-se em piano, recebendo medalha de ouro, em 1919.
RELEMBRANDO A CANTORA ZEZÉ GOZNAGA
A cantora Zezé Gonzaga foi uma popular artista das décadas de 1950 e 1960, possuidora de uma voz doce e melodiosa, conquistando vários fãs ao longo de sua carreira.
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
RELEMBRANDO LAURINDO DE ALMEIDA
LAURINDO DE ALMEIDA O Cruzeiro, 1954. http://memoria.bn.br |
Vamos relembrar o violonista e compositor LAURINDO DE ALMEIDA.
Laurindo de Almeida nasceu em Miracatu (SP), em 02 de setembro de 1917. Sua família era grande e gostava muito de música. Seu pai, além de trabalhar como ferroviário era um apaixonado seresteiro.
domingo, 1 de setembro de 2024
RELEMBRANDO STEFANA DE MACEDO
STEFANA DE MACEDO, 1930. "À Phono - Arte uma lembrança de Stefana de Macedo. Rio, 6/6/930". Arquivo Nirez. |
Vamos relembrar a cantora e pesquisadora do folclore STEFANA DE MACEDO.
Stefana de Moura Macedo nasceu em Recife (PE) em 29 de janeiro de 1903. Era filha do Dr. Erasmo V. de Macedo e D. Euxelia de Moura Macedo, figuras de destaque da sociedade de Pernambuco. Seu pai foi deputado federal
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