|
Rodolfo Valentino em Falcon´s Lair
(Clique na foto para ver em tamanho original) |
Não perdendo as esperanças de
reconquistar Natasha, Valentino quis que a Unaited Artists filmasse The Hooded
Falcon. A companhia, porém, tinha outros planos para o astro.
Ele estrelou O Filho do Sheik (The
Sono f the Sheik, 1926). Com direção de George Fitzmaurice, trazia Vilma
Banky como estrela. Foi o maior sucesso de sua carreira. “O roteiro de Frances
Marion combina exemplarmente melodrama e sexo e, juntamente com A Águia,
talvez seja o melhor filme do ator”, segundo A. Gomes de Mattos.
|
The Son of the Sheik, 1926 |
|
Vilma Banky e Rodolfo Valentino em The Son of the Sheik, 1926 |
|
Rodolfo Valentino em The Son of the Sheik, 1926 |
|
Vilma Banky e Rodolfo Valentino em The Son of the Sheik, 1926 |
|
Vilma Banky e Rodolfo Valentino em The Son of the Sheik, 1926 |
|
The Son of the Sheik, 1926 |
Aproveitado o êxito do filme, o estúdio
mandou seu astro em uma viagem promocional até Nova Iorque. Quando seu trem
chegou em Chicago, o jornal Tribune publicou um editorial
insinuando que Valentino era homossexual. Ao ler o texto, ele ficou com tanta
raiva que chegou a vomitar sangue. Ele conseguiu que o jornal rival, Herald
Examiner, anunciasse um desafio ao autor do artigo para uma luta de boxe. O
jornalista responsável, porém, não apareceu.
Em 15 de agosto de 1926, um sábado, em
Nova Iorque, Valentino foi encontrado em seu quarto, com muitas dores e
cuspindo sangue. Foi levado para o Polyclinic Hospital, onde
raios-X confirmaram uma grande úlcera perfurada na cavidade abdominal e cercada
por várias outras áreas ulceradas. Uma cirurgia de emergência foi feita. Mais tarde,
o ator acordou vomitando sangue, febril e gemendo de dor. Entre os dias 16 e
20, Valentino ainda sentia fortes dores, estava febril e incapaz de se
alimentar. Sua alimentação é feita através de injeções de vitaminas. Na manhã
do dia 20 ele despertou com dores fortíssimas, incapaz de respirar. Ele
adormece com a ajuda do éter. Mais tarde, ao despertar, Valentino está sem dor
e sorridente. Por sua experiência, o médico constata que isso não é um bom
sinal.
Sua saúde muda drasticamente em algumas
horas, agravando seu estado: febril, arfando e gemendo a cada vez que
respirava. Sua cavidade abdominal estava inchada, machucada e manchada. Novos
raios-X confirmam a pleurisia instalada, levando embora toda a esperança de
recuperação. As enfermeiras cuidam do paciente carinhosamente, sem esconder as
lágrimas. Analgésicos são dados a ele para que adormeça. Em silêncio, ele
sofria sua agonia, fraco e com uma dor contínua. Fora do hospital, já estava
formada uma multidão em busca de notícias e novos relatórios médicos.
Na noite do dia 22 sua temperatura
mantinha-se estável, porém, febril. Com a respiração difícil ele gemia de dor e
estava ciente da gravidade de sua situação. Valentino concorda em ver um padre,
faz sua confissão, sendo absolvido, porém, estava muito fraco para receber a
comunhão.
Na manhã do dia 23, foi preciso dar-lhe
morfina para aliviar seu sofrimento; mas, já não fazia muito efeito, ele
agarrava-se aos ferros da cama, castigado pela dor, muito fraco, com os dentes
cerrados. Gemidos escapavam de seus lábios quando já não conseguia suportar a
dor e, com os olhos fechados, ele sussurrou “Maman...”. Foi-lhe dada mais
morfina, dando-lhe uma trégua em sua terrível agonia.
Com o sol nascendo, a multidão
aumentava em torno do hospital. Da janela do quarto onde ele se encontrava, no
8º andar, podia-se ouvir o som das pessoas. O médico, Dr. Meeker, tenta fechar
a cortina, mas, é impedido pelo pedido de Valentino, já em seus últimos
momentos de lucidez.
As horas finais do grande astro foram
em estado de coma, seu corpo se contorcendo pela dor da infecção. Os médicos
nada podiam fazer por ele.
Seu agente George Ullman chorava no
corredor e, mais uma vez, foram chamados os Sacerdotes para administrar a
extrema unção ao enfermo.
O semblante de Valentino seria
irreconhecível pela multidão de fãs, pois, a batalha por sua vida o emagrecera
bastante. Pouco antes do meio-dia, o Dr. Meeker passa uma esponja em seu rosto
e pescoço, limpando-lhe o suor. Enquanto os sacerdotes rezavam ajoelhados aos
pés de sua cama, Valentino gemeu profunda e dolorosamente pela última vez, ele
tem espasmos e seu corpo endurece destroçado pela dor. Seus olhos se agitam por
um breve momento e sua cabeça cai para trás, no travesseiro, em repouso.
Era meio-dia e dez, de uma segunda-feira, 23 de agosto de 1926.
O que se sucedeu à morte de Valentino
foi uma grande histeria entre suas fãs. Notícias dão conta que várias pessoas
cometeram suicídio ao saber que o grande astro não estava mais vivo. Logo na
calçada do hospital, duas fãs tentaram se matar. Em Londres, outra tomou veneno
em frente a uma fotografia de Valentino. Em Nova Iorque, um rapaz morreu em uma
cama coberta com fotos do astro.
Os funerais foram um verdadeiro drama
digno de Hollywood e estrelado por milhares de anônimos e algumas figuras de
destaque no meio cinematográfico. Mais de dez mil pessoas foram às ruas de Nova
Iorque prestar suas últimas homenagens ao ator. O mundo inteiro chorava. Se hoje,
a morte de alguma jovem celebridade causa grande comoção, imaginem em 1926, nas
primeiras décadas do cinema, quando esse meio de comunicação estava se
solidificando entre nós e o fato alguém ser célebre era bem diferente de
hoje... Uma celebridade tinha muito a oferecer a seus fãs.
O velório de Valentino foi um grande espetáculo. As fãs quebravam
as janelas. Pola Negri, seu último romance, estava inconsolável, caindo
histérica sobre o caixão, coberta de negro e com logo véu, precisou ser
carregada. Ela se proclamava a “noiva oficial”. Mas ela não era a única viúva.
Muitas outras mulheres reclamavam o direito de serem “viúvas” de Valentino.
O corpo do ator ficou exposto em uma capela mortuária, onde
milhares de pessoas passaram para vê-lo. Devido ao calor e a emoção, muitas
mulheres desmaiaram. A missa fúnebre foi realizada, em Nova Iorque, na igreja
católica de Malanchy de Saint, também conhecida como “capela do
ator”, se situando perto da Broadway.
|
Pola Negri amparada |
|
Pola Negri inconsolável |
Seu corpo foi levado de trem para a
costa oeste, onde houve um segundo funeral na igreja católica do Bom
Pastor, em Beverly Hills (mesmo local e mesmo padre que, 29 anos depois,
faria a Missa de Corpo Presente de Carmen Miranda).
Porém, ao chegar em Los Angeles, a
capital do cinema, o corpo do grande astro ficou em um depósito por alguns
dias, sem que ninguém fosse reclamá-lo... Ao saber disso, June Mathis, sua
grande amiga ofereceu sua cripta para que Valentino pudesse ser sepultado.
Seria uma medida provisória, até que se arranjasse um mausoléu para o ator. Mas
June faleceu no ano seguinte e Valentino foi transferido para o jazigo ao lado,
também de propriedade dela. Anos depois, o marido da roteirista vendeu o jazigo
para a família do ator. Até hoje, em Hollywood Forever Cemetery, os
amigos Rodolfo Valentino e June Mathis descansam lado a lado.
Para aumentar o fascínio pelo mito Valentino, durante anos sua sepultura foi
visitada por uma dama de negro. Sempre no aniversário de morte do ator, pouco
antes do pôr do sol, ela era vista em seu jazigo, onde depositava rosas
vermelhas. Ela era vista coberta de negro, com longos véus, e nunca se soube
sua identidade. Durante décadas ela repetiu o gesto, até que suas aparições
cessaram.
A Pathe News produziu um cine-jornal sobre o falecimento de Rodolfo Valentino:
No 5º e último artigo mostraremos as
homenagens a Valentino feitas no Brasil, composições em suas homenagem em mais
curiosidades. Confiram!
Outras partes do Artigo:Parte 1: http://bit.ly/3tuZn4nParte 2: http://bit.ly/3jk5IedParte 3: http://bit.ly/36HP6bq Mais
sobre Rodolfo Valentino:
Rodolfo Valentino, valsa lenta de 1926http://bit.ly/3oNlGif
Rodolfo Valentino e Suas Canções (onde o ator canta duas composições)Agradecimento à Donna Hill, criadora da
homepage Falcon Lair - The Rudolph Valentino Homepage (http://www.rudolph-valentino.com).
Fontes:Revista Cinemin nº 26, 5ª Série, Agosto
de 1986, artigo "A História de Rodolfo Valentino", de A. C.
Gomes de Mattos. Pertencente ao Arquivo Marcelo Bonavides.
http://theboulevardblog.blogspot.com/2008/12/ghosts-of-hollywood.html
http://people.famouswhy.com/pola_negri_and_rudolph_valentino/rudolph_valentino_and_pola_negri_pic-p30621.html
http://people.famouswhy.com/pola_negri_and_rudolph_valentino/rudolph_valentino_and_pola_negri_img-p30618.html
http://classicglamourchic.blogspot.com/2010/12/rudolph-valentino-and-pola-negris.html
http://www.folhadonorte.com.br/site/ver.php?manchete=2009
http://www.livevideo.com/video/114B8D12A94F452191FC80AC0B2A811C/death-of-rudolph-valentino.aspx