Iniciando
sua carreira no final da década de 1930, Ênio Santos foi cantor, rádio ator,
dramaturgo, produtor, ator e dublador, com uma longa e bonita carreira no rádio
e na televisão.
Vamos relembrar o cantor e compositor ARNALDO PESCUMA.
Arnaldo Pescuma nasceu em São Paulo, em 29 de janeiro de 1903.
Iniciou sua carreira artística na década de 1920, cantando óperas e atuando como tenor em uma companhia que se apresentava em Recife e Aracaju. Depois, permaneceu em São Paulo, atuando durante os anos 20.
MARINO PINTO, 1939 Revista Carioca http://memoria.bn.br/
Vamos relembrar o compositor MARINO PINTO.
Filho
do violonista e cantor amador Diogo Feliciano Pinto e de Maria Madureira Pinto,
Marino do Espírito Santo Pinto nasceu em Bom Jardim, RJ, a 18 de julho de 1916.
Vamos relembrar o compositor
e cantor J. CASACATA.
Álvaro Nunes nasceu no Rio de Janeiro
(RJ) em 23 de novembro de 1912. Era filho de Álvaro Nunes e Leonor Neves Nunes,
tendo nascido no bairro de Vila Isabel e crescido em um ambiente musical.
“A
jovem e adoravel artista que, em pouco tempo, atravez os ‘Discos Victor’,
captivou o coraçãi de seus patricios, offerece mais encantos para todos os
lares com as suas recentes creações”.
Revista Phono-Arte, 30 de maio de 1930. Arquivo Nirez
Carmen
Miranda iniciou suas gravações como cantora em setembro de 1929 na gravadora
Brunswick. Descoberta e levada pelo compositor e violonista baiano Josué de
Barros, Carmen gravou da autoria de Jousé, o choro Se o Samba é Moda, e o samba Não
Vá Simbora.
Hoje,
dia 25 de janeiro, a cidade de São Paulo completa 470 anos. É uma data
importante para mim que morei e estudei por lá durante seis anos. Aprendi a
amar São Paulo, com sua fascinante história e a mista cultura que encontramos
por cada canto da cidade.
Em
homenagem à data, trago alguns artistas que fizeram sucesso no cenário
paulistano. Nem todos nasceram em São Paulo, porém, tiveram grande identificação
com a cidade e sua história. Todos possuem mais uma característica em comum,
gravaram pela Columbia (gravadora que se situava na capital paulistana) ou na
Victor paulista.
Relembrem Helena Pinto de Carvalho, Sônia Carvalho, Elsie Houston, Januário de Oliveira, Baptista Júnior, Cornélio Pires, Paraguassú, Arnaldo Pescuma, Jayme Redondo, e Maestro Gaó.
Selo de Chuá Chuá Música de Pedro de Sá Pereira Gravada originalmente por Fernando em 1925 https://discografiabrasileira.com.br/
Há 132 anos nascia o compositor e maestro PEDRO DE SÁ PEREIRA.
Pedro de Sá Pereira nasceu em Porto Alegre (RS) em 25 de janeiro de 1892.
Em 1914, teve suas primeiras composições gravadas. Pela Odeon Record, o Grupo O Passos no Choro registrou as valsas de sua autoria, Nas Asas do Amor e Sorrir Dormindo.
Há 108 anos nascia o compositor MILTON DE OLIVEIRA.
Milton
de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro em 24 de janeiro de 1916, sendo criado no
bairro de São Cristóvão.
Começou a trabalhar aos 12 anos de idade em uma
tipografia. Depois, aos 16 anos, já trabalhava como auxiliar de revisão no
jornal A Nação, época em que começou
a frequentar o meio dos compositores e a assinar algumas músicas.
A data de hoje, 25 de janeiro, marca o nascimento ou
falecimento dos seguintes artistas: PEDRO DE SÁ PEREIRA, MANDY, GEYSA BÔSCOLI,
MILTON DE OLIVEIRA e TOM JOBIM.
A edição 19 da revista PHONO-ARTE, de 15 de maio de 1929, trazia os lançamentos da gravadora Odeon para o mês de maio de 1929. O anúncio trazia vinte e seis gravações, das quais conseguimos vinte e quatro. Os artistas eram Laís Areda, Francisco Alves, Oscar Gonçalves, Nina Pickersgill, Orquestra Pan American, Alfredo Albuquerque, Calazans (Jararaca), Raul Roulien, Mário Reis e Gastão Formenti.
A
data de hoje, 22 de janeiro, marca o nascimento ou falecimento dos seguintes
artistas: ZEQUINHA DE ABREU, MAURO DE ALMEIDA, ALICE RIBEIRO, MAYSA e LÍDIA MATTOS.
A revista Phono-Arte número 42, de 30 de abril de 1930, anunciava os lançamentos da gravadora Brunswick para maio de 1930. Trago artistas como Anna de Albuquerque Mello, Sebastião Rufino, Elídio L. Dias (Bilu), Ildefonso Norat, Arthur Costa, Augusto Aníbal, bem como grupos como Grupo dos Fulanos, Gente do Morro e os Desafiadores do Norte.
Fora as novidades estrangeiras, consegui dezessete das vinte gravações ofertadas por Phono-Arte.
Há 113 anos nascia o compositor PETERPAN (José Fernandes de Paula).
Para
homenageá-lo, trago sua cunhada, a cantora EMILINHA BORBA, interpretando suas
composições. Há a participação de Marlene e Ruy Rey, que cantam com Emilinha.
Hoje, dou início a
um projeto que há tempos tenho vontade de apresentar no Blog, a trilha sonora
de algumas peças de Teatro Musicado. É de meu interesse trazer, principalmente,
as gravações originais (a partir de 1902) de músicas que fizeram parte de peças
do teatro de revista, burletas, operetas, mágicas encenadas no Brasil.
Infelizmente, não possuímos todas as músicas que compunham tais peças, mas
podemos apresentar algumas gravações e dados sobre o espetáculo que darão uma
ideia como eram essas atrações.
CHIQUINHA GONZAGA por volta de 1877. Retirada do site Catraca Livre. Acervo Edinha Diniz.
Para a primeira
postagem sobre o tema, trago a opereta em um ato, A CÔRTE NA ROÇA, de Palhares Ribeiro,
com música de Chiquinha Gonzaga, representada em 1885 no Rio de Janeiro. Para esta pesquisa foram consultados quatorze jornais através da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.
A Côrte na Roça
(mantivemos a grafia original) marca a estreia de uma mulher, Chiquinha
Gonzaga, compondo músicas para teatro no Brasil, até então espaço
exclusivamente masculino. Esse passo foi uma das muitas atitudes pioneiras de
nossa primeira maestra. Anos antes, em 1883, Chiquinha Gonzaga chegou a musicar
uma peça de Arthur Azevedo, Viagem ao Parnaso, porém, o empresário da companhia
vetou sua participação somente por ser mulher. Ao encontrar o iniciante
Palhares Ribeiro, que escrevia poemas e romances nos jornais, a compositora pode então começar a atuar no teatro.
Ao pesquisar nos
jornais da época sobre a estreia da opereta, notamos que a mesma foi adiada
algumas vezes. Ao estrear, ainda teve o anúncio da segunda representação
repetido em duas datas, causando confusão sobre o verdadeiro dia em que
estreou. Fora isso, os artistas da companhia que encenavam a peça foram
abandonados pelo empresário, Sousa Bastos, que havia voltado para sua terra,
Portugal, deixando todos por conta própria, há meses sem receber salários.
Segundo Edinha Diniz, biógrafa de Chiquinha Gonzaga, não havia ninguém para
dirigi-los. O elenco era o da Companhia Sousa Bastos, que atuava no Theatro
Príncipe Imperial (posterior Theatro São José, e depois cineteatro, situado na
Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro). Diniz ainda nos informa: “Muitos a dar
ordens, ninguém para cumpri-las. [...] No meio disso tudo, uma mulher tentava
ensaiar sua partitura e impor-se, apesar de iniciante. Os atores lhe respondiam
que na hora do espetáculo tudo sairia bem”. Um dos atores ainda quis retirar
uma valsa simplesmente por não saber o que fazer enquanto cantava... O regente,
quando não estava dormindo sobre as partituras, ensaiava-as com o andamento que
lhe convinha. Era preciso que Chiquinha Gonzaga ficasse atenta e lhe
informasse: “Mas fui eu quem escreveu esta música, não o senhor; respeite o meu
pensamento!”.
A peça estreou em
uma sexta-feira, 16 de janeiro de 1885, no Theatro Príncipe Imperial. Porém,
antes, passou pela censura do Conservatório Dramático, que a aprovou; porém, a
polícia alterou alguns versos, segundo o jornal Brazil: “Já não há nenhum
escravo/ Na fazenda do sinhô/Tudo é boliçonista/ Até mesmo o imperadô” (grifo do autor). A polícia substituiu imperadô por seu dotô. A ação se passava na fazenda de Cebolas, em Queimados, no
interior do Rio de Janeiro. Mesmo estreando com pouco público, como nos informa
Diniz, foi aplaudida com entusiasmo. O maxixe final foi um sucesso e pediram
bis, mas os atores não puderam atender, pois a autoridade presente mandou que
abaixassem logo o pano, impedido a repetição do número. Em alguns jornais, há a
citação de que o quadro foi bisado. A imprensa criticou o autor da peça e o
desempenho dos autores, mas aclamou a música de Chiquinha Gonzaga, que foi
também homenageada pelo público, com muitos aplausos, chamando-a ao palco. O
elenco contava com a atriz Oudin, que encantou a todos durante o espetáculo, em
especial ao cantar a valsa tema da peça (que depois faria parte do repertório da atriz Plácida dos Santos), e ainda com Anna Manarezzi e os atores Machado e Mauro
de Bellido. Havia ainda um intermédio onde era interpretada por Mauro de
Bellido a cançoneta de autoria de Chiquinha Gonzaga, Para a Cera do Santíssimo. A princípio, ocorreram três representações, nos dias 16, 17 e 18 de janeiro de 1885. Uma quarta representação aconteceu em uma sexta-feira, 23 de janeiro de 1885, entre algumas atrações do Theatro Recreio Dramatico para essa noite.
Entre as músicas
que conseguimos reunir, e que constam no fim da postagem (com as letras) estão:
a valsa (balada) A Côrte na Roça, que seria lançado em disco em 1903, gravado
por Senhorita Odete; o tango Menina Faceira, lançado em 1906 por Geraldo
Magalhães e em 1910, por Mário Pinheiro, e o tango (maxixe) Sacy Peréré, que
foi gravado pela dupla Os Geraldos e lançado em disco em 1906. Também incluímos
algumas gravações recentes feitas pelos pianistas e pesquisadores Wandrei Braga
e Alexandre Dias. A estreia da peça foi retratada na minissérie Chiquinha Gonzaga, da Rege Globo, em 1999, escrita por Lauro César Muniz e estrelada por Gabriela e Regina Duarte, interpretando Chiquinha Gonzaga e fases distintas. Os Personagens A Côrte na Roça se passava na fazenda de Cebolas, em Queimados (RJ), e contava com os seguintes personagens e seus respectivos intérpretes: Zé Tavares (fazendeiro) Coronel da G. N. (Guarda Nacional) - Sr. Mauro de Bellido Chico Bento, Amigo do coronel - Sr. Machado Juca Barbosa (estudante, sobrinho do Tavares) - Sr. Moulin Joaquim Lopes (professor) - Sr. Pinto Padre Velludo - Sr. M. Braga Dr. Camelião - Sr. Araujo Um roceiro - Sr. Vicente Um moleque - Sr. Rocha Mlle. Celina Bernard, artista francesa - Mlle. Oudin Cocota, filha do Coronel - Deolinda D. Ambrozia (mulher do professor) - Manarezzi Uma roceira - Amelia Conta ainda com roceiros e roceiras. A peça terminava com um esplêndido cateretê (maxixe).
O Programma Avisador, 23 de janeiro de 1885, p.1. http://memoria.bn.br
Na Imprensa
Ainda em 1884 a
opereta era anunciada na imprensa.
BRAZIL
27 de agosto de 1884, p.3.
GAZETA DA TARDE
16 de dezembro de 1884, p.3.
GAZETA DE NOTICIAS
25 de dezembro de 1884, p. 6.
O periódico O
Mequetrefe destacava o ineditismo de uma mulher à frente das composições
musicais em um teatro no país.
MEQUETREFE
06 de janeiro de 1885, p.7.
A Côrte na Roça foi
anunciada na imprensa para estrear no dia 03 de janeiro, como informava o Jornal
do Commercio de 01 de janeiro de 1885: “Sabbado 3, 1ª representação da opereta
em 1 acto, do Exm. Sr. Palhares Ribeiro, musica da Exms. Sra. D. Francisca
Gonzaga – A CORTE NA ROÇA”. Já no próprio dia 03, o mesmo jornal adiava a
estreia para “a proxima semana”. O jornal O Brazil chegou a anunciar no dia 03
a estreia da peça para esse mesmo dia. O jornal A Folha Nova, de 06 de janeiro
de 1885, anunciava a peça para o sábado, dia 10 de janeiro de 1885. O jornal Distracção, de 08 de janeiro de 1885, também anunciava a estreia para o dia o sábado, dia 10: "O Principe annuncia para sabbado, 10, a primeira de uma opereta em 1 acto, original de um Sr. Palhares Ribeiro, musica de D. Chiquinha Gonzaga. Lá iremos" (grifo do autor). Novamente O
Brazil, em 11 de janeiro de 1885, informava: “A primeira d´A Côrte na roça, que
devia realizar-se hontem no Principe Imperial, ficou transferida para quando a empreza
deste theatro annunciar”.
Após vários
adiamentos, no dia 16 de janeiro de 1885, a peça estreava. Os jornais
anunciavam na data:
O Brazil, p.3: “Principe
Imperial – Consta-nos que representa-se hoje neste theatro a opereta A côrte na roça”.
Gazeta da Tarde
16 de janeiro de 1885, p.2
Gazeta de Noticias, p.2: “No Principe
Imperial, primeira representação da opereta A
côrte na roça, e um variado intermédio”.
Como já foi dito, A Côrte na Roça estreou em uma
sexta-feira, 16 de janeiro de 1885. Sendo anunciada a data por várias
publicações. Porém, ao consultarmos os jornais da época, notamos que alguns
repetiram a chamada da segunda representação em dois dias (17 e 18 de janeiro),
como foi o caso do jornal A Folha Nova e do Jornal do Commercio. Para ilustrar, trago alguns cartazes e notícias da peça.
Dia 16 de janeiro de 1885
A FOLHA NOVA
BRAZIL
GAZETA DA TARDE
GAZETA DE NOTICIAS
Dia 17 de janeiro de 1885
A FOLHA NOVA
A SEMANA
BRAZIL
GAZETA DA TARDE
GAZETA DE NOTICIAS
JORNAL DO COMMERCIO
Dia 18 de janeiro de 1885
A FOLHA NOVA
GAZETA DE NOTICIAS
JORNAL DO COMMERCIO Erroneamente apresentado como a segunda apresentação. Na verdade trata-se da terceira exibição da peça.
Críticas
Após sua estreia, A
Côrte na Roça foi duramente criticada enquanto peça, o mesmo acontecendo com
seu autor. Porém, a imprensa não poupou elogios à música e ao talento de
Chiquinha Gonzaga. Vejamos o que disseram alguns jornais.
GAZETA DA TARDE
17 de janeiro de
1885, p.2
GAZETA DE NOTÍCIAS
18 de janeiro de
1885, p.2
JORNAL DO COMMERCIO
18 de janeiro de
1885, p.1
DIÁRIO PORTUGUÊS
20 de janeiro de
1885, p.2
O MEQUETREFE
20 de janeiro de
1885, p.7
DISTRACÇÃO 22 de janeiro de 1885, p.3
REVISTA ILLUSTRADA
24 de janeiro de
1885, p.7
A ESTAÇÃO
31 de janeiro de 1885, p.10
A SEMANA
24 de janeiro de 1885, p.2
A SEMANA
31 de janeiro de 1885, p. 4
Músicas na Imprensa
Meses após a apresentação da peça, as composições de Chiquinha Gonzaga chegavam ao mercado em partituras para piano e canto, sendo divulgadas pela imprensa.
JORNAL DO COMMERCIO
25 de janeiro de 1885, p.1
27 de janeiro de 1885, p.5
31 de janeiro de 1885, p
13 de março de 1885, p.5
01 de maio de 1885, p.1
02 de maio de 1885, p.6
GRVAÇÕES E LETRAS
CÔRTE NA ROÇA
Balada
com melodia de Chiquinha Gonzaga e versos de Francisco Sodré
Gravada
pela Senhorita Odete
Disco
Zon-O-Phone X-702
Lançado
em 1903
Obs.
Originalmente é uma valsa.
SACY PERÉRÉ
Dueto
com melodia de Chiquinha Gonzaga, o autor dos versos é desconhecido.
Gravado
por Os Geraldos
Disco
Odeon Record 108.285, matriz XR-845
Gravado
em 1906
Obs.
Na partitura vem como tango brasileiro.
MENINA FACEIRA
Modinha
com melodia e letra de Chiquinha Gonzaga
Gravada
por Geraldo Magalhães
Disco
Odeon Record 40.519
Lançado
em 1905
Obs.
Na partitura vem como tango.
MENINA FACEIRA
Tango
com melodia e letra de Chiquinha Gonzaga
Gravado
por Mário Pinheiro
Acompanhamento
de violão
Disco
Victor Record 98.952
Lançado
em 1910
PRELÚDIO
Por
Alexandre Dias
A CÔRTE NA ROÇA
BALADA
Por Wandrei Braga
A CÔRTE NA ROÇA
Por Antonio Adolfo
Trecho da minissérie Chiquinha Gonzaga
Estreia de A Côrte na Roça
A CÔRTE NA ROÇA
Esse teu leque formoso
De luz e perfume cheio,
É o beija-flor cauteloso
A esvoaçar em teu seio!
Este calor que tu sentes,
Que te escalda o coração,
São os sintomas ardentes De uma impetuosa paixão!
Ah! Ah! São os sintomas ardentes,
Ah! Ah! De uma impetuosa paixão
Este sorriso que implora
Que apurpura os lábios teus,
É uma restea da aurora
De outro azul e de outros céus.
Há no teu colo tremente
O mesmo encanto da flor.
Guarda esse leque explendente,
Meu primeiro e santo amor!
Meu coração não se acalma,
Não cessa de te adorar.
Deixa abrasar a minh’alma
Nas chamas do teu olhar.
Não temas não há perigo,
Por que te assustas, meu anjo?
Leva minh’alma contigo,
Solta as tuas asas arcanjo.
MENINA FACEIRA
Versão de Geraldo Magalhães
Menina faceira
Requebra ligeira
Seu corpo na dança
Seu corpo na dança
Enquanto é tangida
Viola querida
Viola querida
Não cansa
Seu pé tão mimoso
Batendo no chão
Parece que bate no meu coração
Parece que bate no meu coração
Parece que bate no meu coração
Dança mais minha sereia
Dança mais querido amor
Sapateia, sapateia
Sapateia com ardor
A linha mimosa
Da boca formosa
Da boca formosa
Qual fonte de amor
Sorri provocante
A todo instante
A todo instante
Tem meigo frescor
Teu busto airoso
Bailando fremente
Parece que baila na minha mente
Parece que baila na minha mente
Parece que baila na minha mente
MENINA FACEIRA Versão de Mário Pinheiro
Menina faceira
Requebra ligeira
Seu corpo na dança
Seu corpo na dança
Enquanto é tangida
Viola querida
Viola querida
Não cansa
Seu pé tão mimoso
Batendo no chão
Parece que bate no meu coração
Parece que bate no meu coração
Parece que bate no meu coração
- Aí, mulata velha! Arrocha, minha nêga!
Bata mais minha sereira
Bata mais minha sinhá
Sapateia, sapateia
Tralalá, tralalá
Bata mais minha sereira
Bata mais, oh meu amor
Sapateia, sapateia
Sapateia com ardor.
Querida morena
De mim, tu tens pena
De mim, tu tens pena
De mim, minha flor
Requebra ligeira
Menina faceira
Menina faceira
Oh, meu lindo amor.
Seu pé tão mimoso
Batendo no chão
Parece que bate no meu coração
Parece que bate no meu coração
Parece que bate no meu coração
- Bata, minha nêga! Machuca esse coração que é teu!
Bata mais minha sereira
Bata mais minha sinhá
Sapateia, sapateia
Tralalá, tralalá
Bata mais minha sereira
Bata mais, oh meu amor
Sapateia, sapateia
Sapateia com ardor.
SACY PERÉRÉ
Geraldo:
Lá no alto da montanha
Nasce o sol todo encarnado
Minha amizade é tamanha
Que me faz cair no fado
Nina: Entra, compadre Juca!
Geraldo: Aí, comadre Filomeninha! Tá sacudida, hein? Ah!
Nina: Não compadre!
Os dois:
Quebra, quebra gente boa
Quebra, quebra até morrer
Quem não dança é gente à toa
Isto é só para moer.
Geraldo:
Dance primeiro o fado,
A comadre que é segura
Só fica sossegado
Quem tiver a perna dura
Nina:
Oh, seu velho sacudido
Puxa a fieira com jeito
Não se atrapalhe comigo
Encoste a barriga e o peito.
Geraldo:
Sinhá dona Filomena
Não me provoque assim
Nina: Ai!
Geraldo:
Que barriga sobe logo
Chegue-se, chegue-se pra mim.
Nina: Deixa eu ver compadre!
Nina: Ai, compadre!
Geraldo: Ai, comadre! Isto aqui é que faz com a gente, hein?!
Nina: Venha aqui, seu Juca! Mas isso é tão bom, tão gostoso, que faz a gente mexer com os pés. Coisa boa, hein?
Geraldo: Ainda, Filomeninha, ainda!
Nina: Ah!
Geraldo: Pois, olha eu ainda não dou minha perna ao diabo, comadre! Nina: Ah, e eu seu Juca? Quando eu ouço um cateretê sinto uma coisa aqui interna que vai subindo, subindo e chega mesmo no centro!
Geraldo: Do que, comadre?
Nina: Do coração!
Geraldo: Ah, Ah, então vamos repetir mais um bocadinho do cateretê, comadre?
Nina: Está ouvindo? Então, maestro, faz favor de ? Isso é tão bom, que até levanta um defunto. ? Ah, compadre.
Geraldo: Ah, comadre!
Nina:
Lá me vem o sol nascendo
Redondo como um botão
Quem tem seu amor ingente
Tem sempre consolação.
Geraldo: Ah, a comadre sabe o que que é o amor enjeita o coração, hei, ah, ah?!