terça-feira, 12 de março de 2024

COMPOSITORAS BRASILEIRAS (1868 - 1958)

 




Nossa música é conhecida por ter, em sua história, brilhantes compositores, muitos de talento excepcional. Ao pesquisar sobre os primórdios de nossa música popular é impossível não fazermos as perguntas: Quem eram as compositoras? Onde elas estavam ao longo de toda essa história? 


Essas inquietantes perguntas esbarram na realidade da vida em sociedade do começo do século XX e século XIX, período de nossas pesquisas. Nessa época, a mulher era educada para ser esposa, mãe, cuidar do lar e de sua família. Não havia outras opções aceitáveis pela, então, chamada “boa sociedade”. A moça que fosse contra a esse sistema patriarcal de poder sofreria sérias repressões. Um bom exemplo disso é a vida da compositora e maestra Chiquinha Gonzaga que, enfrentando a sociedade da época para seguir seu trabalho como compositora, sofreu vários golpes e perdas pessoais.   

Como Chiquinha Gonzaga, outras mulheres também ousavam ir contra essas regras sociais. Atrizes, cantoras e compositoras seguiam seus talentos artísticos, mesmo pagando um (alto) preço pela “ousadia”. Com uma pesquisa minuciosa podemos perceber que várias mulheres se lançaram no meio artístico como compositoras, todas também pianistas e/ou cantoras.   

Através dos anos e décadas, o ranço machista de nossa sociedade abafou o talento e a visibilidade dessas artistas. Se dizermos um levantamento de meados do século XIX até meados do século XX, veremos que em cem anos o número de compositoras é muito expressivo, porém, o número de compositores é esmagadoramente maior. Pudera, os homens eram incentivados a publicarem suas composições, o mesmo não sendo muito alentado entre as mulheres. 

Na presente postagem trago trinta compositoras cujas obras datam de 1868 até 1958. Nesses noventa anos, podemos conhecer várias artistas que se dedicavam à música não só como compositoras, mas também como atrizes e/ou cantoras e que não tinham medo de expor seus versos ou melodias ao público. 

Muitas ficaram de fora da lista, o que nos prova que o número de compositoras é muito maios do que imaginamos. 

À elas, nossa singela homenagem.



CHIQUINHA GONZAGA
(1847 – 1935)

 

CHIQUINHA GONZAGA
O Malho, 1935
http://memoria.bn.br/


Francisca Gonzaga, ou Chiquinha Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro em 17 de outubro de 1847. Foi uma de nossas primeiras compositoras a se destacar na música popular do Brasil, sendo também uma de nossas primeiras maestras e compositoras de peças teatrais. Com seu talento e pioneirismo deixou centenas de composições, muitas delas clássicos de nossa música, como a marcha Oh, Abre Alas, Corta Jaca (Gaúcho), Lua Branca, Côrte na Roça, Plangente, entre tantas outras. Chiquinha Gonzaga compôs desde os 11 anos de idade (em 1868) até os 87 anos, quando faleceu, em 28 de fevereiro de 1935.


Partitura de Atraente
http://bndigital.bn.gov.br/

 

ATRAENTE

Selo de Atraente
https://discografiabrasileira.com.br/

Polca de Chiquinha Gonzaga

Gravada pelo Grupo Chiquinha Gonzaga
Disco Odeon Record 120.918, matriz 120.918=2
Gravado em 11 de janeiro de 1914 e lançado em fevereiro de 1914




 
CÔRTE NA ROÇA
Balada com melodia de Chiquinha Gonzaga e letra de Francisco Sodré
Gravada por Senhorita Odette
Acompanhamento de Piano
Disco Zon – O – Phone X – 702
Lançado em 1903




 
CORTA JACA
Corta Jaca com melodia de Chiquinha Gonzaga com letra do ator Machado Careca
Gravado por Pepa Delgado e Mário Pinheiro
Acompanhamento de Piano
Disco Odeon Record 40.392
Lançado em 1906




 
O ABACATE

Selo de O Abacate
Arquivo Marcelo Bonavides

Cançoneta com melodia de Chiquinha Gonzaga e letra de Tito Martins e Bandeira de Gouveia
Gravada por Pepa Delgado
Acompanhamento de Piano
Disco Odeon Record 10.059, matriz R-379
Lançado em 1904 




PLANGENTE
Valsa de Chiquinha Gonzaga
Gravada pelo Grupo Chiquinha Gonzaga
Disco Odeon Record 120.929
Gravado em 20 de janeiro de 1914 e lançado em fevereiro de 1914


 

 

 

VIÚVA GUERREIRO
(1858 – 1936)


Serafina Augusta Mourão do Vale, mais conhecida por Viúva Guerreiro, foi uma pianista e compositora brasileira. Passou a editar e publicar suas músicas após a morte do primeiro marido, em 1900. Eles eram donos da loja Ao Piano de Cristal, que vendia pianos, músicas e água mineral Vichy. Em 1902, casou-se com Augusto Guerreiro Lima, assinando Serafina Augusta do Vale Guerreiro Lima. Seguiu administrando Ao Piano de Cristal e, após a morte de seu segundo marido, entre 1909 e 1910, ficou conhecida como Viúva Guerreiro, nome que deu ao seu estabelecimento comercial.

Sua mais célebre composição foi a valsa Penso em Ti, compósita em 1915. Em homenagem ao político Ruy Barbosa, escreveu a valsa Supremo Mestre, a que Barbosa lhe agradeceu pessoalmente. Essa valsa seria gravada por Mário de Azevedo na década de 1940, que também gravaria a valsa Quando Penso em Ti, da mesma autora.


A Rua, 29 de janeiro de 1918, p.04
http://memoria.bn.br/


SUPREMO MESTRE

Valsa de Viúva Guerreiro
Gravada por Mário de Azevedo ao Piano
Disco Continental 15.204-A, matriz 858-1
Gravado em 1944 e lançado em setembro de 1944




 
QUANDO PENSO EM TI
Valsa de Viúva Guerreiro
Gravada por Mário de Azevedo ao Piano
Disco Continental 15.777-A, matriz 1251-1
Gravado em 1945 e lançado em 1947







CINIRA POLONIO
(1857 – 1938)

 

CINIRA POLONIO
Fon Fon, 1912
http://memoria.bn.br/


Cinira Polonio nasceu no Rio de Janeiro. Foi contemporânea de Chiquinha Gonzaga e, mesmo lembrada como atriz e empresária de sucesso, Cinira foi também compositora. Como atriz, ela se tornaria célebre e referência de atuação e elegância no Brasil e na Europa na virada do século XIX para o século XX e, como empresária, seria a responsável por implantar em nosso país os espetáculos por sessões. Já como compositora, embora (ainda) não tenha tido sua obra gravada, Cinira Polonio deixou peças como Sous Mon Regard Soommeille e Souvenir du Bresil.


Sous Mon Regard Soommeille
Arquivo Marcelo Bonavides


 

Souvenir du Bresil
Arquivo Marcelo Bonavides



HILDA MARÇAL MATTOS

 

Hilda M. de Mattos foi uma compositora de Fortaleza, Ceará. Ao longo da década de 1920, compôs e publicou algumas peças como Trianon, Beijos em Excesso e Pequei em te Beijar. Essas duas últimas seriam gravadas em discos Odeon Record (gravações mecânicas), em 1927, por um cantor que estava conquistando cada vez mais o sucesso nacional, Francisco Alves. No selo do disco Pequei em te Beijar, a autora inverteu seu nome, assinando Adlih Sattam.


A Esquerda, Fortaleza
18 de abril de 1928, p.03
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BEIJOS EM EXCESSO

Selo de Beijos em Excesso
Arquivo Nirez


Fox Trot de Hilda Marçal Mattos
Gravado por Francisco Alves
Acompanhamento da Orquestra Pan American do Cassino Copacabana
Disco Odeon Record 123.306, matriz 1141
Lançado em 1927




 
PEQUEI EM TE BEIJAR

Selo de Pequei em Te Beijar
Arquivo Nirez

Tango Canção de Hilda Marçal Mattos
Gravado por Francisco Alves
Acompanhamento da Orquestra Pan American do Cassino Copacabana
Disco Odeon Record 123.307, matriz 1143
Lançado em 1927






ZIZINHA BESSA


ZIZINHA BESSA
Diário Carioca, 02 de setembro de 1930, p.03
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Zizinha Bessa foi uma cantora, pianista e compositora brasileira, tendo se destacado na segunda metade da década de 1920. Teve duas composições gravadas pela cantora Jesy Barbosa, Medroso de Amor, samba canção que fez parte do primeiro disco de Jesy; e Coração, Fecha os Ouvidos, canção em parceria com Oswaldo Orico, lançada em 1931.

 

MEDROSO DE AMOR


Samba Canção de Zizinha Bessa
Gravado por Jesy Barbosa
Acompanhamento do Choro Victor
Disco Victor 33.208-B, matriz 50034-2
Gravado em 11 de setembro de 1929 e lançado em novembro de 1929




 
CORAÇÃO FECHA OS OUVIDOS


Canção de Oswaldo Orico e Zizinha Bessa
Gravada por Jesy Barbosa
Acompanhamento de Rogério Guimarães ao Violão
Disco Victor 33.309-B, matriz 50220-2
Gravado em 29 de março de 1930 e lançado em fevereiro de 1931

 

 

CELESTE LEAL BORGES


CELESTE LEAL BORGES
Diário Carioca, 02 de setembro de 1930, p.03
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Celeste Leal Borges foi uma pesquisadora de nosso folclore, cantora e compositora. No final da década de 1920 e início da década de 1930, Celeste gravou alguns discos, algumas músicas de sua autoria. Segundo uma parente sua, ela era uma mulher corajosa que participou da Revolução Paulista de 1932, sendo também exilada política.

 

SINHÁ VEM CÁ
Batuque de Celeste Leal Borges
Gravado por Celeste Leal Borges
Disco Odeon 10.545-A, matriz 3118
Lançado em janeiro de 1930




 
CANÇÃO DA NOITE
Canção de Celeste Leal Borges
Gravada por Celeste Leal Borges
Disco Odeon 10.545-B, matriz 3117
Lançado em janeiro de 1930


 
SERENÔ EU CAIO
Coco de Celeste Leal Borges
Gravado por Celeste Leal Borges
Acompanhamento de Violões e Cavaquinho
Disco Odeon 10.642-A, matriz 3586
Lançado em julho de 1930


 

 


OLGA PRAGUER COELHO
(1909 - 2008)

 

OLGA PRAGUER COELHO
Diário Carioca, 02 de setembro de 1930, p.03
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Olga Praguer Coelho não foi somente uma grande cantora/pesquisadora de nosso folclore e exímia violonista, também compôs algumas músicas, além de adaptar outras canções populares.

 

CANTIGA INGÊNUA


Canção de Olga Praguer Coelho e Gaspar Coelho
Gravada por Olga Praguer Coelho
Acompanhamento de Pereira Filho e Luiz Bittencourt aos Violões
Disco Victor 34.056-A, matriz 80119-1
Gravado em 13 de abril de 1936 e lançado em maio de 1936



 
BAIANA


Canção Típica da Bahia de Olga Praguer Coelho e Eduardo Tourinho
Gravada por Olga Praguer Coelho
Acompanhamento dos Irmãos Carolino aos dois Violões
Disco Victor 34.056-B, matriz 80110-1
Gravado em 01 de abril de 1936 e lançado em maio de 1936




ZELITA VILLAR E RÉA CIBELE

 

Zelita Villar e Réa Cibele compuseram algumas músicas que foram gravadas por Jesy Barbosa e Francisco Alves. A composição da dupla Canção do Barqueiro, gravada em 1933 pelo Rei da Voz, recebeu Menção Honrosa em um concurso promovido pelo jornal A Noite, em junho de 1933. Outro destaque da dupla é o samba canção Saudade de uma Saudade, belo samba canção gravado por Jesy Barbosa em 1932.

 

SAUDADE DE UMA SAUDADE
Samba Canção de Zelita Villar e Réa Cibele
Gravado por Jesy Barbosa
Acompanhamento de Rogério Guimarães e Jacy Pereira aos Violões
Disco Victor 33.632-B, matriz 65470-2
Gravado em 25 de abril de 1932 e lançado em março de 1933


 
CANÇÃO DO BARQUEIRO
Valsa de Zelita Villar e Réa Cibele
Gravada por Francisco Alves
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.034-B, matriz 4687
Gravado em 13 de junho de 1933 e lançado em julho de 1933

 

 

STEFANA DE MACEDO
(1903 – 1975)



STEFANA DE MACEDO
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 A pernambucana Stefana de Macedo foi uma das pioneiras cantoras/pesquisadoras de nosso folclore, iniciando sua carreira artística na década de 1920. Também era violonista, professora de violão e compositora, além de fazer arranjo em algumas peças populares.

 

MÃE MARIA CAMUNDÁ
Batuque de Stefana de Macedo
Gravada por Stefana de Macedo
Acompanhamento de João Pernambuco e Zezinho
Disco Columbia 5.157-B, matriz 380436
Lançado em fevereiro de 1930




 
TORÉ
Canto Indígena de Stefana de Macedo e Ascenço Ferreira
Gravado por Stefana de Macedo
Acompanhamento de Gaó, Chaves e Zezinho
Disco Columbia 7.010-B, matriz 380820-1
Lançado em setembro de 1930


 

 

 
AMÉLIA BRANDÃO NERY
(1897 – 1983)



AMÉLIA BRANDÃO NERY
Arquivo Nirez



 Amélia Brandão Nery é mais conhecida hoje como Tia Amélia, a excelente e carismática pianista que, com idade avançada, fazia a alegria das pessoas ao se apresentar na TV e em espetáculos. Porém, essa pernambucana de grande talento se destacou na década de 1920 como pianista e compositora inspirada. Indo ao Rio de Janeiro em 1930, foi homenageada por Ernesto Nazareth e teve várias composições gravadas por conterrâneos seus, a exemplo de Stefana de Macedo, Vicente Cunha e sua filha, Silene Brandão Nery, bem como outros nomes de nossa música popular.

 


MALVADA
Samba de Amélia Brandão Nery
Gravado por Vicente Cunha (Aitaré)
Acompanhamento de Gaó, Zezinho, Chaves e Grany
Disco Columbia 5.240-B, matriz 380803-1
Lançado em julho de 1930


 
NOS CAFUNDÓ DO CORAÇÃO
Canção de Amélia Brandão Nery
Gravada por Stefana de Macedo
Acompanhamento de Gaó, Zezinho e Chaves
Disco Columbia 7.032-B, matriz 380821
Lançado em outubro de 1930





MARIA EUGÊNIA CELSO
(1886 – 1963)



MARIA EUGÊNIA CELSO
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 Maria Eugênia Celso Carneiro de Mendonça, ou Maria Eugênia Celso, era uma famosa poetisa. Encontramos citações sobre ela em periódicos, desde a década de 1910. Na década de 1930 ainda estava atuando, tendo composto com Stefana de Macedo, Meu Home, que Stefana lançou em disco Columbia em 1930.

 

MEU HOME
De Maria Eugênia Celso e Stefana de Macedo
Gravado por Stefana de Macedo
Acompanhamento de Gaó, Zezinho, Chaves e Angelino
Disco Columbia 7.052-B, matriz 380822-1
Lançado em 1930





GILKA MACHADO
(1893 – 1980)



GILKA MACHADO
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 Gilka da Costa de Melo Machado foi uma importante poetisa brasileira. Foi uma das primeiras mulheres a escrever poesia erótica no Brasil, também sendo uma das fundadoras do Partido Republicano Feminino (1910), defendendo o voto feminino, onde foi tesoureira. Sua filha, Eros Volúsia, foi uma famosa atriz e bailarina, com fama internacional. Seu poema Encantamento foi musicado pelo cantor Francisco Alves, que o gravou na Odeon em 1938.

 

ENCANTAMENTO
Canção de Francisco Alves e Gilka Machado
Gravada por Francisco Alves
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 11.623-B, matriz 5861
Gravado em 10 de junho de 1938 e lançado em agosto de 1938






LAURA SUAREZ
(1909 – 1990)



LAURA SUAREZ
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 Laura Suarez surgiu no cenário artístico em 1929 ao ser eleita Miss Ipanema. Muito bonita, Laura também tinha vários talentos, tendo uma bela voz e o dom para compor. Lançou-se como cantora e compositora no final de 1929, com sucesso. Gravou vários discos, interpretando suas composições ou de outros colegas. Fez músicas sozinha ou em parceria com o maestro e compositor Henrique Vogeler. Laura Suarez apareceria na primeira transmissão de televisão no mundo, na primeira metade da década de 1930.

 

EMBALA REDE
Toada de Laura Suarez
Gravada por Laura Suarez
Acompanhamento de Violões
Disco Brunswick 10.092-A, matriz 422
Lançado em setembro de 1930




 
VOCÊ... VOCÊ...
Samba de Laura Suarez
Gravado por Laura Suarez
Acompanhamento de Violões e Piano
Disco Brunswick 10.092-B, matriz 422
Lançado em setembro de 1930


 

  

GILDA DE ABREU
(1904 – 1979)



GILDA DE ABREU
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 Gilda de Abreu foi uma cantora e atriz franco-brasileira de muito sucesso nas décadas de 1930 a 1950. Artista de muitos talentos, foi uma de nossas cineastas pioneiras, dirigindo o esposo, o cantor Vicente Celestino, no filme O Ébrio (1946). Gilda e Vicente atuariam juntos em operetas que ficariam na memória do público como A Canção Brasileira, de 1933. Entre as composições de sua autoria está a valsa Bonequinha de Seda, em parceria com Narbal Fontel, do filme homônimo estrelado por Gilda de Abreu em 1936.

 

BONEQUINHA DE SEDA
Valsa de Gilda de Abreu e Narbal Fontes
Gravada por Gilda de Abreu
Acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira
Disco Victor 34.112-A, matriz 80239-3
Gravado em 10 de novembro de 1936 e lançado em dezembro de 1936

 

 

VALENTINA BIOSCA


VALENTINA BIOSCA
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Valentina Biosca era um nome conhecido no meio do rádio da década de 1930. Compositora, escrevia letras e, segundo a revista O Malho de 1934, escondia seu nome em algumas composições. Ao que parece também trabalhava na gravadora Victor. Entre suas composições conhecidas estão Comigo Não, samba gravado por Carmen Miranda em 1934, e Torturas de Amor, valsa gravada por Januário de Oliveira, ambas em parceria com Heitor Catumby.

 

COMIGO NÃO
Samba de Heitor Catumby e Valentina Biosca
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento do Grupo do Canhoto
Disco Victor 33.885-B, matriz 79725-1
Gravado em 11 de outubro de 1934 e lançado em janeiro de 1935




 
TORTURA DE AMOR
Valsa de Valentina Biosca e Heitor Catumby
Gravada por Januário de Oliveira
Acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira
Disco Victor 33.919-A, matriz 79727-2
Gravado em 12 de outubro de 1934 e lançado em abril de 1935




IVANI RIBEIRO
(1922 – 1995)



IVANI RIBEIRO
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Ivani Ribeiro é lembrada e respeitada até hoje como uma bem-sucedida autora de telenovelas, com destaque para Mulheres de Areia e A Viagem, sucessos que encantaram e encantam gerações. Ela havia sido autora de radionovelas e também compositora, atuando desde a década de 1930. Entre essas composições, destaco A Vida é um Samba, samba feito em parceria com a cantora Sônia Carvalho, que o gravou em 1937 na Columbia.

 

A VIDA É UM SAMBA
Samba de Ivani Ribeiro e Sônia Carvalho
Gravado por Sônia Carvalho
Acompanhamento do Conjunto Regional Columbia
Disco Columbia 8.308-B, matriz 3517-1
Lançado em 1937



 


LINA PESCE
(1913 – 1993)



LINA PESCE
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Compositora precoce, editou aos nove anos de idade sua primeira composição, o tanguinho Quantas Vezes. Teve suas composições gravadas desde o final da década de 1920 por nomes como Gastão Formenti e Laís Marival. Lina Pesce ganhou, em 1938, ganhou o primeiro lugar em um concurso de músicas carnavalescas com a marcha Você Gosta de Brincar, que Laís Marival gravou.

 

CREPÚSCULO
Valsa em parceria com Vicente de Lima
Gravada por Gastão Formenti
Acompanhamento da Orquestra Rádio Central
Disco Parlophon 13.050-A, matriz 2918-1
Gravado em 28 de agosto de 1929 e lançado em novembro




 
VOCÊ GOSTA DE BRINCAR
Marcha
Gravada por Laís Marival
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 8.352-B, matriz 3648
Lançado em fevereiro de 1938

 

 

CAROLINA CARDOSO DE MENEZES
(1913 – 2000)



CAROLINA CARDOSO DE MENEZES
Arquivo Nirez

 

Carolina Cardoso de Menezes foi uma de nossas grandes pianistas sendo também uma inspirada compositora. Atuou como pianista em várias rádios, acompanhando em gravações de discos alguns de nossos intérpretes, como Almirante no samba Na Pavuna, de Almirante e Homero Dornelas, em gravação de 1930. Destaco em sua obra o fox blue Preludiando e o choro Novidade.

 

PRELUDIANDO
Fox Blue de Carolina Cardoso de Menezes
Gravado por Carolina Cardoso de Menezes ao Piano
Acompanhamento de Walfrido Silva na Bateria
Disco Odeon 11.120-B, matriz 4808
Gravado em 27 de março de 1934 e lançado em maio de 1934


 
NOVIDADE
Choro de Carolina Cardoso de Menezes
Gravado por Carolina Cardoso de Menezes ao Piano
Acompanhamento de Walfrido Silva na Bateria
Disco Odeon 11.262-A, matriz 5104
Gravado em 20 de julho de 1935 e lançado em setembro de 1935




SÔNIA CARVALHO
(1914 – 1988)



SÔNIA CARVALHO
Arquivo Nirez

 

Sônia Carvalho foi uma das grandes cantoras paulistanas da década de 1930, tendo feito sucesso também no Rio de Janeiro. Foi uma das cantoras que inaugurou a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, em 1936. Sônia Carvalho também compôs, tendo gravado duas de suas composições, Té Logo, marcha, e A Vida é um Samba, samba em parceria com Ivani Ribeiro.


TÉ LOGO
Marcha de Sônia Carvalho
Gravada por Sônia Carvalho
Acompanhamento dos Diabos do Céu
Disco Victor 34.046-A, matriz 80071-1
Gravado em 06 de janeiro de 1936 e lançado em abril de 1936


 
A VIDA E UM SAMBA
Samba de Ivani Ribeiro e Sônia Carvalho
Gravado por Sônia Carvalho
Acompanhamento do Conjunto Regional Columbia
Disco Columbia 8.308-B, matriz 3517-1
Lançado em 1937

 

  

OTÍLIA AMORIM
(1894 – 1970)



OTÍLIA AMORIM
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Otília Amorim foi uma das mais queridas atrizes do Teatro de Revista, fazendo muito sucesso desde a década de 1910 até meados da década de 1940. Era desenvolta no palco, sendo uma das precursoras do samba nos teatros. Lançou vários sucessos ao longo de sua carreira e gravou alguns discos. Entre as músicas que gravou está uma de sua autoria, o samba Sem Você, que ela compôs em parceria com Otávio França.

 

SEM VOCÊ
Samba de Otávio França e Otília Amorim
Gravado por Otília Amorim
Acompanhamento de Orquestra e Coro
Disco Victor 33.423-A, matriz 65109-2
Gravado em 05 de fevereiro de 1931 e lançado em fevereiro de 1931

 

  

ARACY CÔRTES
(1904 – 1985)



ARACY CÔRTES
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Aracy Côrtes é tida como uma das mais famosas Rainhas do Teatro de Revista. Seu reinado nos palcos durou do começo da década de 1920 até o final da década de 1940, voltando vez ou outra para a alegria dos fãs. Foi uma cantora de voz bonita e poderosa, lançado vários compositores e clássicos de nossa música. Segundo ela, havia composto uma letra para o choro Carinhoso, de seu amigo de infância Pixinguinha, que teria feito sucesso nos teatros, mas não chegou a ser gravada. De sua autoria, que ela mesmo gravou em 1953, foi o samba Denguinho, em parceria com César Cruz.

 

DENGUINHO
Samba de Aracy Côrtes e César Cruz
Gravado por Aracy Côrtes
Acompanhamento de Orquestra
Disco Odeon 13.535-B, matriz 9849
Gravado em 21 de agosto de 1953 e lançado em novembro de 1953


 

 

CARMEN MIRANDA
(1909 – 1955)



CARMEN MIRANDA
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Carmen Miranda foi a cantora de mais prestígio e projeção de nossa música popular durante a década de 1930. Foi também a que mais gravou nesse período, lançado uma nova forma de interpretar sambas e marchas que influenciaria várias outras jovens cantoras. Mesmo sendo uma intérprete consagrada, Carmen Miranda compôs duas músicas, o samba Os Home Implica Comigo, em parceria com Pixinguinha, e a marchinha Por Ti Estou Presa, em parceria com seu padrinho artístico Josué de Barros.

 

OS HOME IMPLICA COMIGO
Samba de Pixinguinha e Carmen Miranda
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento de Clarinetas e Violões
Disco Victor 33.331-A, matriz 50344-2
Gravado em 21 de junho de 1930 e lançado em setembro de 1930




 
POR TI ESTOU PRESA
Marchinha de Carmen Miranda e Josué de Barros
Gravada por Carmen Miranda
Acompanhamento de Choro
Disco Victor 33.396-A, matriz 65065-1
Gravado em 17 de dezembro de 1930 e lançado em janeiro de 1931







LINDA BATISTA
(1919 – 1988)



LINDA BATISTA
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Linda Batista foi a rainha absoluta do rádio, sendo eleita onze vezes consecutivas. Grande estrela de nossa música popular durante o final da década de 1930 e ao longo das décadas de 1940 e 1950, Linda Batista lançou vários sucessos e conquistou uma grande legião de fãs. Compôs algumas músicas, que seriam gravadas por ela ou por sua irmã Dircinha Batista e outros nomes de nossa música.

 

OITAVA MARAVILHA
Marcha de Linda Batista
Gravada por Fernando Alvarez e Linda Batista
Acompanhamento de Vicente Paiva e Sua Orquestra
Disco Odeon 11.695-A, matriz 51
Gravado em 1938 e lançado em fevereiro de 1939




 
COSTELA DE CERA
Samba de Linda Batista
Gravado por Dircinha Batista
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto
Disco Odeon 12.037-B, matriz 6706
Gravado em 07 de julho de 1941 e lançado em setembro de 1941


 

 


MYRIAM ROCHA


MYRIAM ROCHA
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Em 1935, a revista O Malho publicava o retrato e uma nota sobre a compositora Myriam Rocha, afirmando que as mulheres compositoras no Brasil eram raras, sendo raríssimas as que compunham boa músicas. Seria verdade? Myriam Rocha estava entre as boas compositoras, porém, fico pensando em quantas outras compositoras igualmente talentosas não estavam pelo Brasil produzindo e tentando mostrar suas obras. Myriam Rocha teve duas músicas gravadas por Paulo Murilo, Sentimento, valsa em parceria com Adelmar Tavares, e o samba Dizem que amar custa muito, também em parceria com Adelmar Tavares.

 

SENTIMENTO
Valsa de Adelmar Tavares e Myriam Rocha
Gravada por Paulo Murilo
Acompanhamento do Grande Conjunto de Benedito Lacerda
Disco Columbia 55.301-A, matriz 456
Gravado em 1941 e lançado em setembro de 1941


 
DIZEM QUE AMAR CUSTA MUITO
Samba de Adelmar Tavares e Myriam Rocha
Gravado por Paulo Murilo
Acompanhamento do Grande Conjunto de Benedito Lacerda
Disco Columbia 55.301-B, matriz 457
Gravado em 1941 e lançado em setembro de 1941

 

  

HELOÍSA HELENA
(1917 – 1999)



HELOÍSA HELENA
Arquivo Nirez

 

Heloísa Helena foi uma cantora, atriz e diretora brasileira que fez muito sucesso a partis de meados da década de 1930, estrelando filmes como Samba da Vida, de 1937. Neste filme ela canta músicas como Numa Roda de Samba, samba fox de sua autoria em que canta em português e inglês. No filme, Heloísa Helena também cantava em espanhol.

 

NUMA RODA DE SAMBA
Samba Fox de Heloísa Helena
Gravado por Heloísa Helena
Acompanhamento dos Diabos do Céu
Disco Victor 34.199-B, matriz 80500-1
Gravado em 25 de junho de 1937 e lançado em setembro de 1937





HELENA MENEZES SILVA


Compositora do começo da década de 1930, era ligada à SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais). Teve composições gravadas por Sílvio Caldas e pelo Trio T. B. T.

 

É A DOR QUE NOS MALTRATA
Samba de Helena Menezes Silva
Gravado pelo Trio T. B. T.
Acompanhamento do Grupo da Guarda Velha
Disco Victor 33.531-A, matriz 65387-1
Gravado em 18 de fevereiro de 1932 e lançado em março de 1932


 
SE A SORTE FOR IGUAL
Samba de Helena Menezes Silva
Gravado por Sílvio Caldas
Acompanhamento do American Jazz, sob Direção de João Martins
Disco Victor 33.538-B, matriz 65407-2
Gravado em 11 de março de 1932 e lançado em maio de 1935

 

 

BIDU REIS
(1920 – 2011)



BIDU REIS
http://memoria.bn.br/

 

Bidu Reis era uma artista de múltiplos talentos, sendo cantora, poetisa, pianista, radio atriz e compositora. Como cantora ela gravou sozinha ou fazendo parte do grupo vocal As Três Marias, inicialmente ao lado de Marília Batista e Salomé Cotelli. Compositora inspirada, entre suas músicas destaco o samba Bar da Noite, gravado por Nora Ney em 1953 e Creuza Cunha em 1957, e o bolero Interesseira, gravado em 1958 por Anísio Silva.

 

BAR DA NOITE
Samba de Bidu Reis e Haroldo Barbosa
Gravado por Nora Ney
Acompanhamento de Vero e Seu Conjunto
Disco Continental 16.787-A, matriz C-3147
Gravado em 12 de junho de 1953 e lançado em julho/agosto desse ano




 
BAR DA NOITE
Samba Canção de Bidu Reis e Haroldo Barbosa
Gravado por Creusa Cunha
Acompanhamento da Orquestra Mocambo
Disco Mocambo 15.174-A, matriz R-854
Lançado em 1957




 
INTERESSEIRA
Bolero de Bidu Reis e Murilo Latini
Gravado por Anísio Silva
Disco Odeon 14.327, matriz RIO-12427
Gravado em 02 de abril de 1958 e lançado em agosto


 

 

DORA LOPES
(1922 – 1983)



DORA LOPES
http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/

 

Dora Lopes iniciou sua carreira de cantora em 1947, recebendo a nota máxima no programa de calouros de Ary Barroso (uma notável conquista). Já em 1948, gravava seu primeiro disco. Porém, ela também tinha muito talento como compositora, tendo suas músicas gravadas por ela ou por grandes nomes de nossa música, como Linda Rodrigues e Linda Batista.

 

MESA DE BAR
Samba de Paulo Marques e Dora Lopes
Gravado por Linda Rodrigues
Acompanhamento de Amirton Valim e Seu Conjunto
Disco Continental 16.742-B, matriz C-3066
Gravado em 1953 e lançado em maio/junho de 1953


 
AMOR DE BOATE
Samba canção de Dora Lopes e Donato
Gravado por Linda Batista
Acompanhamento de Conjunto
Disco RCA Victor 80-1298-A, matriz BE4-VB-0393
Gravado em 04 de abril de 1954 e lançado em julho de 1954









AYLCE CHAVES


Paulista de Itapetininga, Aylce de Vasconcellos Chaves, ou Aylce Chaves, começou a compor em 1935. Suas primeiras composições foram, Até Logo e Quando a gente ficar velho. Esta última, marcha em parceria com Linda Rodrigues e Amado Régis, seria gravada pela própria Linda Rodrigues em 1945.

Um de seus grandes sucessos, também gravado por Linda Rodrigues, foi o samba Lama, em parceria com Paulo Marques, lançado em 1952.

 

QUANDO A GENTE FICAR VELHO
Marcha de Linda Rodrigues, Aylce Chaves e Amado Régis
Gravada por Linda Rodrigues
Acompanhamento de Abel e Seu Conjunto
Disco Continental 15.554-B, matriz 1316-1
Gravado em 1945 e lançado em dezembro de 1945




 
LAMA
Samba de Paulo Marques e Aylce Chaves
Gravado por Linda Rodrigues
Acompanhamento de Vero e Seu Conjunto
Disco Continental 16.559-A, matriz C-2839
Gravado em 10 de abril de 1952 e lançado em maio/junho de 1952


 

 

LINDA RODRIGUES
(1919 – 1997)



LINDA RODRIGUES
http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/

 

Sofia Gervazone, ou Linda Rodrigues, nasceu no Rio de Janeiro em 11 de agosto de 1919, falecendo nesta mesma cidade em 1997.

Foi uma famosa cantora da década de 1950 e 1960, tendo iniciado sua carreira em 1945. Ao longo de várias décadas gravou discos e se destacou, principalmente, com um repertório romântico. Também foi compositora, tendo gravado algumas de suas obras e tendo sido interpretada por colegas.

 

FARRAPO DE CALÇADA
Samba Canção de Linda Rodrigues
Gravado por Linda Rodrigues
Acompanhamento de Vero e Seu Conjunto
Disco Continental 16.944-B, matriz C-3328
Gravado em 1954 e lançado em abril de 1954



 
 
NADA ME FALTA
Bolero de Aldacir Louro e Linda Rodrigues
Gravado por Linda Rodrigues
Acompanhamento de Orquestra
Disco RCA Victor 80-1935-B, matriz 13-J2PB-0346
Gravado em 28 de janeiro de 1958 e lançado em abril de 1958










  


  


Agradecimento ao Arquivo Nirez













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