Faleceu
na manhã de hoje, 20 de dezembro de 2020, a atriz NICETTE BRUNO, aos 87 anos.
Ela
estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde São
José, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro. Nicette Bruno foi mais uma vítima
do Covid-19.
Nicette
Xavier Miessa nasceu em Niterói (RJ), em 07 de janeiro de 1933. Era filha da
atriz Eleonor Bruno e de Sinésio Campos Xavier.
Aos
quatro anos de idade, a pequena Nicette já se apresentava na Rádio Guanabara, cantando
e declamando no programa infantil de Alberto Manes.
Adotando
artisticamente o sobrenome da mãe, Nicette Bruno aos nove anos ingressou no
grupo teatral da Associação Cristã de Moços (ACM). Depois, estudou no Teatro
Universitário e no Teatro do Estudante, criado pelo ator Paschoal Carlos Magno.
Com
quatorze anos de idade, em 1947, Nicette Bruno já era atriz profissional,
atuando na Companhia Dulcina-Odilo, da atriz Dulcina de Morais, estreando na
pela A Filha de Iório, interpretando Ornela. Sua atuação foi um
sucesso de público e crítica, recebendo o prêmio de atriz revelação da
Associação Brasileira de Críticas Teatrais e tendo uma grande divulgação nos
meios de comunicação da época.
Conheceu
seu futuro esposo, o ator Paulo Goulart, nos palcos, atuando ao lado dele. Em
1954 eles se casaram e permaneceram unidos por quase 60 anos. Da união,
nasceram os também artistas: Paulo Goulart Filho, Bárbara Bruno e Beth Goulart.
Nicette
e Paulo fundaram em 1953 a companhia Teatro Íntimo de Nicette Bruno, onde
participaram Tônia Carrero e Walmor Chagas.
Um
dos nomes pioneiros da televisão no Brasil, Nicette Bruno estreou em frente as
câmeras em 1950, participando da TV Tupi, fazendo recitais e teleteatros. Nessa
emissora, participou da primeira adaptação, para a televisão, do Sítio do
Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, programa exibido entre 1952 e 1962. Entre
2001 e 2004, na segunda versão do Sítio do Pica-Pau Amarelo, realizado
pela Rede Globo (a primeira foi de 1977 a 1986), Nicette Bruno interpretou Dona
Benta, a adorável vovó que anteriormente fora imortalizada por Zilka
Salaberry.
Ao
lado do marido, trabalhou na TV Continental, mas, sua primeira novela aconteceu
na TV Exclesior em 1967, Os Fantoches. Voltou à TV Tupi para atuar em
sucessos, como Meu Pé de Laranja Lima (1970), Éramos Seis (1977),
onde interpretou Dona Lola, e Como Salvar Meu Casamento
(1979), novela inacabada.
Convidada
pelo ator e diretor Fábio Sabag, Nicette Bruno estreou na Rede Globo em 1981,
interpretando a freira Júlia em Obrigado Doutor, ao lado de Francisco
Cuoco, que interpretava o personagem principal.
Na
Globo, Nicette Bruno estrelou novelas que a fariam ficar conhecida e querida do
público, como Sétimo Sentido (1982), sua estreia em novelas na emissora,
Louco Amor (1983), Selva de Pedra (1986), Rainha da Sucata
(1990) e Mulheres de Areia (1993). Em O Amor Está No Ar (1997),
interpretou sua primeira vilã. Atuaria ainda em Alma Gêmea (2005) e Sete
Pecados (2007), Salve Jorge (2013), Pepa Pega (2017), entre outras.
Sua
última aparição na televisão foi na novela Éramos Seis (2020), onde foi
homenageada por ter interpretado Dona Lola na versão da TV Tupi de 1977.
Nicette Bruno interpretou uma freira, que na reta final da história encontrava
com Dona Lola (Glória Pires).
Com a partida de Nicette Bruno, fica uma grande lacuna em nosso meio artístico e cultural em um momento em que cada vez mais precisamos de exemplos e talentos como o dela. Fica sua obra, inconfundível como seu sorriso.
NICETTE BRUNO 1953 http://memoria.bn.br/ |
Recortes sobre Nicette Bruno
Correio da Manhã, 05 de outubro de 1947, p.21 http://memoria.bn.br/ |
Tribuna Popular, 04 de novembro de 1947, p.08 http://memoria.bn.br/ |
Correio da Manhã, 30 de março de 1948, p.13 http://memoria.bn.br/ |
O Sorriso de Gioconda Revista da Semana, 1949 http://memoria.bn.br/ |
O Sorriso de Gioconda Da esq. para a dir. Suzana Negri, Diniz, Graça Melo, Dulcina de Morais, Nicette Bruno e Odilon Azevedo Comoedia, 1949 http://memoria.bn.br/ |
O Sorriso de Gioconda Carioca, 1949 http://memoria.bn.br/ |
Fon Fon, 1950 http://memoria.bn.br/ |
Revista A Cigarra (SP), 1948
http://memoria.bn.br/
O Cruzeiro, 1948 http://memoria.bn.br/ |
O Cruzeiro, 1949 http://memoria.bn.br/ |
Cinelândia, 1953 http://memoria.bn.br/ |
Cinelândia, 1953 http://memoria.bn.br/ |
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