ZAÍRA CAVALCANTI,
1929 |
Vamos continuar a homenagem à cantora e atriz de teatro de revista ZAÍRA CAVALCANTI.
Zaíra Baltazar Cavalcanti nasceu em
Santa Maria (RS), em 01 de outubro de 1913, falecendo no Rio de Janeiro, no Retiro
dos Artistas, em 12 de setembro de 1981.
A primeira parte desse artigo :
Outras homenagens à Zaíra Cavalcanti:
ZAÍRA CAVALCANTI – Reportagem de
Sylvia Moncorvo:
Hoje, dou continuidade a essa homenagem
trazendo mais informações sobre sua carreira e apresentando suas gravações.
Morena, de olhos verdes e de uma beleza
impressionante, fora o talento nato para atuar e cantar, Zaíra Cavalcanti deu
um impulso a uma bem sucedida carreira. Isso, ainda com dezesseis anos.
Após o sucesso de Dá Nella!...,
continuou lançando êxitos, conquistando admiradores e obtendo respeito dos
críticos. Vieram outras peças de sucesso, como: Chora que Passa e Pau
Brasil.
Cartaz da revista Pau Brasil Crítica, 03 de maio de 1930, p.07 http://memoria.bn.br/ |
Seu sucesso no teatro a levou para o
disco. Em março de 1930, Zaíra Cavalcanti lançava seu primeiro disco pela
Parlophon, trazendo os sambas Pedaço de Mau Caminho, de Eduardo Souto e Oswaldo
Santiago, e Gongá, de José Luiz da Costa (Zé Pretinho), em ambos ela é
acompanhada pela Simão Nacional Orquestra, dirigida por Simão Bountman. Zaíra
Cavalcanti gravou pouco (14 músicas em 07 discos), porém, deixou um bom
repertório, interpretando compositores como Donga, Ary Barroso, Lamartine Babo, Luiz
Peixoto, Milton Amaral, Oscar Cardona, Eduardo Souto, João de Barro, Marques
Porto, Zé Pretinho, Mesquitinha, Neves, Jerônimo Cabral, Gonçalves de Oliveira,
Américo de Carvalho e Mário Barros.
Ela
gravaria entre 1930 e 1933, pela Parlophon e Odeon. Algumas de suas músicas são
dignas de notas, como Por Que?, Orgia, Sem Querer, Canção
dos Infelizes, Tem Moamba e Vou Pedir À Padroeira. Zaíra Cavalcanti
possuía uma bela voz e tinha uma ginga irresistível para cantar sambas e uma
dolência cativante ao interpretar nossas canções.
Diário da Noite, 23 de agosto de 1930 http://memoria.bn.br/ |
No final de 1930, excursionou pela Argentina, obtendo grande sucesso. O periódico A
Noite Illustrada, em 1931, trazia uma bela foto da atriz anunciando sua estadia em Buenos
Aires, com o título “O Êxito de uma Vedette brasileira: Zaíra
Cavalcanti, a vedette de revistas typicas nacionaes, que faz ruidozo sucesso em
Buenos Aires, no Teatro de Mayo, ao lado de Danilo de Oliveira e Verdi de
Carvalho". Ela foi com a Companhia Rataplan. Zaíra Cavalcanti falava
espanhol fluente e isso seria importante em trabalhos futuros.
ZAÍRA CAVALCANTI A Noite Illustrada, 1930 Arquivo Nirez |
A Noite Illustrada, 1930 Arquivo Nirez |
Ao
longo da década de 1930, Zaíra Cavalcanti atuaria em nosso teatro musicado e no
rádio, indo vez ou outra em temporadas pela Argentina, onde atuava em rádios de
Buenos Aires. Trabalharia em várias companhias teatrais, como Dercy Gonçalves, Vicente Celestino e Walter Pinto, de onde foi estrela no começo da década de 1940.
Em
1935, foi eleita Rainha da Noite em um dos bailes de Carnaval realizado
no Theatro João Caetano, intitulado “Vozes do Radio”.
Fora
a marchinha Dá Nela, de Ary Barroso, Zaíra Cavalcanti lançou no teatro de
revista outras músicas de sucesso, como os tangos Cristal e Nostálgias,
bem como o samba canção Na Batucada da Vida, de Ary Barroso e Luiz
Peixoto, que seria gravado em 1934 por Carmen Miranda.
No
cinema, sua atuação se iniciou em 1927 no filme inacabado Flor do Pântano.
Em 1938, ela apareceria em cenas de Carnaval no filme Tereré não Resolve.
No auge de sua carreira, em 1940, atuou em um filme argentino, a comédia Luna
de Miel em Río, dirigido por Manuel Romero, estrelado por Niní Marshall. Zaíra
Cavalcanti é coadjuvante no filme, interpretando o papel de Mercedes, e ainda
canta o número Eu tenho Tudo, samba de sua autoria.
Zaíra Cavalcanti canta Eu Tenho Tudo
Luna de Miel en Río, 1940
Faria
participações em filmes brasileiros nos anos 40, como Pureza (1940), Vamos
Cantar (1941) e Entra na Farra (1943). Em 1970, ao lado do amigo Amácio
Mazzaropi, Zaíra Cavalcanti atuou em Uma Pistola para Djeca, comédia dirigida
por Ary Fernandes. Ainda atuaria em Sedução, (1974), Cada um dá o que
tem (O Despejo) (1975) e A Ilha do Desejo (1975).
No
teatro, atuaria, na década de 1970, em dramas como Bodas de Sangue, de
Garcia Lorca, sendo dirigida por Antunes Filho, em uma montagem que contava com
Maria Della Costa e o jovem ator iniciante Carlos Eduardo (Kadu) Moliterno.
Como
outras colegas antes e depois dela, Zaíra Cavalcanti passou seus últimos dias
morando no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Faleceu poucas
semanas antes de completar 68 anos de idade, em 12 de setembro de 1981.
Confiram alguns recortes sobre a carreira de Zaíra Cavalcanti, bem como suas gravações, realizadas entre 1930 e 1933. Graças a amigos como Nirez e Dijalma Candido podemos apreciar todas as gravações feitas por essa talentosa artista e conhecer os selos de seus discos.
RECORTES SOBRE ZAÍRA
CAVALCANTI
Diário Carioca, 26 de janeiro de 1930, p.07 http://memoria.bn.br/ |
A Batalha, 25 de fevereiro de 1930, p.06 |
A Batalha, 26 de julho de 1930, p.06 http://memoria.bn.br/ |
A Batalha, 29 de outubro de 1930, p.05 http://memoria.bn.br/ |
Crítica, 22 de abril de 1930, p.06 http://memoria.bn.br/ |
Crítica, 03 de setembro de 1930, p.07 http://memoria.bn.br/ |
O Radical, 26 de dezembro de 1932, p.03 http://memoria.bn.br/ |
O Fluminense, 19 de fevereiro de 1933 http://memoria.bn.br/ |
Gazeta de Notícias, 1935 http://memoria.bn.br/ |
A Nação, 30 de maio de 1935, p.03 http://memoria.bn.br/ |
A Nação, 23 de outubro de 1935, p.08 http://memoria.bn.br/ |
A Nação, 23 de maio de 1937, p.06 http://memoria.bn.br/ |
O Radical, 30 de dezembro de 1943, p.05 http://memoria.bn.br/ |
A Manhã, 08 de dezembro de 1948, p.05 http://memoria.bn.br/ |
A Manhã, 16 de junho de 1949, p.05 http://memoria.bn.br/ |
Crítica de A Borracha é Nossa O Cruzeiro, 1949 http://memoria.bn.br/ |
ZAÍRA CAVALCANTI |
GRAVAÇÕES DE ZAÍRA CAVALCANTI
PEDAÇO DE MAU CAMINHO
Samba de Eduardo Souto e Osvaldo Santiago
Acompanhamento de Simão Nacional Orquestra
Disco Parlophon 13.114-A, matriz 3317
Gravado em 1930 e lançado em março
Acompanhamento de Simão Nacional Orquestra
Disco Parlophon 13.114-B, matriz 3318
Gravado em 1930 e lançado em março
Acompanhamento da Orquestra Pan American, sob a direção de Simon Bountman
Disco Odeon 10.611-A, matriz 3548-1
Lançado em junho de 1930
Canção de Ernesto dos Santos (Donga), Luís Peixoto e Marques Porto
Acompanhamento da Orquestra Pan American, sob a direção de Simon Bountman
Disco Odeon 10.611-B, matriz 3547-1
Lançado em junho de 1930
Acompanhamento de Simão nacional Orquestra
Disco Parlophon 13.200-A, matriz 3733
Gravado em 1930 e lançado em setembro
Acompanhamento de Simão nacional Orquestra
Disco Parlophon 13.200-B, matriz 3739
Gravado em 1930 e lançado em setembro
Lançado por Zaíra Cavalcanti na revista musical Pau Brasil, de 1930.
Samba de Eduardo Souto e João de Barro
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Parlophon 13.218-A, matriz 3898
Gravado em 1930 e lançado em outubro
Samba da Penha
De Américo de Carvalho
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Parlophon 13.218-B, matriz 3899
Gravado em 1930 e lançado em outubro
Samba de Mário Barros
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Parlophon 13.255-A, matriz T-17
Lançado em janeiro de 1931
Samba canção de Ary Barroso, Marques Porto e Luís Peixoto
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Parlophon 13.255-B, matriz T-16
Lançado em janeiro de 1931
Fox de Milton Amaral e Jerônimo Cabral
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.951-A, matriz 4529
Gravado em 20 de outubro de 1932 e lançado em janeiro e fevereiro de 1933
Samba de Paulo orlando e Jerônimo Cabral
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.951-B, matriz 4530
Gravado em 20 de outubro de 1932 e lançado em janeiro e fevereiro de 1933
Samba de Oscar Cardona
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.984-A, matriz 4524
Gravado em outubro de 1932 e lançado em março de 1933
Choro de Oscar Cardona
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.984-B, matriz 4525
Gravado em outubro de 1932 e lançado em março de 1933
Agradecimento a Dijalma Candido e ao Arquivo Nirez
Nenhum comentário:
Postar um comentário