quarta-feira, 23 de outubro de 2024

RELEMBRANDO O CANTOR J. GOMES JÚNIOR

Correio da Manhã, 1927.
http://memoria.bn.br





Vamos relembrar o cantor e compositor J. GOMES JUNIOR, nascido em 23 de outubro de 1868.          
  
Pela história de nossa Música Popular passaram muitos artistas que deixaram sua contribuição para nossa cultura. Alguns fixaram seu nome no tempo, sendo lembrados por décadas, apesar de nossa pouca memória cultural.    


Outros, inclusive por essa característica de esquecermos nosso passado, tiveram seus nomes perdidos no tempo, embora em sua época tivessem gozado de algum ou muito prestígio.

Esse último é o caso do cantor (tenor) e compositor J. (José) Gomes Junior que foi um nome conhecido no meio musical da década de 1920 e hoje encontra-se totalmente (ou quase) desconhecido, sendo lembrado por poucos pesquisadores e amantes da música popular do passado.

Segundo o saudoso pesquisador Abel Cardoso Junior, José Gomes Junior era sócio e gerente da Casa Viúva Guerreiro, que editava partituras para piano. Ele também era compositor. Teve seu schottisch Yolanda gravado em 1914 pelo Grupo Odeon. Em janeiro de 1928, Francisco Alves lançou sua marcha carnavalesca Eu Fui no Mato Crioula.



Correio da Manhã, 1927.
http://memoria.bn.br


Na década de 1920, J. Gomes Junior gravou alguns discos ainda na fase mecânica entre 1926 e 1927. Chegou a gravar, ao lado da soprano Zaíra de Oliveira, um grande sucesso carnavalesco, a marcha Dondoca, de José Francisco de Freitas, que fez furor no Carnaval de 1927.

Ele gravaria oito músicas, destacadas pela Discografia Brasileira. Porém, há alguns anos, surgiu um disco “inédito” dele que não constava na discografia, da autoria do amigo e pesquisador Eduardo Saragiotto Beghini. A música se intitula Minha Sogra que me Tapear, no caso “tapear = bater”. O disco foi lançado em 1927. É possível que outros discos apareçam com o tempo, vamos torcer por isso.

J. Gomes Junior faleceu em 19 de julho de 1963.



Livro As Mil Canções do Rei da Voz
de Abel Cardoso Junior
Arquivo Marcelo Bonavides



Trago algumas poucas músicas de seu repertório, entre elas o cateretê de Hekel Tavares, Eu vi uma Lagartixa, gravado por ele em 1926, que seria regravado pouco depois por Patrício Teixeira e, décadas depois, por Inezita Barroso, com o título de Redondo Sinhá. A música faz alusão à morte do famoso ator Rodolfo Valentino, ocorrida em 1926.




J. Gomes Junior compositor


YOLANDA
Schottisch de J. Gomes Júnior
Gravado pelo Grupo Odeon
Disco Odeon Record 120.977
Lançado em 1914





EU FUI NO MATO CRIOULA
Marcha Carnavalesca de J. Gomes Junior
Gravada por Francisco Alves
Acompanhamento da Orquestra Pan American do Cassino Copacabana
Disco Odeon 10.126-B, matriz 1517
Lançado em janeiro de 1928






J. Gomes Junior intérprete


DONDOCA
Marcha Carnavalesca de José Francisco de Freitas
Gravada por Zaíra de Oliveira e J. Gomes Junior
Disco Odeon Record 123.250, matriz 1095
Lançado em 1926





OIA LÁ JOÃO
Choro Típico de Henrique Vogeler
Gravado por J. Gomes Junior
Disco Odeon Record 123.257, matriz 1080
Lançado provavelmente em 1926





EU VI UMA LAGARTIXA
Cateretê de Hekel Tavares
Gravado por J. Gomes Junior
Disco Odeon Record 123.258, matriz 1078
Lançado em 1926





VOU QUEBRAR
Choro de Henrique Vogeler
Gravado por J. Gomes Junior
Disco Odeon Record 123.259, matriz 1081
Lançado em 1926



IOIÔ É BÃO
Samba Carnavalesco de Raul Silva
Gravado por J. Gomes Junior
Disco Odeon Record 123.261, matriz 1082
Lançado em 1926





MINHA SOGRA QUER ME TAPEAR
Samba Carnavalesco de José Francisco de Freitas
Gravado por J. Gomes Nunior
Disco Odeon Record 123.262
Lançado provavelmente em 1926



TUDO ACABADO
Tango Canção de Cândido das Neves
Gravado por J. Gomes Junior
Disco Odeon Record 123.263, matriz 1087
Lançado em 1926












Agradecimento a Eduardo Saragiotto Beghini e ao Arquivo Nirez











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