sexta-feira, 7 de agosto de 2020

CARMEN MIRANDA E A PARTICIPAÇÃO FEMININA NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO (1929 - 1939)

CARMEN MIRANDA, 1930
Arquivo Nirez




Na noite de 05 de agosto de 2020, por ocasião do 65º aniversário de morte da cantora CARMEN MIRANDA, A Pequena Notável, o DÍCTIS (Laboratório de Estudos e Pesquisas em História e Culturas) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), apresentou a Live Carmen Miranda e a participação feminina nos meios de comunicação (1929 – 1939).

A Live foi mediada pelo historiador e pesquisador Marcelo Bonavides de Castro, tendo como convidados Gilberto Inácio Gonçalves, cirurgião dentista e pesquisador de música popular brasileira, possuidor de um grande acervo com 15 mil discos 78 rpm e 5 mil discos 33 rpm; e Diego Nunes, pesquisador sobre a memória cinematográfica, formado em Rádio e Televisão e cursando Mestrado em Áudio Visual Multimédia em Aveiro, Portugal.
 
A Live foi dividida em três parte. Na primeira, Marcelo Bonavides apresentava uma breve biografia de Carmen Miranda, apresentando fotos, trechos de músicas e vídeos sobre a cantora. Depois, Gilberto Inácio Gonçalves falou sobre a influência de Carmen Miranda no disco e as cantoras contemporâneas a ela. Entre essas cantoras, Gilberto mostrou as que seguiam o canto lírico e as que se inspiravam em Carmen Miranda, mostrando também as que tinham estilo próprio, mas que, como Carmen, cantavam de uma forma mais coloquial. Diego Nunes nos mostrou a influência de Carmen Miranda no cinema, moda e os artistas que a imitariam ao longo de vários anos, sem esquecer as mulheres pioneiras de nosso cinema.
 
 
Vamos conferir um pouco do que foi exposto na Live em homenagem à Carmen Miranda.
 
 
Breve Biografia
 
Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu no dia 09 de fevereiro de 1909, em Marco de Canavezes, um distrito da cidade do Porto, em Portugal.
 
Veio ao Brasil com mais ou menos um ano de idade. Sua mãe veio encontrar-se com seu pai, trazendo Maria do Carmo e Olinda, a irmã mais velha. No Brasil, nasceriam mais quatro filhos: Cecília, Amaro (Mário), Aurora e Oscar.


Carmen Miranda aos três anos de idade.
A Noite Illustrada, 1932
Arquivo Nirez

 
Em meados da década de 1920 a família de Carmen Miranda morava na Travessa do Comércio no centro do Rio de Janeiro. Sua mãe mantinha uma pensão, onde servia refeições para o público.
 
Carmen Miranda conheceu Josué de Barros, compositor e violonista baiano, por volta de 1928. Josué viu potencial na jovem que queria se tornar cantora e resolveu ajudá-la. Ainda em 1928, em 28 de agosto, ela participa de sua primeira apresentação como cantora, em um evento de caridade no Instituto Nacional de Música, em benefício ao Orfanato do Sagrado Coração de Jesus (segundo o jornal A Esquerda), cantando tangos. Ela repetiria a experiencia em 07 de janeiro de 1929, em outro evento no mesmo Instituto Nacional de Música, em homenagem ao compositor Ernesto Nazareth.


Provável estréia de Carmen Miranda como cantora, em 1928.
A Esquerda, 27 de agosto de 1928
http://memoria.bn.br/

 
No ano de 1929, Carmen Miranda vai se apresentar, levada por Josué de Barros, em algumas rádios do Rio de Janeiro, como a Rádio Educadora do Brasil, Rádio Sociedade e a Rádio Mayrink Veiga. Em setembro, Josué a leva até a gravadora Brunswick, e Carmen grava seu primeiro disco. Mas, como o lançamento demoraria, Josué a leva para a Victor, onde no começo de dezembro de 1929 ela grava seu primeiro disco nessa gravadora. Em janeiro, ela grava mais alguns discos, que são lançados sem demora e a aceitação é muito boa. No fim de janeiro, o médico e compositor Joubert de Carvalho, inspirado pela primeira vez que viu Carmen, compõe para ela a marcha canção Pra Você Gostar de Mim, mais conhecida como Taí. A música é gravada às pressas para o carnaval de 1930, e faz um estrondoso sucesso, vendendo 35 mil cópias, e rendendo à Carmen uma pequena fortuna para a época, 14 contos de réis. O grande prêmio da loteria, na época, pagava 25 contos de réis.



DONA BALBINA
Samba de Josué de Barros
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento de Rogério Guimarães e Josué de Barros aos Violões
Disco Victor 33.249-B, matriz 50135-1
Gravado em 04 de dezembro de 1929 e lançado em janeiro de 1930




P´RA VOCÊ GOSTAR DE MIM
Marcha Canção de Joubert de Carvalho
Gravada por Carmen Miranda
Acompanhamento da Orquestra Victor
Disco Victor 33.263-B, matriz 50169-3
Gravado em 27 de janeiro de 1930 e lançado em fevereiro de 1930  



Com o sucesso de Taí, Carmen Miranda se lança nacionalmente como cantora. A partir de então, vai conquistando mais sucessos e influenciando novas cantoras, que iam surgindo e seguindo seu estilo de interpretação, muitas vezes imitando sua voz.


CARNAVÁ TÁ AÍ 
Marcha Carnavalesca de Pixinguinha e Josué de Barros 
Gravada por Carmen Miranda 
Acompanhamento de Orquestra e Coro 
Disco Victor 33.399-A, matriz 65054-3 
Gravado em 11 de dezembro de 1930 e lançado em janeiro de 1931 

 

Atuando no rádio, cinema, fazendo shows em cassinos, excursionando pelo Brasil e pela Argentina, e sempre gravando discos (a partir de 1935, pela Odeon), Carmen Miranda conquistou o lugar de a mais popular cantora do Brasil durante os anos 30 do século XX.
 
SAMBISTA DA CINELÂNDIA 
Samba de Custódio Mesquita e Mário Lago 
Gravado por Carmen Miranda 
Acompanhamento de Custódio Mesquita ao Piano e Seu Ritmo 
Disco Odeon 11.377-B, matriz 5349 
Gravado em 14 de maio de 1936 e lançado em agosto de 1936 
 


 CACHORRO VIRA LATA 
Samba Choro de Alberto Ribeiro 
Gravado por Carmen Miranda 
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto 
Regional Disco Odeon 11.482-A, matriz 5571 
Gravado em 04 de maio de 1937 e lançado em junho de 1937 

 


 EU DEI... 
Marcha de Ary Barroso 
Gravada por Carmen Miranda 
Acompanhamento de Conjunto Regional 
Disco Odeon 11.540-B, matriz 5670 
Gravado em 21 de setembro de 1937 e lançado em dezembro de 1937 

 



Já muito popular no Brasil, em 1939, Carmen Miranda assina um contrato para trabalhar na Broadway, em Nova York. Na ocasião, ela abafava, como diziam na época, com o samba baiano de Dorival Caymmi, O que é que a Baiana tem?, que ela gravou ao lado de Caymmi e cantou no filme Banana da Terra, lançado em 1939.


O Cruzeiro, 1939
 

Dorival Caymmi ensinava à Carmen os trejeitos que ela fazia na frente da câmera.

Carmen Miranda canta O que é que a Baiana tem? no filme Banana da Terra, em 1939


 

Indo aos EUA, Carmen Miranda dá início a uma nova fase em sua carreira e em sua vida. Volta ao Brasil em 1940, gravando seus últimos discos aqui e volta aos EUA nesse mesmo ano.


O Cruzeiro, 1940



VOLTEI PRO MORRO
Samba de Vicente Paiva e Luiz Peixoto
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento do Conjunto Odeon, sob a Direção de Simon Bountman e Vicente Paiva ao Piano
Disco Odeon 11.902-A, matriz 6457
Gravado em 02 de setembro de 1940 e lançado em outubro de 1940


 
Só retornaria ao Brasil em fins de 1954, para se recuperar de uma depressão. Retornando aos EUA no começo de 1955. Em 05 de agosto de 1955, ela faleceu após gravar um programa ao lado de Jimmy Durante, no qual passou mal em frente às câmeras.


Carmen Miranda no Jimmy Durante Show, em 04 de agosto de 1955


 

Carmen Miranda influenciou vários artistas durante sua vida e, após sua morte, influenciaria mais ainda milhares de pessoas que, fascinados com seu carisma, sempre iriam buscar dentro de si um pouquinho de “Pequena Notável” para exibir ao público. As novas gerações também continuam se encantando com o talento de Carmen Miranda.





Carmen Miranda e sua influência no canto popular

Após seu sucesso com P´ra você gostar de mim (Taí), Carmen Miranda se tornou uma cantora conhecida nacionalmente. Sua forma de cantar, inserindo improvisos nos versos e cantando como se estivesse sorrindo, inspiraria outras cantoras a seguir seu estilo e, até, imitar sua voz. Carmen Miranda vai romper com o estilo lírico para cantar a música popular, cantando coloquialmente.


Cantoras anteriores à Carmen Miranda


ZAÍRA DE OLIVEIRA


ZAÍRA DE OLIVEIRA

 Zaíra de Oliveira foi uma de nossas maiores sopranos. Mesmo sendo cantora lírica premiada, abraçou a música popular, gravando vários sambas e marchas. Nos anos 30, atuou no Conjunto Tupy, gravando algumas peças afro-brasileiras. Foi casada com o compositor Donga e coordenou corais ao lado de Villa-Lobos.

 

O TEU OLHAR
Marcha
Gravada por Zaíra de Oliveira e Bahiano
Disco Odeon Record 122.798
Lançado em 1925

 



ARACY CÔRTES

ARACY CÔRTES
Arquivo Nirez


Aracy Côrtes foi uma das mais famosas Rainhas do Teatro de Revista brasileiro. Iniciou sua carreira profissional nos palcos em 1921, conseguindo sua consagração poucos anos depois. Em 1925, gravou seu primeiro disco ainda no processo mecânico, pela Casa Edison. Voltaria a gravar em 1928, lançando clássicos como Jura, de Sinhô, e Yayá (Linda Flor – Ai, Yoyô), de Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto. Sua voz de soprano se adaptava para cantar nossa música popular.

 

YAYÁ
Canção Brasileira de Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto
Gravado por Aracy Côrtes
Acompanhamento da Orquestra Parlophon
Disco Parlophon 12.926-A, matriz 2366
Lançado em março de 1929






STEFANA DE MACEDO

STEFANA DE MACEDO
Arquivo Nirez

 
Stefana de Macedo foi uma de nossas primeiras cantoras/pesquisadoras de nosso folclore e professora de violão. Pernambucana, fez carreira no Rio de Janeiro, divulgando temas populares de sua terra. Gravou vários discos de cunho folclóricos de importante contribuição para a divulgação de nossa cultura popular.
 
 
SUSSUARANA
Canção de Hekel Tavares e Luiz Peixoto
Gravado por Stefana de Macedo
Acompanhamento de Hekel Tavares ao Piano
Disco Odeon 10.204-B, matriz 1704
Lançado em 1928





ELSIE HOUSTON


ELSIE HOUSTON
Arquivo Nirez


Filha de um dentista norte-americano e de uma carioca, Elsie Houston nasceu no Rio de Janeiro e foi uma de nossas maiores sopranos e pesquisadoras de folclore, com carreira internacionalmente bem-sucedida. No Brasil, amiga de modernistas, Elsie Houston gravou várias peças de nosso folclore. Lançou uma tese na Sorbone, em Paris, sobre os cantos e danças populares do Brasil.

 

 EH, JURUPANÃ
Coco do Norte popular em arranjo de Elsie Houston
Gravado por Elsie Houston
Acompanhamento de Hekel Tavares, João Pernambuco, Sampaio e Jararaca
Disco Columbia 7.053-B, matriz 380587
Gravado em dezembro de 1929 e lançado em 1930




JESY BARBOSA 

JESY BARBOSA
Arquivo Nirez

Jesy Barbosa foi uma das cantoras mais populares do final da década de 1920. Soprano, com uma poderosa voz e dicção perfeita, Jesy Barbosa foi a grande aposta da gravadora Victor quando de sua inauguração no Brasil em 1929. Com o surgimento de Carmen Miranda, a gravadora voltou sua atenção para a Pequena Notável. Porém, Jesy Barbosa continuou com uma bela carreira no disco, rádio e no jornalismo. Ela e Carmen eram amigas e Jesy Barbosa também se destacou como poetisa.

 

BALAIO
Maxixe de Marcelo Tupynambá
Gravado por Jesy Barbosa e Mário Pessoa
Acompanhamento da Orquestra Victor
Disco Victor 33.219-A, matriz 50065-2
Gravado em 28 de setembro de 1929 e lançado em novembro de 1929





Cantoras que seguiram o estilo de Carmen Miranda

Algumas cantoras que surgiram a partir de 1930, buscaram seguir o estilo de cantar que Carmen Miranda adotara. Algumas, conseguiam imitar a voz de Carmen, confundindo alguns ouvintes menos atentos.

  

RAQUEL DE FREITAS

 

RAQUEL DE FREITAS
http://memoria.bn.br/


Raquel de Freitas gravou alguns discos na primeira metade da década de 1930. Cantora de São Paulo, seu estilo se assemelhava bastante ao de Carmen Miranda.

 

GOOD BYE MEU BEM
Marcha de Silvino Neto
Gravado por Raquel de Freitas
Disco Arte-Fone 4.132-A
Lançado em 1932




ELZA CABRAL

ELZA CABRAL
Arquivo Nirez


Elza Cabral também foi uma cantora de meados da década de 1930 que seguiu o estilo de Carmen Miranda. Gravando em São Paulo, ela deixou alguns discos gravados com músicas interessantes.


FALSO AMOR
Samba de João da Gente
Gravado por Elza Cabral
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.171-B, matriz 381.345
Lançado em dezembro de 1932





SÔNIA CARVALHO

SÔNIA CARVALHO
Arquivo Nirez

 
A paulista Sônia Carvalho foi uma das grandes cantoras do rádio paulistano na década de 1930. Iniciou sua carreira em 1934 imitando o estilo de Carmen Miranda, inclusive fazendo uma voz muito parecida com a de Carmen. Gravou importantes compositores e deixou, mesmo que pouca, uma significativa discografia.
 
 
BEIJOS
Marcha de André Filho
Gravada por Sônia Carvalho
Disco Odeon 11.176-A, matriz 4918
Gravado em 21 de setembro de 1934 e lançado em dezembro de 1934





Como comparação, ouçam a gravação de Carmen Miranda do samba Adeus, Batucada, de Synval Silva, gravado em 1935
 
ADEUS BATUCADA
Samba de Synval Silva
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento da Orquestra Odeon, sob Direção de Simon Bountman
Disco Odeon 11.285-A, matriz 5164
Gravado em 24 de setembro de 1935 e lançado em novembro de 1935




Cantoras com um canto mais coloquial



ELISA COELHO

ELISA COELHO
Arquivo Nirez


 
Criadora, no disco, de No Rancho Fundo, Elisa Coelho tinha um canto próprio, mais contido e muito cativante.
 
 
NO RANCHO FUNDO
Samba Canção de Ary Barroso e Lamartine Babo
Gravado por Elisa Coelho
Acompanhamento de Piano e dois Violões
Disco Victor 33.444-A, matriz 65164-1
Gravado em 15 de junho de 1931 e lançado em agosto de 1931






YOLANDA OSÓRIO

YOLANDA OSÓRIO
Arquivo Nirez


Yolanda Osório iniciou sua carreira artística em 1930 gravando alguns discos e se destacando em sambas e marchas. Tinha estilo próprio e uma forma coloquial ao cantar. Também participou do Conjunto Tupy, cantando temas afro-brasileiros.
 
CHÔ ARARA!
Samba de João Miranda
Gravado por Yolanda Osório
Acompanhamento dos Desafiadores do Norte
Disco Brunswick 10.038-A
Lançado em março de 1930






HELENA PINTO DE CARVALHO

HELENA PINTO DE CARVALHO
Arquivo Nirez



Helena Pinto de Carvalho foi uma cantora paulistana que, mesmo pertencendo à alta sociedade, abraçou a música popular gravando sambas e marchas. Atuou no célebre filme musical Coisas Nossas, de 1931.
 

FOGO, FOGUINHO
Samba Canção de Chiquinha Gonzaga e Viriato Correia
Gravado por Helena Pinto de Carvalho
Acompanhamento de Max Cardoso e Arnaldo Pescuma ao Violões e Coro
Disco Victor 33.325-A, matriz 50371-2
Gravado em 05 de julho de 1930 e lançado em agosto de 1930





AURORA MIRANDA

AURORA MIRANDA
Arquivo Nirez


Aurora Miranda era irmã de Carmen Miranda e também seguiu carreira como cantora. Possuidora de carisma, talento e estilo próprio sendo uma cantora de muito sucesso. Tinha uma bela voz e deixou muitos discos gravados ao longo da década de 1930.
 

FALA R.S.C
Samba de José Evangelista
Gravado por Aurora Miranda
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 11.049-B, matriz 4708
Gravado em 10 de agosto de 1933 e lançado em setembro de 1933




ARACY DE ALMEIDA

ARACY DE ALMEIDA
Arquivo Nirez
 


Aracy de Almeida surgiu como cantora em meados da década de 1930, destacando-se como ótima sambista, inclusive interpretando músicas de Noel Rosa. Mesmo iniciando imitando Carmen Miranda, adquiriu estilo próprio ao cantar.
 


SÉCULO DO PROGRESSO
Samba de Noel Rosa
Gravado por Aracy de Almeida
Acompanhamento dos Boêmios da Cidade
Disco Victor 34.296-B, matriz 80555-1
Gravado em 28 de julho de 1937 e lançado em março de 1938





DIRCINHA BATISTA

DIRCINHA BATISTA
Arquivo Nirez
 


Dircinha Batista iniciou sua carreira de cantora em 1930, aos oito anos de idade, já fazendo sucesso. Menina precoce, já era uma cantora consagrada quando ainda era adolescente. Seguiu uma vitoriosa carreira até meados da década de 1960.
 
 
PIRATA
Marcha de João de Barro e Alberto Ribeiro
Gravada por Dircinha Batista
Acompanhamento dos Diabos do Céu
Disco Victor 34.030-B, matriz 80087-1
Gravado em 15 de janeiro de 1936 e lançado em fevereiro de 1936





LINDA BATISTA

LINDA BATISTA
Arquivo Nirez
 


Linda Batista surgiu no cenário artístico na segunda metade da década de 1930. Fez sucesso logo de início, sendo eleita em 1936 Rainha do Rádio, título que manteve por onze anos consecutivos. Com uma bela e potente voz, Linda Batista ficaria no lugar que Carmen Miranda deixou vago ao seguir para os EUA. Durante os anos 40, Linda Batista foi a cantora mais popular do Brasil.
 
 
BATUQUE NO TERREIRO
Samba de Mário Lago e Erasmo Silva
Gravado por Linda Batista
Acompanhamento de Regional
Disco Victor 80-0428-B, matriz S-078516-1
Gravado em 09 de maio de 1946 e lançado em agosto de 1946






Carmen Miranda e sua imagem retratada no cinema e televisão 

Ao longo de sua carreira, Carmen Miranda iria se destacar no cinema e na televisão. Porém, é importante lembrarmos de algumas pioneiras no cinema brasileiro.

 

MISS RAY

(LAURA SERRA)

Arquivo Diego Nunes

Arquivo Diego Nunes

 

Laura Serra ou Miss Ray foi atriz durante a década de 1910, protagonizando o primeiro nu feminino de nosso cinema em 1917, no filme brasileiro Le Film du Diable.

 

 CLÉO DE VERBERENA

Arquivo Diego Nunes


Cléo de Verberena foi nossa primeira cineasta, dirigindo o filme O Mistério do Dominó Preto em 1931, onde também produziu e atuou.

 

 CARMEN SANTOS

Arquivo Diego Nunes

Carmen Santos, embora portuguesa de nascimento, fez sua carreira no Brasil. Além de atriz e diretora, Carmen Santos foi nossa primeira produtora de cinema. Foi dona, entre outras, da Brasil Vita Filmes.

 

 

LAURA SUAREZ

Arquivo Diego Nunes


Eleita Miss Ipanema em 1929, Laura Suarez também era cantora e compositora, gravando vários discos a partir do final de 1929. Foi a primeira atriz brasileira a aparecer na primeira transmissão de televisão no mundo, realizada pela NBC americana, em meados da década de 1930.

 

 

LIA TORÁ

Arquivo Diego Nunes


 

A atriz Lia Torá seguiu para os EUA no final da década de 1920 quando ganhou um concurso da Fox. Conseguiu comprar seu contrato e produzir, atuar e roteirizar seus próprios filmes. Foi a primeira mulher a correr no Circuito da Gávea.



Lia Torá no filme Alma Camponesa





Carmen Miranda estreou na Broadway em 1939 na revista musical Streets of Paris. No começo de 1940, já aparecia no filme Serenata Tropica (Down Argentine Way), onde fez uma participação especial, porém, seu nome aparece em destaque nos créditos do filme. A moda também sofreu influência do visual de Carmen Miranda, com seus turbantes, balangandãs e sapatos plataforma. A primeira atriz a imitar Carmen Miranda nos EUA foi Imogene Coca e o primeiro homem a fazer uma imitação de Carmen no cinema foi o tenente Sascha Brastoff, que seria um famoso estilista e faria figurinos para Carmen Miranda. Mas a primeira pessoa a imitar o visual de Carmen Miranda foi a atriz argentina Libertad Lamarque, ainda em 1939.



Cartaz de Streets of Paris
Carmen Miranda fez um grande sucesso nessa peça,
estreando como cantora e atriz nos EUA, em 1939.



Carmen Miranda promovendo nosso Café na Feira Mundial de Nova York, em 1939.

Imogene Coca em imitação de Carmen Miranda

Sascha Brastoff




Sascha Brastoff e Carmen Miranda





Sascha Brastoff em imitação de Carmen Miranda no filme Encontro nos Céus





Libertad Lamarque imitando Carmen Miranda em 1939








Carmen Miranda influenciando na moda




Cantora Marion 




Cantora Alzirinha Camargo





Filmes e artistas que fizeram alusão à Carmen Miranda



Irmãos Marx em Casa Maluca (The Big Store), 1941




Bette Davis em Nascida para o mal (In This Our Live), 1942





Maria da Graça em O Pátio das Cantigas, 1942




Eros Volúsia em Rio Rita, 1942




Aurora Miranda em Dama Fantasma (Phantom Lady), 1944




Filme indiano de 1950




A Era do Rádio (Radio Days), de Woody Allen, 1987




Modern Family, 2011




A Forma da Água (The Shape of Water), de Guillermo del Toro, ganhador do Oscar de Melhor Filme em 2018









Live  Carmen Miranda e a participação Feminina nos Meios de Comunicação (1929 - 1939)


Parte I



ParteII




Visitem:

 MEMÓRIAS CINEMATOGRÁFICAS (Blog de DIego Nunes)

memoriascinematograficas.com

 

Gilberto Inácio Gonçaves (canal do YouTube)

https://www.youtube.com/channel/UCCKzn_6PjBrnqZRZOYo9vsA/featured

 



Agradecimentos a Diego Nunes, Gilberto Inácio Gonçalves e ao Arquivo Nirez

























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