CARMEN MIRANDA E A PARTICIPAÇÃO FEMININA NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO (1929 - 1939)
CARMEN MIRANDA, 1930 Arquivo Nirez
Na noite de
05 de agosto de 2020, por ocasião do 65º aniversário de morte da cantora CARMEN
MIRANDA, A Pequena Notável, o DÍCTIS (Laboratório de Estudos e Pesquisas em
História e Culturas) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), apresentou a
Live Carmen Miranda e a participação feminina nos meios de comunicação (1929 –
1939).
A
Live foi mediada pelo historiador e pesquisador Marcelo Bonavides de Castro,
tendo como convidados Gilberto Inácio Gonçalves, cirurgião dentista e
pesquisador de música popular brasileira, possuidor de um grande acervo com 15
mil discos 78 rpm e 5 mil discos 33 rpm; e Diego Nunes, pesquisador sobre a
memória cinematográfica, formado em Rádio e Televisão e cursando Mestrado em
Áudio Visual Multimédia em Aveiro, Portugal.
A
Live foi dividida em três parte. Na primeira, Marcelo Bonavides apresentava uma
breve biografia de Carmen Miranda, apresentando fotos, trechos de músicas e
vídeos sobre a cantora. Depois, Gilberto Inácio Gonçalves falou sobre a
influência de Carmen Miranda no disco e as cantoras contemporâneas a ela. Entre
essas cantoras, Gilberto mostrou as que seguiam o canto lírico e as que se
inspiravam em Carmen Miranda, mostrando também as que tinham estilo próprio,
mas que, como Carmen, cantavam de uma forma mais coloquial. Diego Nunes nos
mostrou a influência de Carmen Miranda no cinema, moda e os artistas que a
imitariam ao longo de vários anos, sem esquecer as mulheres pioneiras de nosso
cinema.
Vamos
conferir um pouco do que foi exposto na Live em homenagem à Carmen Miranda.
Breve
Biografia
Maria
do Carmo Miranda da Cunha nasceu no dia 09 de fevereiro de 1909, em Marco de
Canavezes, um distrito da cidade do Porto, em Portugal.
Veio
ao Brasil com mais ou menos um ano de idade. Sua mãe veio encontrar-se com seu
pai, trazendo Maria do Carmo e Olinda, a irmã mais velha. No Brasil, nasceriam
mais quatro filhos: Cecília, Amaro (Mário), Aurora e Oscar.
Carmen Miranda aos três anos de idade. A Noite Illustrada, 1932 Arquivo Nirez
Em
meados da década de 1920 a família de Carmen Miranda morava na Travessa do
Comércio no centro do Rio de Janeiro. Sua mãe mantinha uma pensão, onde servia
refeições para o público.
Carmen
Miranda conheceu Josué de Barros, compositor e violonista baiano, por volta de
1928. Josué viu potencial na jovem que queria se tornar cantora e resolveu
ajudá-la. Ainda em 1928, em 28 de agosto, ela participa de sua primeira
apresentação como cantora, em um evento de caridade no Instituto Nacional de
Música, em benefício ao Orfanato do Sagrado Coração de Jesus (segundo o jornal A Esquerda), cantando tangos. Ela
repetiria a experiencia em 07 de
janeiro de 1929, em outro evento no mesmo Instituto Nacional de Música, em
homenagem ao compositor Ernesto Nazareth.
Provável estréia de Carmen Miranda como cantora, em 1928. A Esquerda, 27 de agosto de 1928 http://memoria.bn.br/
No
ano de 1929, Carmen Miranda vai se apresentar, levada por Josué de Barros, em
algumas rádios do Rio de Janeiro, como a Rádio Educadora do Brasil, Rádio
Sociedade e a Rádio Mayrink Veiga. Em setembro, Josué a leva até a gravadora
Brunswick, e Carmen grava seu primeiro disco. Mas, como o lançamento demoraria,
Josué a leva para a Victor, onde no começo de dezembro de 1929 ela grava seu
primeiro disco nessa gravadora. Em janeiro, ela grava mais alguns discos, que
são lançados sem demora e a aceitação é muito boa. No fim de janeiro, o médico
e compositor Joubert de Carvalho, inspirado pela primeira vez que viu Carmen,
compõe para ela a marcha canção Pra Você Gostar de Mim, mais conhecida como
Taí. A música é gravada às pressas para o carnaval de 1930, e faz um estrondoso
sucesso, vendendo 35 mil cópias, e rendendo à Carmen uma pequena fortuna para a
época, 14 contos de réis. O grande prêmio da loteria, na época, pagava 25
contos de réis.
DONA
BALBINA
Samba
de Josué de Barros
Gravado
por Carmen Miranda
Acompanhamento
de Rogério Guimarães e Josué de Barros aos Violões
Disco
Victor 33.249-B, matriz 50135-1
Gravado
em 04 de dezembro de 1929 e lançado em janeiro de 1930
P´RA
VOCÊ GOSTAR DE MIM
Marcha Canção de Joubert de Carvalho
Gravada por Carmen Miranda
Acompanhamento da Orquestra Victor
Disco Victor 33.263-B, matriz 50169-3
Gravado em 27 de janeiro de 1930 e lançado em fevereiro de 1930
Com
o sucesso de Taí, Carmen Miranda se lança nacionalmente como cantora. A partir
de então, vai conquistando mais sucessos e influenciando novas cantoras, que
iam surgindo e seguindo seu estilo de interpretação, muitas vezes imitando sua
voz.
CARNAVÁ TÁ AÍ
Marcha Carnavalesca de Pixinguinha e Josué de Barros
Gravada por Carmen Miranda
Acompanhamento de Orquestra e Coro
Disco Victor 33.399-A, matriz 65054-3
Gravado em 11 de dezembro de 1930 e lançado em janeiro de 1931
Atuando
no rádio, cinema, fazendo shows em cassinos, excursionando pelo Brasil e pela
Argentina, e sempre gravando discos (a partir de 1935, pela Odeon), Carmen
Miranda conquistou o lugar de a mais popular cantora do Brasil durante os anos
30 do século XX.
SAMBISTA DA CINELÂNDIA
Samba de Custódio Mesquita e Mário Lago
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento de Custódio Mesquita ao Piano e Seu Ritmo
Disco Odeon 11.377-B, matriz 5349
Gravado em 14 de maio de 1936 e lançado em agosto de 1936
CACHORRO VIRA LATA
Samba Choro de Alberto Ribeiro
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto
Regional
Disco Odeon 11.482-A, matriz 5571
Gravado em 04 de maio de 1937 e lançado em junho de 1937
EU DEI...
Marcha de Ary Barroso
Gravada por Carmen Miranda
Acompanhamento de Conjunto Regional
Disco Odeon 11.540-B, matriz 5670
Gravado em 21 de setembro de 1937 e lançado em dezembro de 1937
Já
muito popular no Brasil, em 1939, Carmen Miranda assina um contrato para trabalhar
na Broadway, em Nova York. Na ocasião, ela abafava, como diziam na época, com o
samba baiano de Dorival Caymmi, O que é que a Baiana tem?, que ela gravou ao
lado de Caymmi e cantou no filme Banana da Terra, lançado em 1939.
Dorival
Caymmi ensinava à Carmen os trejeitos que ela fazia na frente da câmera.
Carmen Miranda canta O que é que a Baiana tem? no filme Banana da Terra, em 1939
Indo
aos EUA, Carmen Miranda dá início a uma nova fase em sua carreira e em sua
vida. Volta ao Brasil em 1940, gravando seus últimos discos aqui e volta aos
EUA nesse mesmo ano.
Acompanhamento do Conjunto Odeon, sob a Direção de
Simon Bountman e Vicente Paiva ao Piano
Disco Odeon 11.902-A, matriz 6457
Gravado em 02 de setembro de 1940 e lançado em
outubro de 1940
Só
retornaria ao Brasil em fins de 1954, para se recuperar de uma depressão.
Retornando aos EUA no começo de 1955. Em 05 de agosto de 1955, ela faleceu após
gravar um programa ao lado de Jimmy Durante, no qual passou mal em frente às
câmeras.
Carmen Miranda no Jimmy Durante Show, em 04 de agosto de 1955
Carmen
Miranda influenciou vários artistas durante sua vida e, após sua morte,
influenciaria mais ainda milhares de pessoas que, fascinados com seu carisma,
sempre iriam buscar dentro de si um pouquinho de “Pequena Notável” para exibir
ao público. As novas gerações também continuam se encantando com o talento de
Carmen Miranda.
Carmen Miranda e sua influência no canto
popular
Após
seu sucesso com P´ra você gostar de mim (Taí), Carmen Miranda se tornou uma
cantora conhecida nacionalmente. Sua forma de cantar, inserindo improvisos nos
versos e cantando como se estivesse sorrindo, inspiraria outras cantoras a
seguir seu estilo e, até, imitar sua voz. Carmen Miranda vai romper com o
estilo lírico para cantar a música popular, cantando coloquialmente.
Cantoras anteriores à Carmen Miranda
ZAÍRA DE OLIVEIRA
ZAÍRA DE OLIVEIRA
Zaíra de Oliveira foi uma de nossas maiores sopranos. Mesmo sendo cantora lírica premiada, abraçou a música popular, gravando vários sambas e marchas. Nos anos 30, atuou no Conjunto Tupy, gravando algumas peças afro-brasileiras. Foi casada com o compositor Donga e coordenou corais ao lado de Villa-Lobos.
O TEU OLHAR
Marcha
Gravada por Zaíra de Oliveira e Bahiano
Disco Odeon Record 122.798
Lançado em 1925
ARACY
CÔRTES
ARACY CÔRTES Arquivo Nirez
Aracy
Côrtes foi uma das mais famosas Rainhas do Teatro de Revista brasileiro.
Iniciou sua carreira profissional nos palcos em 1921, conseguindo sua
consagração poucos anos depois. Em 1925, gravou seu primeiro disco ainda no
processo mecânico, pela Casa Edison. Voltaria a gravar em 1928, lançando clássicos
como Jura, de Sinhô, e Yayá (Linda Flor – Ai, Yoyô), de Henrique Vogeler, Luiz
Peixoto e Marques Porto. Sua voz de soprano se adaptava para cantar nossa
música popular.
YAYÁ
Canção
Brasileira de Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto
Gravado
por Aracy Côrtes
Acompanhamento
da Orquestra Parlophon
Disco
Parlophon 12.926-A, matriz 2366
Lançado
em março de 1929
STEFANA DE
MACEDO
STEFANA DE MACEDO Arquivo Nirez
Stefana de Macedo foi uma de nossas primeiras
cantoras/pesquisadoras de nosso folclore e professora de violão. Pernambucana,
fez carreira no Rio de Janeiro, divulgando temas populares de sua terra. Gravou
vários discos de cunho folclóricos de importante contribuição para a divulgação
de nossa cultura popular.
SUSSUARANA
Canção de Hekel Tavares e Luiz Peixoto
Gravado por Stefana de Macedo
Acompanhamento de Hekel Tavares ao Piano
Disco Odeon 10.204-B, matriz 1704
Lançado em 1928
ELSIE HOUSTON
ELSIE HOUSTON Arquivo Nirez
Filha
de um dentista norte-americano e de uma carioca, Elsie Houston nasceu no Rio de
Janeiro e foi uma de nossas maiores sopranos e pesquisadoras de folclore, com
carreira internacionalmente bem-sucedida. No Brasil, amiga de modernistas,
Elsie Houston gravou várias peças de nosso folclore. Lançou uma tese na Sorbone,
em Paris, sobre os cantos e danças populares do Brasil.
EH, JURUPANÃ
Coco
do Norte popular em arranjo de Elsie Houston
Gravado
por Elsie Houston
Acompanhamento
de Hekel Tavares, João Pernambuco, Sampaio e Jararaca
Disco
Columbia 7.053-B, matriz 380587
Gravado
em dezembro de 1929 e lançado em 1930
JESY BARBOSA
JESY BARBOSA Arquivo Nirez
Jesy Barbosa foi uma das cantoras mais populares do
final da década de 1920. Soprano, com uma poderosa voz e dicção perfeita, Jesy
Barbosa foi a grande aposta da gravadora Victor quando de sua inauguração no Brasil
em 1929. Com o surgimento de Carmen Miranda, a gravadora voltou sua atenção
para a Pequena Notável. Porém, Jesy Barbosa continuou com uma bela carreira no
disco, rádio e no jornalismo. Ela e Carmen eram amigas e Jesy Barbosa também se
destacou como poetisa.
BALAIO
Maxixe de Marcelo Tupynambá
Gravado por Jesy Barbosa e Mário Pessoa
Acompanhamento da Orquestra Victor
Disco Victor 33.219-A, matriz 50065-2
Gravado em 28 de setembro de 1929 e lançado em
novembro de 1929
Cantoras que seguiram o estilo de Carmen
Miranda
Algumas
cantoras que surgiram a partir de 1930, buscaram seguir o estilo de cantar que
Carmen Miranda adotara. Algumas, conseguiam imitar a voz de Carmen, confundindo
alguns ouvintes menos atentos.
Raquel de Freitas gravou alguns discos na primeira
metade da década de 1930. Cantora de São Paulo, seu estilo se assemelhava
bastante ao de Carmen Miranda.
GOOD BYE MEU BEM
Marcha de Silvino Neto
Gravado por Raquel de Freitas
Disco Arte-Fone 4.132-A
Lançado em 1932
ELZA CABRAL
ELZA CABRAL Arquivo Nirez
Elza Cabral também foi uma cantora de meados da
década de 1930 que seguiu o estilo de Carmen Miranda. Gravando em São Paulo, ela
deixou alguns discos gravados com músicas interessantes.
FALSO AMOR
Samba de João da Gente
Gravado por Elza Cabral
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.171-B, matriz 381.345
Lançado em dezembro de 1932
SÔNIA CARVALHO
SÔNIA CARVALHO Arquivo Nirez
A paulista Sônia Carvalho foi uma das grandes
cantoras do rádio paulistano na década de 1930. Iniciou sua carreira em 1934
imitando o estilo de Carmen Miranda, inclusive fazendo uma voz muito parecida
com a de Carmen. Gravou importantes compositores e deixou, mesmo que pouca, uma
significativa discografia.
BEIJOS
Marcha de André Filho
Gravada por Sônia Carvalho
Disco Odeon 11.176-A, matriz 4918
Gravado em 21 de setembro de 1934 e lançado em
dezembro de 1934
Como comparação, ouçam a gravação de Carmen Miranda
do samba Adeus, Batucada, de Synval Silva, gravado em 1935 ADEUS BATUCADA Samba de Synval Silva Gravado por Carmen Miranda Acompanhamento da Orquestra Odeon, sob Direção de Simon
Bountman Disco Odeon 11.285-A, matriz 5164
Gravado em 24 de setembro de 1935 e lançado em
novembro de 1935
Cantoras com um canto mais coloquial
ELISA COELHO
ELISA COELHO Arquivo Nirez
Criadora, no disco, de No Rancho Fundo, Elisa Coelho tinha um canto próprio, mais contido
e muito cativante. NO RANCHO FUNDO Samba Canção de Ary Barroso e Lamartine Babo Gravado por Elisa Coelho Acompanhamento de Piano e dois Violões Disco Victor 33.444-A, matriz 65164-1
Gravado em 15 de junho de 1931 e lançado em agosto
de 1931
YOLANDA OSÓRIO
YOLANDA OSÓRIO Arquivo Nirez
Yolanda Osório iniciou sua carreira artística em
1930 gravando alguns discos e se destacando em sambas e marchas. Tinha estilo
próprio e uma forma coloquial ao cantar. Também participou do Conjunto Tupy,
cantando temas afro-brasileiros.
CHÔ ARARA!
Samba de João Miranda
Gravado por Yolanda Osório
Acompanhamento dos Desafiadores do Norte
Disco Brunswick 10.038-A
Lançado em março de 1930
HELENA PINTO DE
CARVALHO
HELENA PINTO DE CARVALHO Arquivo Nirez
Helena Pinto de Carvalho foi uma cantora paulistana que,
mesmo pertencendo à alta sociedade, abraçou a música popular gravando sambas e marchas.
Atuou no célebre filme musical Coisas Nossas, de 1931.
FOGO, FOGUINHO
Samba Canção de Chiquinha Gonzaga e Viriato Correia
Gravado por Helena Pinto de Carvalho
Acompanhamento de Max Cardoso e Arnaldo Pescuma ao
Violões e Coro
Disco Victor 33.325-A, matriz 50371-2
Gravado em 05 de julho de 1930 e lançado em agosto
de 1930
AURORA MIRANDA
AURORA MIRANDA Arquivo Nirez
Aurora Miranda era irmã de Carmen Miranda e também
seguiu carreira como cantora. Possuidora de carisma, talento e estilo próprio
sendo uma cantora de muito sucesso. Tinha uma bela voz e deixou muitos discos
gravados ao longo da década de 1930.
FALA R.S.C
Samba de José Evangelista
Gravado por Aurora Miranda
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 11.049-B, matriz 4708
Gravado em 10 de agosto de 1933 e lançado em
setembro de 1933
ARACY DE ALMEIDA
ARACY DE ALMEIDA Arquivo Nirez
Aracy de Almeida surgiu como cantora em meados da
década de 1930, destacando-se como ótima sambista, inclusive interpretando
músicas de Noel Rosa. Mesmo iniciando imitando Carmen Miranda, adquiriu estilo
próprio ao cantar.
SÉCULO DO
PROGRESSO
Samba de Noel Rosa
Gravado por Aracy de Almeida
Acompanhamento dos Boêmios da Cidade
Disco Victor 34.296-B, matriz 80555-1
Gravado em 28 de julho de 1937 e lançado em março de
1938
DIRCINHA BATISTA
DIRCINHA BATISTA Arquivo Nirez
Dircinha Batista iniciou sua carreira de cantora em
1930, aos oito anos de idade, já fazendo sucesso. Menina precoce, já era uma
cantora consagrada quando ainda era adolescente. Seguiu uma vitoriosa carreira
até meados da década de 1960.
PIRATA
Marcha de João de Barro e Alberto Ribeiro
Gravada por Dircinha Batista
Acompanhamento dos Diabos do Céu
Disco Victor 34.030-B, matriz 80087-1
Gravado em 15 de janeiro de 1936 e lançado em
fevereiro de 1936
LINDA BATISTA
LINDA BATISTA Arquivo Nirez
Linda Batista surgiu no cenário artístico na segunda
metade da década de 1930. Fez sucesso logo de início, sendo eleita em 1936
Rainha do Rádio, título que manteve por onze anos consecutivos. Com uma bela e
potente voz, Linda Batista ficaria no lugar que Carmen Miranda deixou vago ao
seguir para os EUA. Durante os anos 40, Linda Batista foi a cantora mais
popular do Brasil.
BATUQUE NO
TERREIRO
Samba de Mário Lago e Erasmo Silva
Gravado por Linda Batista
Acompanhamento de Regional
Disco Victor 80-0428-B, matriz S-078516-1
Gravado em 09 de maio de 1946 e lançado em agosto de
1946
Carmen Miranda e sua imagem retratada no
cinema e televisão
Ao
longo de sua carreira, Carmen Miranda iria se destacar no cinema e na
televisão. Porém, é importante lembrarmos de algumas pioneiras no cinema brasileiro.
MISS RAY
(LAURA SERRA)
Arquivo Diego Nunes
Arquivo Diego Nunes
Laura Serra ou Miss Ray foi atriz durante a década de 1910, protagonizando o primeiro nu feminino de nosso cinema em 1917, no filme brasileiro Le Film du Diable.
CLÉO DE
VERBERENA
Arquivo Diego Nunes
Cléo de Verberena foi nossa primeira cineasta,
dirigindo o filme O Mistério do Dominó Preto
em 1931, onde também produziu e atuou.
CARMEN SANTOS
Arquivo Diego Nunes
Carmen Santos, embora portuguesa de nascimento, fez
sua carreira no Brasil. Além de atriz e diretora, Carmen Santos foi nossa
primeira produtora de cinema. Foi dona, entre outras, da Brasil Vita Filmes.
LAURA SUAREZ
Arquivo Diego Nunes
Eleita Miss Ipanema em 1929, Laura Suarez também era
cantora e compositora, gravando vários discos a partir do final de 1929. Foi a
primeira atriz brasileira a aparecer na primeira transmissão de televisão no
mundo, realizada pela NBC americana, em meados da década de 1930.
LIA TORÁ
Arquivo Diego Nunes
A atriz Lia Torá seguiu
para os EUA no final da década de 1920 quando ganhou um concurso da Fox. Conseguiu
comprar seu contrato e produzir, atuar e roteirizar seus próprios filmes. Foi a
primeira mulher a correr no Circuito da Gávea.
Lia Torá no filme Alma Camponesa
Carmen
Miranda estreou na Broadway em 1939 na revista musical Streets of Paris. No
começo de 1940, já aparecia no filme Serenata Tropica (Down Argentine Way), onde
fez uma participação especial, porém, seu nome aparece em destaque nos créditos
do filme. A moda também sofreu influência do visual de Carmen Miranda, com seus
turbantes, balangandãs e sapatos plataforma. A primeira atriz a imitar Carmen Miranda
nos EUA foi Imogene Coca e o primeiro homem a fazer uma imitação de Carmen no
cinema foi o tenente Sascha Brastoff, que seria um famoso estilista e faria
figurinos para Carmen Miranda. Mas a primeira pessoa a imitar o visual de
Carmen Miranda foi a atriz argentina Libertad Lamarque, ainda em 1939.
Cartaz de Streets of Paris Carmen Miranda fez um grande sucesso nessa peça, estreando como cantora e atriz nos EUA, em 1939.
Carmen Miranda promovendo nosso Café na Feira Mundial de Nova
York, em 1939.
Imogene Coca em imitação de Carmen Miranda
Sascha Brastoff
Sascha Brastoff e Carmen Miranda
Sascha Brastoff em imitação de
Carmen Miranda no filme Encontro nos Céus
Libertad Lamarque imitando Carmen Miranda em 1939
Carmen Miranda influenciando na moda
Cantora Marion
Cantora Alzirinha Camargo
Filmes e artistas que fizeram alusão à Carmen Miranda
Irmãos
Marx em Casa Maluca (The Big Store), 1941
Bette
Davis em Nascida para o mal(In This Our Live), 1942
Maria
da Graça em O Pátio das Cantigas, 1942
Eros
Volúsia em Rio Rita, 1942
Aurora
Miranda em Dama Fantasma (Phantom Lady), 1944
Filme
indiano de 1950
A
Era do Rádio (Radio Days), de Woody Allen, 1987
Modern
Family, 2011
A
Forma da Água (The Shape of Water), de Guillermo del Toro, ganhador do Oscar de
Melhor Filme em 2018
Live Carmen Miranda e a participação Feminina nos Meios de Comunicação (1929 - 1939)
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