NOTÍCIAS DE OUTRORA: ELDORADO DANCING (1934)

quarta-feira, 29 de julho de 2020

NOTÍCIAS DE OUTRORA: ELDORADO DANCING (1934)

DANÇARINAS DO ELDORADO
http://memoria.bn.br/

Hoje, dou início a mais uma série de postagens temáticas de nosso Blog, as Notícias de Outrora.

Trarei algumas matérias de jornais ou revistas de tempos passados, abordando vários temas e/ou pessoas.

Na presente postagem falarei sobre o Dancing Eldorado, em especial sobre sua festa de um ano de funcionamento, realizada em maio de 1934. Porém, antes vamos conhecer um pouco o que eram os chamados Dancings ou Taxi-dancings, tão populares dos anos 30 aos anos 50 do século XX.

Os Dancings

A jornalista e pesquisadora Thais Matarazzo lançou, em 2018, o livro Taxi-Dancings, Gafieiras e Histórias Musicais, onde fala sobre o ambiente dos dancings de meados do século XX.

Surgidos no Brasil na década de 1920, os Dancings ou Taxi-Dancings eram influência dos EUA que, após a Primeira Guerra Mundial, viram surgir esses locais de danças, que virou uma verdadeira febre nos grandes centros urbanos.

Destinados ao público masculino, os Dancings apresentavam um cenário de glamour, com suas orquestras, cantores, pista de dança, bar, mesas e cadeiras e as Taxi-Girls. Estas, eram moças bonitas que sabiam dançar bem e que ficavam à disposição dos cavalheiros que queriam dançar uma música no salão. Os pares tinham em mãos um cartão que era perfurado a cada música dançada, pagando o valor correspondente à saída.

Para a moça que trabalhava como dançarina, quanto mais músicas dançadas, melhor. Uma parte do lucro ficava com elas, porém, a maior, ia para o empresário, dono do local.

As garotas do dancing (taxi-girls), por vezes, recebiam galanteios, sendo assediadas. Muitas delas tinham a profissão apenas para dançar, exercendo outros trabalhos durante o dia, como enfermeiras, babás, cuidadoras, datilógrafas... Outras, é possível que aceitassem tais assédios, seguindo para uma jornada além do Dancing. Alguns romances também surgiam.

Essas moças foram imortalizadas no samba canção de Alberto Ribeiro e Jorge Faraj, Garota do Dancing, gravado por Nestor Amaral em 1939 na Columbia.

Em 2016, as Taxi-Girls seriam retratadas na novela Êta, Mundo Bom, de Walcyr Carrasco, exibida pela Rede Globo.

Taxi Dancers em Êta, Mundo Bom

Foto: Felipe Monteiro/GShow

https://universoretro.com.br/

GAROTA DO DANCING

Samba Canção de Alberto Ribeiro e Jorge Faraj

Gravado por Nestor Amaral

Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto Regional

Disco Columbia 55.044-A, matriz 137-2

Lançado em abril de 1939

O Eldorado Dancing

Inaugurado em 1933, no Rio de Janeiro, o Eldorado Dancing festejaria seu aniversário de um ano em 07 de maio de 1934, em uma festa chamada “Baile da Victoria”, com a participação da orquestra do maestro Paschoal de Barros.

Os organizadores da festa eram Jayme Ferreira e J. Mattos, o Paulista, que também era o diretor artístico do local.

Vários artistas, como cantores, atores e cômicos abrilhantaram a festa, que foi anunciada com antecedência pelo jornal Diário Carioca. Algumas das taxi-girls eram cantoras. Entre os artistas: Os Aymorés, Júlio Moreno, Ismar Guimarães (O Rouxinol Imperial), entre outros,

O Eldorado Dancing contava com 35 bailarinas (dançarinas) que concorreriam, na noite da festa, ao posto de Rainha do Baile.

Entre as bailarinas estavam: Nieta, Aída, Rosinha, Mariazinha, Juracy, Ruth, Orlandina, Filhinha, Nancy, Marina, Rosita, Ides, Genura, Italia, Lourdes, Gilda, Esther e Dalila.

Aída venceu o concurso, sendo a Rainha do Baile, com 108 votos. As Princesas foram: Marina e Genura, com 51 votos cada uma.

ELDORADO DANCING