Em
homenagem ao Dia Internacional da Mulher, trago dezesseis grandes artistas e grandes mulheres, intérpretes de nossa música popular.
Confiram
Júlia Martins, Pepa Delgado, Zaíra de Oliveira, Aracy Côrtes, Zaíra Cavalcanti,
Carmen Miranda, Aurora Miranda, Dircinha Batista, Linda Batista, Odete Amaral, Carmen Barbosa, Aracy de
Almeida, Emilinha Borba, Marlene, Inezita Barroso e Hebe Camargo.
JÚLIA MARTINS
(1886 – 1932)
JÚLIA MARTINS Cedoc-Funarte |
Júlia Martins nasceu no Rio de Janeiro em 20 de
abril de 1886, sendo uma das mais populares atrizes-cantoras das primeiras
décadas do século XX.
Iniciou sua carreira ainda criança, no final do
século XIX, interpretando peças adultas adaptadas a elencos infantis.
Foi uma das, se não a primeira, artista negra a se
profissionalizar nos palcos brasileiros, em uma época onde artistas brancos
chegavam a pintar o rosto de preto para interpretar personagens negros.
Júlia Martins gravou discos e cilindros na década de
1900 e teve grande popularidade no Theatro São José durante a década de 1910.
Faleceu no Rio de Janeiro em outubro de 1932.
O RETRATO E A FLOR
Dueto
Gravado por Júlia Martins e Bahiano
Disco Odeon Record 120.436
Lançado em 1913
CIDADE NOVA E SACO DO ALFERES
Dueto de Bahiano e Ernesto Nazareth
Gravado por Júlia Martins e Bahiano
Disco Odeon Record 120.438
Lançado em 1913
A FLOR DA PITANGUEIRA
Lundu de Luz Jr.
Gravado por Júlia Martins
Acompanhamento de Orquestra
Disco Odeon Record 137.064
Lançado em 1913
PEPA DELGADO
(1886 – 1945)
PEPA DELGADO Arquivo Marcelo Bonavides |
Maria Pepa Delgado de Moraes nasceu em Piracicaba
(SP), em 21 de julho de 1886.
Foi uma das mais famosas atrozes-cantoras do começo
do século XX, iniciando sua carreira em 1900, antes de completar quatorze anos
de idade.
Ao longo da década de 1900, gravou vários discos,
aumentando sua popularidade, lançando sucessos como Vem Cá, Mulata, As Laranjas
da Sabina, entre outros.
No Teatro Musicado da década de 1910, Pepa Delgado
atingiu o estrelato, principalmente no Theatro São José, onde brilhou em peças
como Forrobodó (1912) e A Sertaneja (1916).
Se afastaria da carreira em 1924, quando nasceu seu
filho Heitor (1925 – 2001), da união com Almerindo Álvaro de Moraes.
Morando no bairro carioca do Encantado, Pepa Delgado
era vizinha da cantora Aracy de Almeida e faleceu em 11 de março de 1945.
MAXIXE ARISTOCRÁTICO
Maxixe de
José Nunes
Gravado por
Pepa Delgado e Alfredo Silva
Acompanhamento
de piano
Disco Odeon
Record 40.224, matriz RX-161
Lançado em
1905
Da Revista
“Cá e Lá”
O VATAPÁ (DO MAXIXE)
Maxixe de Paulino
Sacramento
Gravado por
Pepa Delgado e Mário Pinheiro
Acompanhamento
de Orquestra
Disco
Columbia B-31, matriz 11.644
Lançado em
1912
Da Revista “O
Maxixe”
A COZINHEIRA
Cançoneta
Gravada por
Pepa Delgado
Acompanhamento
de Orquestra
Disco
Columbia Record B-31, matriz 11.626
Lançado em
1912
ZAÍRA DE OLIVEIRA
(1900 – 1951)
ZAÍRA DE OLIVEIRA |
Zaíra de Oliveira foi uma soprano brasileira,
nascida no Rio de Janeiro em 01 de fevereiro de 1900.
Em 1921, recebeu a
Medalha de Ouro no então Instituto Nacional de Música, por ter tirado o
primeiro lugar em sua turma. O restante do prêmio consistia em uma bolsa de
estudos na Europa, porém, ela não o recebeu; muitos dizem que fora preconceito,
por Zaíra ser negra.
Ao longo da década de 1920, Zaíra de Oliveira gravou
vários discos, lançando sucessos como Cabeleira à La Garçonne e Dondoca,
esta, ao lado de J. Gomes Jr.
Ela também seria professora de canto e uma cantora
pioneira de nosso Rádio.
Na década de 1930 ainda gravou mais discos,
inclusive cantando com Carmen Miranda em Sonhei que era Feliz, samba de
Ary Barroso, mas a voz de Zaíra está muito baixa na gravação.
O maestro Villa-Lobos convidaria Zaíra para ela
coordenar os corais que ele havia formado nesse período.
Ela se casaria com o compositor Donga (Ernesto dos
Santos) no começo da década de 1930, sendo mãe da futura historiadora Lygia dos
Santos.
Zaíra de Oliveira faleceu em 15 de agosto de 1951.
CABELEIRA À LA GARÇONNE
Fox Trot de Américo F. Guimarães e Pedro de Sá
Pereira
Gravado por Zaíra de Oliveira
Disco Odeon Record 122.768
Lançado em 1925
EU SÓ QUERO É CONHECER
Cateretê Carnavalesco de Eduardo Souto
Gravado por Zaíra de Oliveira e Bahiano
Disco Odeon Record 122.799
Lançado em 1925
DONDOCA
Marcha Carnavalesca de José Francisco de Freitas
Gravada por Zaíra de Oliveira e J. Gomes Jr.
Disco Odeon Record 123.250, matriz 1095
Lançado em 1926
ARACY CÔRTES
(1904 – 1985)
ARACY CÔRTES Arquivo Nirez |
Zilda de Carvalho Espíndola nasceu no Rio de Janeiro
em 31 de março de 1904.
Como Aracy Côrtes ela conquistaria o Teatro de Revista,
sendo considerada uma de suas rainhas mais queridas.
Em 1925, gravou seus primeiros discos ainda na fase
mecânica, pela Casa Edison. Já em 1928, na fase elétrica, voltaria a gravar,
lançando sucessos como Jura e Linda Flor (Ai, Yoyô).
Ao longo de sua carreira no teatro musicado, Aracy
Côrtes lançou compositores como Noel Rosa, Ary Barroso e Assis Valente, sempre
interpretando as músicas que seriam sucesso de público, embora outros artistas
a gravassem.
De meados da década de 1920 até o começo da década
de 1940, reinou absoluta no Teatro de Revista, conquistando o coração de
milhares de fãs.
Também atuou no rádio, inclusive na Rádio Nacional,
cantando ou em programas humorísticos com Barbosa Jr.
Em 1965, retornou em grande estilo no espetáculo
Rosa de Ouro, ao lado de Clementina de Jesus (que iniciava sua carreira) e
Paulinho da Viola, entre outros bambas.
Aracy Côrtes faleceu aos 80 anos de idade, no Rio de
Janeiro, em 08 de janeiro de 1985. No ano anterior, por ocasião de seus 80
anos, fez um show ao lado da cantora Marília Barbosa, sua herdeira artística.
YAYÁ (LINDA FLOR)
Canção Brasileira de Marques Porto Luiz Peixoto e
Henrique Vogeler
Gravada por Aracy Côrtes
Acompanhamento da Orquestra Parlophon
Disco Parlophon 12.926-A, matriz 2366
Lançado em março de 1929
REMINISCÊNCIAS
Samba de Jota Soares e Carlos Medina
Gravado por Aracy Côrtes
Acompanhamento de Orquestra
Disco Columbia 22.024-B, matriz 381011
Lançado em maio de 1931
A MINHA DOR
Samba de Oscar Cardona
Gravado por Aracy Côrtes
Acompanhamento da Orquestra de Concertos Columbia
Disco Columbia 22.127-B, matriz 381263-3
Lançado em junho de 1932
ZAÍRA CAVALCANTI
(1913 – 1981)
ZAÍRA CAVALCANTI Livro Viva O Rebolado, de Salvyano Cavalcanti de Paiva Arquivo Marcelo Bonavides |
Zaíra Baltazar Cavalcanti nasceu em Santa Maria
(RS), em 01 de outubro de 1913.
Iniciou sua carreira artística ainda adolescente, em
meados da década de 1920.
No começo de 1930, no Rio de Janeiro, atingiu o
estrelato no Teatro de Revista ao interpretar a marcha de Ary Barroso, Dá Nela,
na revista de mesmo nome.
Imediatamente, Zaíra Cavalcanti, ainda com 16 anos de
idade, passou a figurar entre as grandes estrelas do teatro musicado, a exemplo
de Aracy Côrtes.
Ainda em 1930, gravou seus primeiros discos, com
muita desenvoltura, interpretando sambas, marchas e canções.
Muito bonita e com uma agradável voz, Zaíra
Cavalcanti também atuaria no cinema, inclusive no filme argentino Luna de Miel em
Río, de 1940, ao lado de Niní Marshall.
Atuaria em várias companhias, sendo estrela da
Companhia Walter Pinto e também atuando na Companhia Vicente Celestino na
década de 1950.
Um de seus últimos filmes foi Uma Pistola para
Djeca, de 1970, ao lado do amigo Mazzaropi.
Zaíra Cavalcanti faleceu no Rio de Janeiro, no
Retiro dos Artistas, em 12 de setembro de 1981.
POR QUE?
Samba de Olympio Bastos
Gravado por Zaíra Cavalcanti
Acompanhamento de Simão nacional Orquestra
Disco Parlophon 13.200-B, matriz 3739
Gravado em 1930 e lançado em setembro de 1930
CARANGUEJO TAMBÉM SOBE NO ARVOREDO
Samba de Mário Barros
Gravado por Zaíra Cavalcanti
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Parlophon 13.255-A, matriz T-17
Lançado em janeiro de 1931
SEM QUERER
Samba de Ary Barroso, Marques Porto e Luiz Peixoto
Gravado por Zaíra Cavalcanti
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Parlophon 13.255-B, matriz T-16
Lançado em janeiro de 1931
CARMEN MIRANDA
(1909 – 1955)
CARMEN MIRANDA Arquivo Nirez |
Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em Porto
(Portugal), em 09 de fevereiro de 1909.
Veio ao Brasil com sua mãe e irmã mais
velha com pouco mais de um ano de idade para encontrar o pai.
Em meados de 1928, Carmen Miranda começou a se
apresentar publicamente, cantando tangos e canções brasileiras.
Em setembro de 1929 gravou seu primeiro disco, pela
Brunswick, mas com a demora do mesmo em ser lançado no mercado, seu padrinho
artístico, Josué de Barros, a levou para a Victor.
Na Victor, em fins de janeiro, Carmen Miranda se
tornaria nacionalmente conhecida ao gravar a marcha canção de Joubert de
Carvalho, Pra Você Gostar de Mim, mais conhecida por Taí. Logo,
se tornaria a cantora mais popular do Brasil, influenciando muitas outras
jovens cantoras.
De 1929 a 1939, foi a cantora que mais gravou em
nosso país, passando pela Brunswick, Victor e Odeon.
Lançou vários clássicos musicais como Minha
Embaixada Chegou, No Tabuleiro da Baiana, Uva de Caminhão, O
Que é que a Baiana Tem?, entre dezenas de outros sucessos.
Em 1939, Carmen Miranda foi para os EUA em uma
triunfante carreira, atuando em shows, cinema, teatros, televisão, passando a
ser uma das mais famosas atrizes de Hollywood nos anos 40 e 50.
Carmen Miranda faleceria nos EUA, em 05 de agosto de
1955, sendo sepultada no Rio de Janeiro.
PARA UM SAMBA DE CADÊNCIA
Samba de Randoval Montenegro
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento do Grupo do Canhoto
Disco Victor 33.579-B, matriz 65506-2
Gravado em 01 de junho de 1932 e lançado em agosto
de 1932
HONRANDO UM NOME DE MULHER
Choro de Oswaldo Chaves Ribeiro (Gadé) e Walfrido
Silva
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento da Turma da Odeon
Disco Odeon 11.386-A, matriz 5358
Gravado em 19 de maio de 1936 e lançado em setembro
de 1936
MEU RÁDIO E MEU MULATO
Choro de Herivelto Martins
Gravado por Carmen Miranda
Acompanhamento de Conjunto Regional
Disco Odeon 11.625-B, matriz 5819
Gravado em 02 de maio de 1938 e lançado em agosto de
1938
AURORA MIRANDA
(1915 – 2005)
AURORA MIRANDA Arquivo Nirez |
Aurora Miranda da Cunha Richaid nasceu em 20 de
abril de 1915 no Rio de Janeiro.
Irmã da cantora Carmen Miranda, a acompanhava desde
o início de sua carreira.
Em 1933, deu início à sua carreira artística, gravando
seu primeiro disco ao lado de Francisco Alves, O Rei da Voz e cantor
mais famoso da época.
Em pouco tempo Aurora Miranda passou a se destacar
como cantora. Possuindo brilho e talento próprio, não ficou à sombra da irmã
famosa e nunca rivalizou com ela.
Foi a segunda cantora brasileira a mais gravar na
década de 1930, a primeira foi Carmen Miranda.
Entre os sucessos que Aurora Miranda lançou, está a
histórica marcha Cidade Maravilhosa, de André Filho, gravada por ela e
André para o Carnaval de 1935. Na década de 1960, Cidade Maravilhosa se
tornaria o Hino Oficial da cidade do Rio de Janeiro.
Em 1940, casou-se com Gabriel Richaid, indo com ele
para os EUA, onde continuou sua carreira artística, atuando em shows e filmes,
como Você Já Foi à Bahia?, de 1944, sendo a primeira vez onde atores
contracenam com desenho animado.
No caso, Aurora contracena com Zé Carioca e
Pato Donald, que se apaixona por ela.
Após o nascimento de seus filhos, foi se afastando
de sua carreira como cantora, mas vez ou outra voltava a se apresentar,
inclusive regravando antigos sucessos e lançado novos, como o samba canção Risque,
de Ary Barroso, em 1952.
Aurora Miranda passou décadas divulgando e relembrando
a carreira de sua irmã, Carmen Miranda (falecida em 1955).
Graças a ela,
pesquisadores e fãs tiveram informações preciosas sobre a carreira de Carmen.
Aurora Miranda faleceu aos 90 anos em 22 de dezembro
de 2005, mesmo ano em que se completou os 60 anos de sua irmã Carmen Miranda.
SOU DA COMISSÃO DE FRENTE
Samba de Assis Valente
Gravado por Aurora Miranda
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 11.077-B, matriz 4739
Gravado em 26 de outubro de 1933 e lançado em
janeiro de 1934
CIDADE MARAVILHOSA
Marcha de André Filho
Gravada por Aurora Miranda e André Filho
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.154-A, matriz 4901
Gravado em 04 de setembro de 1934 e lançado em
outubro de 1934
NÃO HÁ NINGUÉM MAIS FELIZ QUE EU
Marcha de Alcyr Pirez Vermelho
Gravada por Aurora Miranda
Acompanhamento do Conjunto Odeon, sob a Direção de
Simon Bountman
Disco Odeon 11.767-A, matriz 6122
Gravado em 09 de junho de 1939 e lançado em setembro
de 1939
DIRCINHA BATISTA
(1922 – 1999)
DIRCINHA BATISTA http://memoria.bn.br/ |
Dirce Grandino de Oliveira nasceu em São Paulo, em
07 de abril de 1922. Era filha do famoso ventríloquo Baptista Júnior e irmã da
cantora Linda Batista.
Dircinha Batista brilhou como cantora desde os oito
anos de idade quando, em 1930, gravou seu primeiro disco na Columbia, trazendo
as músicas de seu pai, Baptista Júnior, Dircinha e Borboleta
Azul, sendo acompanhada pelo maestro Gaó, Jonas e Zezinho. É ela quem se
apresenta no início da gravação.
Sua carreira foi cercada de sucessos no disco, rádio
cinema e shows. Atuou em filmes musicais ao longo dos anos 30, 40 e 50 e foi
eleita Rainha do Rádio em 1948, recebendo a coroa de sua irmã, Linda
Batista, que havia sido a rainha por onze anos consecutivos.
Dircinha Batista faleceu no Rio de Janeiro em 18 de junho
de 1999, aos 77 anos.
JUSTIÇA
Samba Canção de Waldemar de Abreu (Dunga)
Gravado por Dircinha Batista
Acompanhamento do Grupo da Odeon
Disco Odeon 11.628-B, matriz 5871
Gravado em 20 de junho de 1938 e lançado em agosto
de 1938
VIOLÃO QUE CHORA
Samba Canção de Antônio Nássara e Castro Barbosa
Gravado por Dircinha Batista
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.660-A, matriz 5926
Gravado em 15 de setembro de 1938 e lançado em
novembro de 1938
NÃO FAÇO QUESTÃO
Samba de Eratóstenes Frazão
Gravado por Dircinha Batista
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.752-B, matriz 6097
Gravado em 19 de maio de 1939 e lançado em agosto de
1939
LINDA BATISTA
(1919 – 1988)
LINDA BATISTA Arquivo Nirez |
Florindo Grandino de Oliveira nasceu em 14 de junho
de 1919, em São Paulo. Era filha de D. Neném e do grande ventríloquo Baptista
Júnior, além de ser irmã de Odete e da cantora Dircinha Batista.
Ao longo das décadas de 30, 40 e 50, destacou-se
como uma das maiores cantoras nacionais, sendo eleita a primeira Rainha do
Rádio e mantido esse posto por onze (!) anos consecutivos.
Gravou muitas músicas de sucesso ao longo de sua
carreira e também atuou no rádio, cinema, em shows e excursões, ampliando sua
popularidade.
Linda Batista faleceu injustamente esquecida pela
grande mídia e parte do público em 17 de abril de 1988, no Rio de Janeiro,
pouco antes de completar 69 anos de idade.
QUEM SABE DA MINHA VIDA SOU EU
Samba de Russo do Pandeiro e Alfeu de Brito
Gravado por Linda Batista
Acompanhamento dos Diabos do Céu
Disco Victor 34.814-A, matriz S-52327
Gravado em 13 de agosto de 1941 e lançado em outubro
de 1941
SALVE A BATUCADA
Samba de Chiquinho Sales, Buci Moreira e Carlos de
Souza
Gravado por Linda Batista
Acompanhamento de Regional
Disco Victor 34.939-B, matriz S-052514
Gravado em 11 de maio de 1942 e lançado em julho de
1942
QUERO SAMBAR
Samba de Carlos de Souza e Nilo Silva
Gravado por Linda Batista
Acompanhamento de Regional
Disco Victor 80-0112-A, matriz S-052788-1
Gravado em 05 de junho de 1943 e lançado em setembro
de 1943
ODETE AMARAL
(1917-1984)
Odete Amaral nasceu em Niterói (RJ) em 28 de
abril de 1917.
Gravou seu primeiro disco em 1936, na Odeon,
com os sambas Palhaço, de Milton Amaral e Roberto Cunha, e Dengoso, Milton Amaral. Logo depois, ainda nesse mesmo ano, gravou
na Victor, com a batucada Foi de Madrugada e Colibri, ambas de Ary Barroso.
Em 1937, participou do filme Samba
da Vida, cantando Luar do Morro.
Já havia participado, em 1936, do
filme Bonequinha de Seda e, em 1961, de Samba em
Brasília.
Em 1938, casou-se com o cantor Cyro Monteiro,
com quem teve um filho, formando um dos mais famosos e populares casais de sua
época. Porém, separaram-se em 1949.
Gravou em várias empresas, como a Odeon e
Victor. Em 1968, ao lado de Carlos Cachaça, Cartola, Nelson Cavaquinho e
Clementina de Jesus, Odete Amaral gravou o LP Fala, Mangueira!
Foi batizada pelo locutor César Ladeira como A Voz Tropical do Brasil.
Odete Amaral faleceu no Rio de Janeiro em 11 de outubro de 1984, uma quinta-feira, aos 67 anos de idade.
A BELA ADORMECIDA
Samba de Arlindo Marques Jr e Roberto Roberti
Gravado por Odete Amaral
Acompanhamento dos Diabos do Céu
Disco Victor 34.324-B, matriz 80766-1
Gravado em 26 de abril de 1938 e lançado em junho
SUSPIRO
Choro de Gadé e Almanir Grego
Gravado por Odete Amaral
Acompanhamento do Conjunto Regional RCA Victor
Disco Victor 34.435-A, matriz 33013-1
Gravado em 10 de março de 1939 e lançado em maio
MURMURANDO
Choro de Fon Fon e Mário Rossi
Gravado por Odete Amaral
Acompanhamento de Luperce Miranda e Seu Conjunto
Disco Odeon 12.501-A, matriz 7600
Gravado em 21 de junho de 1944 e lançado em outubro
CARMEN BARBOSA
(1912-1942)
Carmen Barbosa nasceu no Rio de Janeiro, no
bairro do Catumbi, em 04 de setembro de 1912.
Sua carreira teve início em 1932.
Devido à sua boa voz, passou a fazer parte do coro nas gravações de Carmen
Miranda, na Victor.
Ela começou no rádio em 01 de
dezembro 1934, na Rádio Cruzeiro do Sul, indo depois para a Rádio Tupi.
Sua oportunidade surgiu em 23 de
dezembro de 1934, quando foi chamada a substituir a cantora Madelou de Assis,
que havia faltado um programa de rádio por estar doente.
Estreou na gravadora Columbia com o pé direito,
interpretando dois sambas da autoria de Pixinguinha e Cícero de Almeida, o
Baiano (não confundir com o cantor da Casa Edison). Gravou também alguns discos
na Victor e um na Odeon. Entre os compositores que gravou, só havia bambas:
Herivelto Martins, Buci Moreira, Roberto Martins, Zé Pretinho, Benedito
Lacerda, só para citar alguns
Faleceu em 03 de setembro de 1942, no Rio de Janeiro, um dia antes de seu 30º aniversário.
QUANDO A VIOLETA SE CASOU
Marcha de João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcyr Pires Vermelho
Gravada por Carmen Barbosa
Acompanhamento de Fon Fon e Sua Orquestra
Disco Columbia 55.186-A, matriz 228-1
Gravado em 08 de novembro de 1939 e lançado em dezembro de 1939
VEJO O SOL NO HORIZONTE
Samba de Adolfo Teixeira
Gravado por Carmen Barbosa
Acompanhamento de Pixinguinha e Sua Orquestra
Disco Columbia 8.155-B, matriz 1090
Gravado e lançado em 1935
QUANDO LEMBRARES DESTE AMOR
Samba de Adolfo Teixeira
Gravado por Carmen Barbosa
Acompanhamento de Pixinguinha e Sua Orquestra
Disco Columbia 8.155-B, matriz 1091
Gravado e lançado em 1935
ARACY DE ALMEIDA
(1914 – 1988)
ARACY DE ALMEIDA http://memoria.bn.br/ |
Aracy Teles de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em
19 de agosto de 1914.
Iniciou sua carreira artística em 1933, cantando na
Rádio Educadora. Nesses primeiros tempos, imitava Carmen Miranda, como várias
outras cantoras iniciantes. Porém, logo descobriu seu estilo, que a destacaria
entre as grandes cantoras de nosso país.
Em 1934 gravou seu primeiro disco na Columbia. Em
dezembro desse mesmo ano, gravou a primeira música de seu grande amigo, o
compositor Noel Rosa, o samba Riso de Criança. Gravaria ainda várias
composições de Noel ao longo dos anos 30, enquanto o compositor era vivo. Ao
lado de Marília Batista, Aracy de Almeida é considerada a melhor intérprete de
Noel Rosa.
Na década de 1950, Aracy de Almeida foi responsável
por trazer de volta o nome de Noel Rosa aos meios musicais. Falecido em 1937,
aos 26 anos de idade, Noel deixou uma vasta obra que seria regravada ao longo
dos tempos. Coube à Aracy de Almeida, em 1950, dar início a essas regravações.
Pela Continental ela gravaria em 1950 e 1951 dez músicas de Noel Rosa, algumas
em parceria com Osvaldo Gogliano, o Vadico. Algumas delas receberam arranjos de
Radamés Gnatalli.
Aracy de Almeida faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de
junho de 1988, aos 73 anos de idade.
ÚLTIMO DESEJO
Samba de Noel Rosa
Gravado por Aracy de Almeida
Acompanhamento dos Boêmios da Cidade
Disco Victor 34.296-A, matriz 80511-1
Gravado em 01 de julho de 1937 e lançado em março de
1938
DIZEM POR AÍ
Samba de Waldemar de Abreu (Dunga)
Gravado por Aracy de Almeida
Acompanhamento do Conjunto RCA Victor
Disco Victor 34.321-B, matriz 80761-1
Gravado em 20 de abril de 1938
MAMÃE BAIANA
Canção Regional de Joracy Camargo e Xerém
Gravada por Aracy de ALmeida
Acompanhamento de Regional
Disco Victor 34.586-A, matriz 33322-1
Gravado em 14 de fevereiro de 1940 e lançado em
abril de 1940
EMILINHA BORBA
(1923-2005)
Nascida no Rio de Janeiro em 31 de agosto de
1923, Emília Savana da Silva Borba iniciaria sua carreira no final da década de
1930, sendo descoberta por Carmen Miranda.
NO final da década de 1930, começou a fazer
parte dos coros das gravações da Columbia. Nessa época, formou uma dupla com
Bidú Reis (Edila Luísa Reis), As Moreninhas, apresentando-se em várias rádios por um ano e
meio. Quando a dupla se desfez, ela seria logo contratada pela Rádio Mayrink
Veiga, recebendo de César Ladeira o slogan Garota Nota Dez.
Emilinha Borba gravou seu primeiro
disco em 1939, na Columbia, fazendo uma participação na marcha Pirulito,
de João de Barro, cantada pelo cantor Nilton Paz.
Seu primeiro disco solo também foi
gravado em 1939, na Columbia, trazendo o samba choro Faça o Mesmo,
de Nássara e Frazão, e o samba Ninguém Escapa..., de Frazão. No
selo, seu nome aparecia como Emília Borba.
Emilinha Borba foi uma das cantoras
mais queridas e populares do Brasil em todos os tempos, sendo querida até os
dias de hoje por novas gerações que se encantam ao descobrir seu talento. Ela
participaria de vários filmes e seria eleita Rainha do Rádio em 1953.
Feleceu no Rio de Janeiro, em 03 de outubro de
2005, aos 82 anos de idade.
FAÇA O MESMO
Samba Choro de Eratóstenes Frazão e Antônio Nássara
Gravado por Emilinha Borba
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto Regional
Disco Columbia 55.048-A, matriz 145-1
Gravado em 02 de março de 1939 e lançado em maio de 1939
ESCANDALOSA
Rumba de Djalma Esteves e Moacir Silva
Gravada por Emilinha Borba
Acompanhamento de Chiquinho e Sua Orquestra
Disco Continental 15.784-A, matriz 1667-2
Gravado em 28 de maio de 1947 e lançado em junho
CHIQUITA BACANA
Marcha de Alberto Ribeiro e João de Barro
Gravada por Emilinha Borba
Acompanhamento de Conjunto Regional
Disco Continental 15.979-A, matriz 2001
Lançado em janeiro de 1949
MARLENE
(1922-2014)
Vitória Bonaiutti De Martino nasceu em São
Paulo (SP), em 22 de novembro de 1922.
Aos treze anos de idade, estreou como
cantora no programa Hora do Estudante, na Rádio Bandeirantes de São
Paulo. Profissionalmente, estreou em 1940 na Rádio Tupi, adotando na ocasião o
nome artístico de Marlene, em homenagem à atriz Marlene Dietrich.
Ainda em 1940, mudou-se para o Rio de
Janeiro onde começou a atuar no Cassino da Urca e na Rádio Globo.
Em 1944, estreou no cinema, atuando
no filme Corações sem Piloto, de Luís de Barros. Em 1945, apareceu
em Pif-Paf, filme de Ademar Gonzaga e Luís de barros.
Marlene estreou no disco em 1946,
pela Odeon, gravando com o conjunto Brazilian Serenaders, dirigido por Carlos
Machado, o samba choro Swing no Morro, de Amado Régis e Felisberto
Martins, e o samba Ginga, ginga Moreno, de João de Deus e H
Nascimento.
Em 1949 foi eleita Rainha do Rádio, no concurso promovido pela Associação Brasileira de Rádio
(ABR), recebendo a coroa e o cetro de Dircinha Batista.
Marlene também era atriz,
destacando-se no cinema e no teatro.
Era casada com o ator Luís Delfino,
com quem contracenou em 1952 no filme Tudo Azul, ao lado de Laura
Suarez.
Marlene foi uma de nossas maiores cantoras,
tendo se destacado desde os anos 40, atingiu seu apogeu no rádio na década de
1950. Porém, seu prestígio e talento mantiveram-se pelas décadas seguintes,
sendo reverenciada e admirada por novas gerações.
Marlene faleceu em 13 de junho de 2014, no Rio de Janeiro, aos 91 anos de idade.
COITADINHO DO PAPAI
Marcha de Henrique de Almeida e M. Garcez
Gravada por Marlene
Acompanhamento de Raul e Seu Regional
Disco Odeon 12.757-A, matriz 8142
Gravado em 05 de dezembro de 1946 e lançado em fevereiro de 1947
SE É PECADO SAMBAR
Samba de Manoel Santana
Gravado por Marlene
Acompanhamento de Severino Araújo e Sua Orquestra Tabajara
Disco Continental 16.148-B, matriz 2194
Gravado em 18 de novembro de 1949 e lançado em janeiro de 1950
JARRO D´ÁGUA
Samba Choro de Assis Valente
Gravado por Marlene
Acompanhamento de Lírio Panicali e Sua Orquestra
Disco Sinter 541-A, matriz S-1172-L
Lançado em abril de 1957
INEZITA
BARROSO
(1925
– 2015)
INEZITA BARROSO |
Ignês Madalena Aranha de Lima nasceu em São Paulo,
em 04 de março de 1925. Também era violeira, arranjadora, atriz, professora,
Doutora Honoris Causa em folclore e arte digital pela Universidade de Lisboa,
apresentando até o fim de sua vida o programa Viola, Minha Viola, na TV
Cultura.
Inezita Barroso foi uma popular cantora dos anos 50
e 60, atuando no rádio e no disco, pesquisando e divulgando nosso folclore,
continuando um trabalho iniciado na década de 1920 pelas cantoras-pesquisadoras
Elsie Houston, Olga Praguer Coelho, Helena de Magalhães Castro e Stefana de
Macedo.
Inezita Barroso faleceu em 08 de março de 2015,
quatro dias depois de completar 90 anos de idade.
MARVADA PINGA
Moda de Viola de Laureano
Gravada por Inezita Barroso
Acompanhamento de Conjunto
Disco RCA Victor 80-1217-A, matriz BE3-VB-0223
Gravado em 03 de agosto de 1953 e lançado em novembro de 1953
RONDA
Samba de Paulo Vanzolini
Gravado por Inezita Barroso
Acompanhamento de Conjunto
Disco RCA Victor 80-1217-B, matriz BE3-VB-0224
Gravado em 03 de agosto de 1953 e lançado em novembro de 1953
TAIEIRAS
Baião, arranjo de Guerra Peixe
Gravado por Inezita Barroso
Acompanhamento de Orquestra
Disco RCA Victor 80-1315-A, matriz BE4-VB-0383
Gravado em 30 de março de 1954 e lançado em agosto de 1954
HEBE
CAMARGO
(1929
– 2012)
HEBE CAMARGO http://memoria.bn.br/ |
Hebe
Camargo nasceu em Taubaté (SP), em 08 de março de 1929, sendo filha do
violonista Sigesfredo Monteiro de Camargo.
Iniciou
sua carreira artística como cantora na década de 1940, em São Paulo. Estreou no
disco em 1950, gravando na Odeon, sendo uma das mais populares cantoras dessa
década.
Pioneira
na televisão, Hebe Camargo foi considerada a maior apresentadora de TV de nossa
história, comandando vários programas ao longo das décadas. O mais conhecido
foi o Programa Hebe Camargo, no SBT.
Hebe
Camargo faleceu em São Paulo, em 29 de setembro de 2012, aos 83 anos de idade.
BAIÃO CAÇULA
Baião de Mário Genari Filho e Felipe Tedesco
Gravado por Hebe Camargo
Acompanhamento de Regional
Disco Odeon 13.289-A, matriz 9317
Gravado em 28 de maio de 1952 e lançado em julho de 1952
SONHANDO CONTIGO
Bolero de Sidney Morais
Gravado por Hebe Camargo
Acompanhamento de Orquestra
Disco Odeon 13.432-B, matriz 9405
Gravado em 29 de agosto de 1952 e lançado em maio de 1953
NEM EU
Samba Canção de Dorival Caymmi
Gravado por Hebe Camargo
Acompanhamento de Osvaldo Borba e Sua Orquestra
Disco Odeon 13.462-A, matriz 9676
Gravado em 17 de abril de 1953 e lançado em julho de 1953
Agradecimento a Dijalma Candido e ao Arquivo Nirez
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