O
ano de 2019 está chegando ao fim, tendo sido um dos mais produtivos para o Blog
Estrelas que nunca se apagam. Agradeço a todos que tem acompanhado nosso Blog. Que venha 2020 com novidades e mais produções!
Como
é tradição nossa, trago algumas músicas que fazem alusão ao Ano Novo. São
gravações que vão de 1909 até 1962.
Um Feliz Ano Novo a todos!
O ANO NOVO Lundu
Gravado por Eduardo das Neves
Acompanhamento de violão
Disco Odeon Record 108.375
Lançado em 1909
ANO NOVO
Marcha de Custódio Mesquita e Zeca Ivo
Gravada por Aurora Miranda
Acompanhamento da Orquestra Odeon, sob a direção de Simon Bountman
Disco Odeon 11.292-A, matriz 5174
Gravado em 23 de outubro de 1935 e lançado em dezembro
BATEU MEIA NOITE
Marcha de Custódio Mesquita
Gravada por Aurora Miranda
Acompanhamento da Orquestra Odeon, sob a direção de Simon Bountman
Disco Odeon 11.292-B, matriz 5175
Gravado em 23 de outubro de 1935 e lançado em dezembro
ANO NOVO Valsa Sertaneja de Paraguassu
Gravada por Paraguassu e Quarteto Tupan, sob a direção de Georges Moran
Acompanhamento do Conjunto Regional RCA Victor
Disco Victor 34.397-A, matriz 80903-1
Gravado em 26 de setembro de 1938 e lançado em dezembro
FIM DE ANO Canção Natalina de Francisco Alves e David Nasser
Gravada por João Dias
Disco Odeon 13.199-B, matriz 9149
Gravado em 05 de outubro de 1951 e lançado em dezembro
ANO NOVO
Valsa de José Roy e Orlando Monelo
Gravada por Stellinha Egg
Acompanhamento de Coral e Sinos
Disco RCA Victor 80-1067-B, matriz SB-093511
Gravado em 09 de outubro de 1952 e lançado em dezembro
ANO NOVO
Valsa de Francisco Lacerda e José Maffei
Gravado por Laranjinha e Zequinha
Acompanhamento de Regional
Disco Odeon 13.553-B, matriz 9862
Gravado em 31 de agosto de 1953 e lançado em dezembro
Há
32 anos falecia a cantora e poetisa JESY BARBOSA.
Jesy
de Oliveira Barbosa nasceu em 15 de novembro de 1902, em Campos (RJ), sendo filha
de Victória Barbosa, musicista, e Luís Barbosa, poeta e jornalista.
No
começo da década de 1920, ela começou a aparecer cantando em eventos sociais.
Foi aluna da grande soprano Zaíra de Oliveira, que tinha por Jesy uma admiração
especial.
Talentosa,
Jesy Barbosa começou a se apresentar em recitais e programas de rádio, na
segunda metade da década de 1920, sendo uma das cantoras pioneiras a fazê-lo.
Jesy Barbosa em 1928. Revista O Violão. Arquivo Nirez.
Em
1929, com um nome cercado por sucesso no meio artístico, foi uma das apostas da
gravadora Victor, que se instalava no Brasil. Não decepcionou, com seus discos
sendo bem acolhidos pela crítica e pelo público, fazendo um repertório baseado
em canções românticas e regionais, mas também gravando sambas e maxixe.
Em
1930, em um concurso do Diário Carioca, foi eleita pelos leitores A Rainha
da Canção Brasileira. Durante o pleito, teve apoio da novara cantora, que já
fazia sucesso, Carmen Miranda, que ao ver que não ganharia passou a torcer por
Jesy, em prova de verdadeira camaradagem, que seria a marca de Carmen em sua
vida.
Jesy
Barbosa também era jornalista, escritora, romancista, rádio atriz, escreveu novelas
para o rádio, enfim, era uma mulher de múltiplos talentos e se destacava em cada
coisa que fazia.
Ela
faleceu em 30 de janeiro de 1987, os 85 anos de idade, no Rio de Janeiro.
Para
homenageá-la, trago um questionário feito pela revista O Cruzeiro, de 1932, abordando
a cantora. Também trago uma entrevista de Jesy Barbosa, já idosa, concedida ao
pesquisador Jairo Severiano e ao cantor e pesquisador Paulo Tapajós. Ela
relembra sua vida e carreira, citando amigos e colegas dos anos 20 e 30.
O
questionário apresentado por O Cruzeiro mostra a visão masculina da época para
com as mulheres, mesmo as consideradas intelectuais. Para eles, elas eram
românticas, sensíveis, observadoras de céus estrelados, natureza, suscetíveis
às ilusões do amor... Temas como o voto feminino (que em 1932 fora aprovado,
para ser posto em prática em 1934) nem se quer eram tocados. O que essas
artistas e escritoras pensavam sobre os direitos das mulheres, suas lutas por
igualdade, não saberemos. Não através dessa reportagem. Mas vale a pena trazê-la
para observarmos o retrato de uma época. Apesar das perguntas, as respostas
eram cheias de espírito, mostrando a inteligência e o pensamento de cada
entrevistada. Jesy Barbosa não fez feio e, em suas respostas, revelou um pouco
de si.
Em
sua edição nº 05, lançada em 15 de outubro de 1928, a revista Phono-Arte
continuava a fazer críticas e observações sobre os discos lançados no mercado. Os
discos Odeon e Parlophon, com gravações feitas no Brasil, tinham um espaço
reservado no periódico, com seus lançamentos para setembro/outubro de 1928.
Os
artistas citados eram: Mário Reis, Gastão Formenti, o violonista Canhoto
(Américo Jacomino), Francisco Alves, Romeo Ghipsmann, Machado Del Negri, Lydia
Campos, Chico Viola (Francisco Alves), Benício Barbosa e Henrique Chaves; e
ainda as orquestras Pan American e a dos Oito Batutas. Obs. Não conseguimos reunir todas as gravações.