LUIZ PEIXOTO
O Malho 28 de abril de 1923, p.32. http://memoria.bn.br |
Vamos relembrar o letrista e teatrólogo LUIZ PEIXOTO.
Luiz
Carlos Peixoto de Castro nasceu em Niterói (RJ), a 02 de fevereiro de 1889. Era
filho de Luiz Peixoto de Castro e Lucinda Miguez de Castro, irmã do compositor
Leopoldo Miguez. Luiz Peixoto também era poeta, pintor, caricaturista e
escultor.
Com
quinze anos de idade, publicou na Revista da Semana de 13 de
março de 1904 seus primeiros desenhos, onde ironizava aspectos da vida do Rio
de Janeiro. Em 1905, ao mostrar suas caricaturas a Raul Pederneiras, este as
publicou na revista O Malho. Foi redator e desenhista
do Jornal do Brasil entre 1906 e 1919, no Rio de janeiro. Em São
Paulo, colaborou ao lado de Jorge Marjorie e E. Batista Pereira no Sete
Horas. Ainda colaboraria para várias revistas, como Fon-Fon.
Estreou
no teatro em 1911 com a revista Seiscentos e Seis, em parceria com
Carlos Bittencourt. Em 1912, também com Carlos Bittencourt, lançaram a burleta Forrobodó,
com música de Chiquinha Gonzaga, que seria um dos maiores sucessos da história
do teatro brasileiro, atingindo 1.500 apresentações. No elenco, Pepa Delgado,
Cinira Polônio, Cecília Porto e Alfredo Silva.
Luiz Peixoto
O Malho 10 de setembro de 1921, p.23. http://memoria.bn.br |
Continuou
escrevendo peças de sucesso nos anos 10, 20, 30, 40 e 50, também compondo
músicas de sucesso, como a terceira versão de Linda Flor, de
Henrique Vogeler, que com Marques Porto se tornou Ai, Yoyô, gravada
por Aracy Côrtes no final de 1928, com o título de Yayá. Fora Aracy Côrtes, outras estrelas do Teatro de Revista também gravariam músicas de Luiz Peixoto, como Zaíra Cavalcanti e Luíza Fonseca.
Selo de Orgia. Arquivo Dijalma Cândido |
Selo de Sem Querer... Arquivo Dijalma Cândido |
Em 1940,
ao lado de Vicente Paiva, faria algumas composições para Carmen Miranda gravar,
respondendo as acusações de que estava americanizada, entre elas, Voltei
pro Morro e Disseram que voltei Americanizada.
Teve
entre seus parceiros compositores como Ary Barroso, Pedro de Sá Pereira, Hekel
Tavares, deixando clássicos como Sussuarana, gravada por Stefana de
Macedo e Gastão Formenti, Na Batucada da Vida, gravada por Carmen
Miranda, A Casinha da Colina, gravada por Aracy Côrtes, Sylvio
Vieira, Vicente Celestino e Gastão Formenti, entre outros sucessos.
Aliás,
A Casinha (A Casinha da Colina) foi sua primeira composição
gravada, sendo também a primeira gravação de Aracy Côrtes, realizada na Casa
Edison em 1925, onde Aracy era acompanhada pelo Jazz Band Sul Americano Romeu
Silva. Aracy Côrtes era anunciada pelo cantor Fernando como a “Graciosa Estrela
Brasileira” e a música fez parte da revista Secos e Molhados, estrelada
por Aracy em 1924, da qual Luiz Peixoto e Marques Porto eram os autores.
Luiz Peixoto
jornalggn.com.br/blog/laura-macedo |
Foi
um dos fundadores da SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), ao lado
de Chiquinha Gonzaga e outros autores, em 1917.
Em
1977, a Rede Globo o homenageou com um programa de uma hora de duração, na
série Brasil Especial, que foi escrito por Ricardo Cravo Albin e dirigido por
Augusto César Vanucci. Durante 45 anos foi um dos principais autores de teatro
de revista, produzindo 110 peças do gênero.
Luiz
Peixoto faleceu no Rio de Janeiro em 14 de novembro de 1973, aos 84 anos de
idade.
Luiz Peixoto
musicariabrasil.blogspot.com.br |
Confiram mais sobre Luiz Peixoto:
ELAS INTERPRETAM LUIZ PEIXOTO
RELEMBRANDOLUIZ PEIXOTO NAZ VOZES DE GRANDES CANTORES
Vamos
conferir algumas composições de sua autoria ou em parceria com outros
compositores. São gravações realizadas entre 1925 e 1940 por grandes artistas
de nossa música e/ou teatro, como Aracy Côrtes, Zaíra Cavalcanti, Luíza Fonseca, Stefana de Macedo, Carmen Miranda, Francisco Alves e Gastão Formenti, entre outros.
A
CASINHA
Canção de Luiz Peixoto e Pedro de Sá Pereira
Gravada
por Aracy Côrtes
Acompanhamento
do Jazz Band Sul Americano Romeu Silva
Disco
Odeon Record 122.884
Lançado
em 1925
CUSCUS
Maxixe
de Pedro de Sá Pereira, marques Porto e Luiz Peixoto
Gravado
por Francisco Alves
Acompanhamento
da Orquestra
Pan American do Cassino Copacabana
Disco
Odeon 10.096-B, matriz 1440
Lançado
em janeiro de 1928
SUSSUARANA
Canção
de Hekel Tavares e Luiz Peixoto
Gravada
por Stefana de Macedo
Acompanhamento
de Hekel Tavares ao Piano
Disco
Odeon 10.204-B, matriz 1704
Lançado
em 1928
SAUDADE
Canção
de Hekel Tavares e Luiz Peixoto
Gravada
por Stefana de Macedo
Acompanhamento
de Hekel Tavares ao Piano
Disco
Odeon 10.229-B, matriz 1721
Lançado
em agosto de 1928
CASA
DE CABOCLO
Canção
de Chiquinha Gonzaga, Hekel Tavares e Luiz Peixoto
Gravada
por Gastão Formenti
Acompanhamento
de Piano e Violão
Disco
Parlophon 12.863-A, matriz 1994-I
Gravado
em 21 de setembro de 1928 e lançado em novembro de 1928
YAYÁ
(LINDA FLÔR)
Canção
Brasileira de Marques Porto, Luiz Peixoto e Henrique Vogeler
Gravada
por Aracy Côrtes
Acompanhamento
da Orquestra Parlophon
Disco
Parlophon 12.926-A, matriz 2366
Lançado
em março de 1929
CANGOTE
CHEIROSO
Samba
de Pedro de Sá Pereira, Marques Porto e Luiz Peixoto
Gravado
por Luíza Fonseca
Acompanhamento
da Orquestra Brunswick
Disco
Brunswick 10.016-B, matriz 132
Lançado
em janeiro de 1930
JURAMENTO
Samba
de Ary Barroso, Marques Porto e Luiz Peixoto
Gravado
por Aracy Côrtes
Acompanhamento
da Orquestra Pan American
Disco
Odeon 10.553-B, matriz 3276-1
Lançado
em janeiro de 1930
AZULÃO
Canção
de Hekel Tavares e Luiz Peixoto
Gravada
por Paraguassú
Acompanhamento
de Hekel, Zezinho, Petit e Sampaio
Disco
Columbia 5.141-B, matriz 380474-1
Lançado
em fevereiro de 1930
CHAMEGO
Canção
de Augusto Vasseur, marques Porto e Luiz Peixoto
Gravada
por Aracy Côrtes
Acompanhamento
de Orquestra
Disco
Odeon 10.692-B, matriz 3897
Gravado
em 14 de agosto de 1930 e lançado em outubro de 1930
ORGIA
Samba
de A. Neves e Luiz Peixoto
Gravado
por Zaíra Cavalcanti
Acompanhamento
de Simão Nacional Orquestra
Disco
Parlophon 13.200-A, matriz 3733
Gravado
em 1930 e lançado em setembro de 1930
PRETO
E BRANCO
Toada
de Augusto Vasseur, Marques Porto e Luiz Peixoto
Gravada
por Aracy Côrtes
Acompanhamento
de Piano
Disco
Odeon 10.681-B, matriz 3865
Lançado
em setembro de 1930
SEM
QUERER
Samba
de Ary Barroso, Marques Porto e Luiz Peixoto
Gravado
por Zaíra Cavalcanti
Acompanhamento
da Orquestra Guanabara
Disco
Parlophon 13.255-B, matriz T-16
Lançado
em janeiro de 1931
CANÇÃO
DOS INFELIZES
Canção
de Ernesto dos Santos (Donga) e Luiz Peixoto
Gravada
por Zaíra de Oliveira
Disco
Parlophon 13.361-A, matriz 131246
Lançado
em 1931
MARIA
Samba
Canção de Ary Barroso e Luiz Peixoto
Gravada
por Sílvio Caldas
Acompanhamento
da Orquestra Victor Brasileira, sob a direção de João Martins
Disco
Victor 33.594-A, matriz 65587-2
Gravado
em 03 de novembro de 1932 e lançado em dezembro de 1932
UM
CABOCLINHO
Samba
Canção de Hervê Cordovil e Luiz Peixoto
Gravado
por Francisco Alves
Acompanhamento
do Conjunto Regional RCA Victor
Disco
Victor 33.994-A, matriz 80014-1
Gravado
em 28 de março de 1935 e lançado em novembro de 1935
NEGO
NEGUINHO
Samba
Canção de Custódio Mesquita e Luiz Peixoto
Gravado
por Aurora Miranda
Acompanhamento
da Orquestra Odeon Sob Direção de Simon Bountman
Disco
Odeon 11.227-B, matriz 5023
Gravado
em 27 de abril de 1935 e lançado em junho de 1935
POR
CAUSA DESTA CABOCLA
Samba
Canção de Ary Barroso e Luiz Peixoto
Gravada
por Sílvio Caldas
Acompanhamento
da Orquestra Odeon Sob Direção de Simon Bountman
Disco
Odeon 11.255-B, matriz 5083
Gravado
em 25 de junho de 1935 e lançado em setembro de 1935
CABOCLO
FELIZ
Samba
Estilizado de Luiz Peixoto e Odmar Amaral Gurgel (Gaó)
Gravado
por Jorge Fernandes
Acompanhamento
de Gaó e Sua Orquestra
Disco
Columbia 8.366-B, matriz 3601-1
Lançado
em 1938
DISSO
É QUE EU GOSTO
Chorinho
de Luiz Peixoto e Vicente Paiva
Gravado
por Carmen Miranda
Acompanhamento
do Conjunto Odeon
Disco
Odeon 11.913-A, matriz 6463
Gravado
em 06 de setembro de 1940 e lançado em novembro de 1940
DISSERAM
QUE VOLTEI AMERICANIZADA
Samba
de Luiz Peixoto e Vicente Paiva
Gravado
por Carmen Miranda
Acompanhamento
do Conjunto Odeon
Disco
Odeon 11.913-B, matriz 6459
Gravado
em 02 de setembro de 1940 e lançado em novembro de 1940
Agradecimento a Dijalma Cândido e ao Arquivo Nirez
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