PATÁPIO SILVA "Ao sympathico amigo M. Tapajós Gomes. Affectuosa lembrança do Pattapio. S. Paulo, 14 - VII - 096" Arquivo Nirez |
Há 139 anos nascia o flautista e compositor
PATÁPIO SILVA.
Patápio
Silva nasceu em Itaocara (RJ), em 22 de outubro de 1880. Era filho de Amélia
Medina da Silva e do barbeiro Bruno José da Silva.
Com
a família indo morar na cidade mineira de Cataguases, passou a aprender o
ofício do pai, no qual trabalhou desde os doze anos de idade. Interessado,
desde pequeno, pela música, aprendeu a tocar flauta de folha-de-flandres. Aos
quatorze anos, estudou solfejo e teoria musical. Tempos depois de ingressar na
banda de música da cidade, deixou Cataguases e foi percorrer bandas de músicas
pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em Campos ficou muito conhecido.
Após
a morte de seu pai, sua mãe casou-se novamente, tendo três filhos do segundo
casamento, que também se tornaram músicos: Lafaiete e Cícero Meneses
(violonistas) e João Meneses (flautista).
Patápio
Silva começou a atuar em Campos por volta de 1898, conquistando o posto de
mestre da Lira Guarani. Com sua fama crescendo, transferiu-se em 1900 para o
Rio de Janeiro, trabalhando como tipógrafo na Imprensa Nacional. Também
trabalhou como impressor na Casa da Moeda.
No
Rio de Janeiro, teve como mentor o flautista Duque Estrada Meyer, então
professor do Instituto Nacional de Música, que considerava Patápio um “brilhante
em bruto”, no qual decidiu lapidar.
Nesse
período, começou a gravar vários discos para a Casa Edison, “por preços irrisoriamente
pagos”, segundo seu irmão Cícero.
Patápio
era um músico estudioso e obstinado, realizando em dois anos o curso que era
previsto para ser realizado em seis, no Instituo Nacional de Música, sendo
aprovado com distinção, no exame final, realizado em 1902.
Entre
1904 e 1906, foi contratado por Fred Figner para gravar na Casa Edison. Seu
primeiro disco trazia a peça de José White, Zamacueca,
sendo acompanhado ao violino por Serpa. Também gravou Noturno nº1, de Chopin. Ainda gravaria, de sua autoria, Variações de flauta, e a valsa Primeiro Amor, um grande sucesso em sua
carreira e considerada clássico do repertório flautístico. Nesse mesmo ano,
gravaria a bela polca Só para moer,
de Viriato Figueira da Silva. Ao todo foram quase vinte músicas gravadas.
Chegou
a se apresentar no Palácio do Catete para o então presidente Afonso Pena.
Desejando viajar para a Europa, visando aperfeiçoar seus estudos, iniciou uma
turnê pelos estados brasileiros, juntando recursos para a viagem. Obteve
sucesso em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, recebendo boas
críticas dos principais jornais. No interior de São Paulo, apresentou-se ao
lado do futuro compositor Marcelo Tupinambá, ainda um adolescente de 15-16
anos, que o acompanhou ao piano.
Após
uma brilhante apresentação em um concerto em Florianópolis, contraiu difteria,
falecendo cindo dias depois, nessa mesma cidade, em 24 de abril de 1907, aos 26 anos de idade. O
Governo de Santa Catarina se encarregou de seu funeral.
PATÁPIO SILVA Arquivo Nirez |
Patápio
Silva deixou algumas composições que não haviam sido gravadas, peças
principalmente para flauta e piano. Porém, muitas delas foram gravadas
posteriormente.
Apesar
de sua curta existência, Patápio Silva deixou sua marca registrada na história
de nossa música, sendo considerado até hoje um de nossos maiores flautistas.
Trago
algumas de suas gravações, realizadas no começo do século XX na Casa Edison.
ZAMACUECA
De
José White
Gravada
por Patápio Silva na flauta e Serpa ao violino
Disco
Odeon Record 40.012
Matriz
RX-264
Lançado
em 1904
VARIAÇÕES DE FLAUTA
De
Patápio Silva
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.041, matriz RX-37
Lançado
em 1904
ALEGRO
De
Adolf Terschak
Gravado
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.043, matriz RX-41
Lançado
em 1904
MARGARIDA
Mazurca
de Patápio Silva
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.045, matriz RX-39
Lançado
em 1904
SÓ PARA MOER
Polca
de Viriato Figueira da Silva
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.047, matriz RX-40
Lançado
em 1904
SERENATA ORIENTAL
Serenata
de Ernesto Köeler
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.049, matriz RX-42
Lançado
em 1904
ALVORADA DAS ROSAS
De
Júlio Reis
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.051, matriz RX-62
Lançado
em 1904
PRIMEIRO AMOR
Valsa
de Flauta de Patápio Silva
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.053, matriz RX-63
Lançado
em 1904
SERENATA DE SCHUBERT
Serenata
de Franz Schubert
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.087, matriz RX-90
Lançado
em 1904
SERENATA DE BRAGA
Serenata
de Gaetano Braga
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 40.242, matriz RX-180
Lançado
em 1904
ZINHA
Polca
Patápio Silva
Gravada
por Patápio Silva na flauta
Disco
Odeon Record 10.011, matriz RX-33
Lançado
em 1904
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Fonte: dicionariompb.com.br