VICENTE CELESTINO Jornal de Theatro e Sport, 1921 http://memoria.bn.br |
Há 56 anos falecia o cantor, compositor e ator VICENTE
CELESTINO, A Voz Orgulho do Brasil.
Antônio
Vicente Felipe Celestino nasceu no Rio de Janeiro em 12 de setembro de 1894, na
Rua Paraíso, em Santa Teresa. Seus pais eram imigrantes da região da Calábria
(Itália), e chegaram ao Brasil dois anos antes da criança nascer.
Tinha
cinco irmãos e cinco irmãs. Seus irmãos também seguiram carreira artística: João
(galã cômico), Pedro (tenor), Radamés (barítono) e Antônio (baixo) e Amadeu
(cantor e ator).
Vicente
Celestino trabalhou em vários locais, como na sapataria de seu pai, em uma
fábrica de guarda-chuvas em 1905, indo trabalhar como servente de pedreiro, em 1906,
e retornando à sapataria de seu pai, em 1910.
Com
apenas oito anos de idade, em 1902, começou a cantar no grupo Pastorinhas da
Ladeira Viana, participando em 1903 do coro infantil da ópera Carmen, de Bizet,
no Teatro Lírico. Na ocasião, o grande tenor italiano Enrico Caruso,
entusiasmado com o pequeno Vicente, convidou-o para estudar na Itália, porém, o
pai do menino não autorizou sua ida.
A
decisão de seguir carreira de cantor veio aos 11 anos de idade, quando gostava
de ouvir Eduardo das Neves no Passeio Público. Em 1912, deu início à sua
carreira no palco atuando no Grupo dos Cartolas, formado por amigos do bairro
da Saúde, que montaram uma a peça Vida de Artista, onde ele cantava um solo em
público pela primeira vez. A partir de então, abandonou a sapataria e passou a
cantar em festas, serenatas e casas de chope.
Quando
cantava em uma casa de chope foi visto por Alvarenga Fonseca que lhe ofereceu
trabalho na Companhia Nacional de Revistas, onde era diretor, que Vicente
aceitou.
Em
pouco tempo, estava na prestigiada Companhia do Teatro São José, atuando em
revistas ao lado de grandes nomes da época como Pepa Delgado, Cecília Porto, Alfredo
Silva, e sua esposa Laura Godinho, Júlia Martins, entre outros. Ao lado de Pepa
Delgado, que lhe incentivava a carreira, atuou em duetos nos palcos do São
José.
Vicente Celestino ao centro. Jornal de Theatro e Sport, 1917 http://memoria.bn.br |
Vicente Celestino à direita de quem olha a foto. Os demais: Augusto Aníbal, Mathilde Costa e Albertina Rodrigues. No destaque: Reynaldo Teixeira. Fon Fon, 1921 http://memoria.bn.br |
Seu
prestígio como tenor aumentava e em 1916 ele gravou seu primeiro disco pela
Casa Edison, com o selo Odeon Record. Trazia as valsas Flor do Mal, de Domingos Correia e Santos Coelho, e Os Que Sofrem, de Armando Oliveira e Alfredo
Gama. Flor do Mal fez grande sucesso,
em parte pelo fato da história da música: a atriz Arminda Santos tinha um caso
amoroso com Domingos Correia. Ao romper com o amante, este se matou deixando os
versos da valsa, no qual citava o nome de Arminda. Santos Coelho colocou
melodia na letra, tornando-a um sucesso.
Vicente
Celestino gravou vários discos no final da década de 1910 e no período da era
mecânica de gravações. Em 1917 gravou o Hino Nacional Brasileiro, de Francisco
Manoel da Silva e Osório Duque Estrada, e o Hino à Bandeira, de Francisco Braga
e Olavo Bilac.
Gravaria
também em dueto com artistas como Laís Areda, com quem fazia duetos nos palcos
das operetas. Com Laís gravou três músicas, entre elas, a canção Paixão de Artista em 1922, de Eduardo Souto,
da opereta do mesmo nome.
Com
o advento das gravações elétricas, em 1927, Vicente Celestino deu início a uma
nova fase, a partir de 1928, onde gravava canções dos palcos onde atuava e
também composições que cantaria no rádio e no cinema, algumas de sua autoria,
com muito sucesso.
Falaremos
dessa fase na próxima postagem.
Vicente
Celestino, que era casado desde 1933 com a cantora e atriz Gilda de Abreu,
faleceu em 23 de agosto de 1968, pouco antes de completar 74 anos de idade.
Trago
vinte e cinco gravações realizadas por ele na fase mecânica, entre 1916 e 1926, quando
ele iniciava e firmava sua carreira no teatro de revista e no disco. Nelas já
podemos imaginar o porquê dele ser considerado A Voz Orgulho do Brasil.
FLOR DO MAL
Valsa
de Domingos Correia e Santos Coelho
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Cavaquinho e Violão
Disco
Odeon Record 121.052
Lançado
em 1916
OS QUE SOFREM
Valsa
de Armando Oliveira e Alfredo Gama
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Cavaquinho e Violão
Disco
Odeon Record 121.053
Lançado
em 1916
PERDÃO DE UM CORAÇÃO
Modinha
de Pedro Borges - Catullo da Paixão Cearense
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Cavaquinho e Violão
Disco
Odeon Record 121.116
Lançado
em fevereiro de 1916
FEITICEIRA
Modinha
de Mário de Oliveira e Catullo da Paixão Cearense
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Cavaquinho e Violão
Disco
Odeon Record 121.117
Lançado
em fevereiro de 1916
O CAPIM MAIS MIMOSO
Canção
Sertaneja
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Orquestra e Coro
Disco
Odeon Record 121.316
Gravado
e lançado em 1917
O SERESTEIRO
Canção
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Conjunto e Coro
Disco
Odeon Record 121.319
Gravado
e lançado em 1917
HINO NACIONAL BRASILEIRO
Hino
de Francisco Manoel da Silva e Osório Duque Estrada
Gravado
por Vicente Celestino
Acompanhamento
da Banda do Batalhão Naval e Coro
Disco
Odeon Record 121.342
Gravado
e lançado em 1917
HINO À BANDEIRA
Hino
de Francisco Braga e Olavo Bilac
Gravado
por Vicente Celestino
Acompanhamento
da Banda do Batalhão Naval e Coro
Disco
Odeon Record 121.343, matriz P-10
Gravado
e lançado em 1917
QUEBREI A JURA
Canção
de P. Guerra e Catullo da Paixão Cearense
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Cavaquinho e Violão
Disco
Odeon Record 121.372
Gravado
e lançado em 1917
VAI MEU AMOR AO CAMPO SANTO
Canção
de Irineu de Almeida e Catullo da Paixão Cearense
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Cavaquinho e Violão
Disco
Odeon Record 121.373
Gravado
e lançado em 1917
AO TRONO SANTO DO CRIADOR
Canção
de Cândido Silva (Candinho) e Inácio Raposo
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Cavaquinho e Violão
Disco
Odeon Record 121.378
Gravado
e lançado em 1917
CANÇÃO MILITAR (CAPITÃO CAÇULA)
Marcha
de Teófilo de Magalhães e Alberto Martins
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
da Banda do Batalhão Naval
Disco
Odeon Record 121.430
Lançado
em 1918
PAIXÃO DE ARTISTA
Canção
de Eduardo Souto
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.029
Lançado
em 1922
PAIXÃO DE ARTISTA
Dueto
de Eduardo Souto
Gravada
por Vicente Celestino e Laís Areda
Disco
Odeon Record 122.084
Lançado
em 1922
TRISTE CARNAVAL
Valsa
de Américo Jacomino (Canhoto) e Arlindo Leal
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.214
Lançado
em 1922
ATÉ AS FLORES MENTEM
Canção
de Joventino Rosas e Catullo da Paixão Cearense
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.215
Lançado
em 1922
O CIGANO
Fox
Trot Sertanejo de Marcelo Tupinambá e João do Sul
Gravado
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.748
Lançado
em 1924
CAIUBY
Canção
de Pedro de Sá Pereira
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.749
Lançado
em 1924
PRINCESA DOS DÓLARES - ENTRADA DE HANS
De
Leo Fall
Gravada
por Vicente Celestino
Acompanhamento
de Orquestra
Disco
Odeon Record 122.764
Lançado
em 1925
DUQUESA DE BAL TABARIN - ENTRADA DO
PRÍNCIPE
De
Lombardo
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.766
Lançado
em 1925
COMO É BELO AMAR
Canção
de Verdi de Carvalho
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.792
Lançado
em 1925
PRESO POR UM OLHAR
Romanza
de Verdi de Carvalho
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.794
Lançado
em 1925
MAZURCA AZUL
Serenata
de Franz Lehar
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 122.795
Lançado
em 1925
CANÇÃO PRAIANA
Canção
de Marcelo Tupinambá e Filemon Assunção
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 123.036
Gravado
e lançado em 1926
COLOMBINA
Canção
de Marcelo Tupinambá e Manoel do Carmo
Gravada
por Vicente Celestino
Disco
Odeon Record 123.037
Gravado
e lançado em 1926
Agradecimento ao Arquivo Nirez
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