Correio da Manhã, 1927. http://memoria.bn.br |
Há
56 anos falecia o cantor J. GOMES JUNIOR.
Pela
história de nossa Música Popular passaram muitos artistas que deixaram sua
contribuição para nossa cultura. Alguns fixaram seu nome no tempo, sendo
lembrados por décadas, apesar de nossa pouca memória cultural.
Outros,
inclusive por essa característica de esquecermos nosso passado, tiveram seus
nomes perdidos no tempo, embora em sua época tivessem gozado de algum ou muito
prestígio.
Esse
último é o caso do cantor (tenor) e compositor J. (José) Gomes Junior que foi
um nome conhecido no meio musical da década de 1920 e hoje encontra-se
totalmente (ou quase) desconhecido, sendo lembrado por poucos pesquisadores e
amantes da música popular do passado.
Segundo
o saudoso pesquisador Abel Cardoso Junior, José Gomes Junior era sócio e
gerente da Casa Viúva Guerreiro, que editava partituras para piano. Ele também
era compositor. Em janeiro de 1928, Francisco Alves lançou sua marcha
carnavalesca Eu Fui no Mato Crioula.
Correio da Manhã, 1927. http://memoria.bn.br |
Na
década de 1920, J. Gomes Junior gravou alguns discos ainda na fase mecânica
entre 1926 e 1927. Chegou a gravar, ao lado da soprano Zaíra de Oliveira, um grande
sucesso carnavalesco, a marcha Dondoca, de José Francisco de Freitas,
que fez furor no Carnaval de 1927.
Ele
gravaria oito músicas, destacadas pela Discografia Brasileira. Porém, há alguns
anos, surgiu um disco “inédito” dele que não constava na discografia, da
autoria do amigo e pesquisador Eduardo Saragiotto Beghini. A música se intitula
Minha Sogra que me Tapear, no caso “tapear = bater”. O disco foi lançado
em 1927. É possível que outros discos apareçam com o tempo, vamos torcer por
isso.
J. Gomes Junior faleceu em 19 de julho de 1963.
Livro As Mil Canções do Rei da Voz de Abel Cardoso Junior Arquivo Marcelo Bonavides |
Trago
algumas poucas músicas de seu repertório, entre elas o cateretê de Hekel
Tavares, Eu vi uma Lagartixa, gravado por ele em 1926, que seria
regravado pouco depois por Patrício Teixeira e, décadas depois, por Inezita
Barroso, com o título de Redondo Sinhá.
J. Gomes Junior compositor
EU
FUI NO MATO CRIOULA
Marcha
Carnavalesca de J. Gomes Junior
Gravada
por Francisco Alves
Acompanhamento
da Orquestra Pan American do Cassino Copacabana
Disco
Odeon 10.126-B, matriz 1517
Lançado
em janeiro de 1928
J. Gomes Junior intérprete
DONDOCA
Marcha
Carnavalesca de José Francisco de Freitas
Gravada
por Zaíra de Oliveira e J. Gomes Junior
Disco
Odeon Record 123.250, matriz 1095
Lançado
em 1926
OIA
LÁ JOÃO
Choro
Típico de Henrique Vogeler
Gravado
por J. Gomes Junior
Disco
Odeon Record 123.257, matriz 1080
Lançado
provavelmente em 1926
EU
VI UMA LAGARTIXA
Cateretê
de Hekel Tavares
Gravado
por J. Gomes Junior
Disco
Odeon Record 123.258, matriz 1078
Lançado
em 1926
VOU
QUEBRAR
Choro
de Henrique Vogeler
Gravado
por J. Gomes Junior
Disco
Odeon Record 123.259, matriz 1081
Lançado
em 1926
IOIÔ
É BÃO
Samba
Carnavalesco de Raul Silva
Gravado
por J. Gomes Junior
Disco
Odeon Record 123.261, matriz 1082
Lançado
em 1926
MINHA
SOGRA QUER ME TAPEAR
Samba
Carnavalesco de José Francisco de Freitas
Gravado
por J. Gomes Nunior
Disco
Odeon Record 123.262
Lançado
provavelmente em 1926
TUDO
ACABADO
Tango
Canção de Cândido das Neves
Gravado
por J. Gomes Junior
Disco
Odeon Record 123.263, matriz 1087
Lançado
em 1926
Agradecimento a Eduardo Saragiotto Beghini e ao Arquivo Nirez
Nenhum comentário:
Postar um comentário