Dentre
os objetos pessoais que herdei de minha avó paterna, Maria Carmélia Costa de
Castro (1909 – 1995), estão várias fotografias de família e de amigos. São
registros que retratam sua família e a de meu avô, Oscar de Castro (1900 –
1984), desde o final do século XIX até meados da década de 1970. Minha avó foi adolescente
durante a década de 1920, com muitas amigas e mantendo um costume comum na
época: trocar fotografias acompanhadas de dedicatórias.
Entre
essas fotografias, várias me chamam a atenção, por vários motivos. Algum
parente que eu conheci já idoso, mas que, nos registros fotográficos, aparece
bem jovem; algum tio ou tia que não conheci, mas que sempre ouvi falar muito;
alguma amiga de minha avó da década de 1920 a quem tive a satisfação de também
ser amigo 70 anos depois, na década de 1990...
Uma
das fotografias que me chamam a atenção é bem simples. E por isso mesmo se
destaca. Trata-se de um pequeno papel enfeitado por flores pintadas sobre ele e
a fotografia de uma bonita moça de nome Saphyra (Safira, na ortografia atual).
Ela dedicava a pequena imagem à minha avó, em uma curta dedicatória. Nunca
soube quem teria sido Saphyra, só que era amiga de vovó. Fico imaginando que
possa ter se casado tempos depois, ter tido filhos, netos, bisnetos ou, então,
ter ficado solteira como outras tantas mocinhas de sua época, e como várias
tias-avós minhas.
Ao
ver sua foto, imaginei uma canção para homenageá-la e me veio à mente a bela
voz de Francisco Alves, em uma serenata imaginária.
À
Saphyra, dedico a modinha Reflexos de
Minha Alma, na voz de Francisco Alves, no desejo de que esteja bem e em paz
onde quer que se encontre.
REFLEXOS
DE MINHA ALMA
Modinha
de Francisco Alves
Gravada
por Francisco Alves
Acompanhamento
de Américo Jacomino (Canhoto) ao Violão
Disco
Odeon 10.019-B, matriz 1258
Lançado
em agosto de 1927
Nenhum comentário:
Postar um comentário