domingo, 13 de janeiro de 2019

UMA MODINHA PARA SAPHYRA




Dentre os objetos pessoais que herdei de minha avó paterna, Maria Carmélia Costa de Castro (1909 – 1995), estão várias fotografias de família e de amigos. São registros que retratam sua família e a de meu avô, Oscar de Castro (1900 – 1984), desde o final do século XIX até meados da década de 1970. Minha avó foi adolescente durante a década de 1920, com muitas amigas e mantendo um costume comum na época: trocar fotografias acompanhadas de dedicatórias.

Entre essas fotografias, várias me chamam a atenção, por vários motivos. Algum parente que eu conheci já idoso, mas que, nos registros fotográficos, aparece bem jovem; algum tio ou tia que não conheci, mas que sempre ouvi falar muito; alguma amiga de minha avó da década de 1920 a quem tive a satisfação de também ser amigo 70 anos depois, na década de 1990...

Uma das fotografias que me chamam a atenção é bem simples. E por isso mesmo se destaca. Trata-se de um pequeno papel enfeitado por flores pintadas sobre ele e a fotografia de uma bonita moça de nome Saphyra (Safira, na ortografia atual). Ela dedicava a pequena imagem à minha avó, em uma curta dedicatória. Nunca soube quem teria sido Saphyra, só que era amiga de vovó. Fico imaginando que possa ter se casado tempos depois, ter tido filhos, netos, bisnetos ou, então, ter ficado solteira como outras tantas mocinhas de sua época, e como várias tias-avós minhas.








Ao ver sua foto, imaginei uma canção para homenageá-la e me veio à mente a bela voz de Francisco Alves, em uma serenata imaginária.

À Saphyra, dedico a modinha Reflexos de Minha Alma, na voz de Francisco Alves, no desejo de que esteja bem e em paz onde quer que se encontre.







REFLEXOS DE MINHA ALMA
Modinha de Francisco Alves
Gravada por Francisco Alves
Acompanhamento de Américo Jacomino (Canhoto) ao Violão
Disco Odeon 10.019-B, matriz 1258
Lançado em agosto de 1927














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