segunda-feira, 22 de outubro de 2018

ARTHUR AZEVEDO E PATÁPIO SILVA

A data de hoje, 22 de outubro, marca o falecimento e nascimento de dois grandes nomes de nossa cultura: ARTHUR AZEVEDO e PATÁPIO SILVA.



ARTHUR AZEVEDO
110 anos de Saudade



ARTHUR AZEVEDO
http://ihgm1.blogspot.com

Arthur Nabantino Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís (MA), em 07 de julho de 1855.
Foi revistógrafos, poeta, jornalista e letrista.
Destacou-se como um dos principais nomes, senão o principal, do Teatro de Revista brasileiro, tendo sido o responsável, ao lado de Moreira Sampaio, de sua consolidação na década de 1880, no Rio de Janeiro.
Entre suas peças de sucesso estão A República, de 1890, onde a atriz Ana Manarezzi lançou o lundu de sucesso As Laranjas da Sabina; e a burleta A Capital Federal, de 1897, na qual se destacaram Pepa Ruiz e Brandão – o – Popularíssimo nos papéis principais de Lola e Euzébio.
Arthur Azevedo faleceu no Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1908.



AS LARANJAS DA SABINA
Lundu de Arthur Azevedo
Gravado por Pepa Delgado
Disco Odeon Record 40.350, matriz RX-452
Lançado em 1906
Da Revista A República, de 1890, lançado por Ana Manarezzi





CAPITAL FEDERAL
Cançoneta de Arthur Azevedo
Gravada por Geraldo Magalhães
Acompanhamento de piano
Disco Odeon Record 40.602
Lançado em 1905
Da burleta A Capital Federal, lançada em 1897





A CAPITAL FEDERAL
Tango de Arthur Azevedo e Nicolino Milano
Gravado por Júlia Martins e João Barros
Acompanhamento de Orquestra
Disco Victor Record 98.908
Lançado em 1909
Da burleta A Capital Federal, lançada em 1897




O FAZENDEIRO
Lundu de Arthur Azevedo
Gravado por Mário Pinheiro
Disco Victor Record 99.738
Lançado em 1910
Da burleta A Capital Federal, lançada em 1897





PATÁPIO SILVA
138 Anos

PATÁPIO SILVA
"Ao sympathico amigo M. Tapajós Gomes. Affectuosa lembrança do Pattapio.
S. Paulo, 14 - VII - 096"
Arquivo Nirez

Patápio Silva nasceu em Itaocara (RJ), em 22 de outubro de 1880.
Foi flautista e compositor.
Destacou-se como um de nossos melhores flautistas, tendo gravado sua obra em 1904.
Patápio Silva faleceu em Florianópolis (SC), em 24 de abril de 1907.
Mesmo décadas depois de sua morte, ele ainda inspirava novas gerações de talentos, como Altamiro Carrilho.



VARIAÇÕES DE FLAUTA
Gravada por Patápio Silva na flauta
Disco Odeon Record 40.041, matriz RX-37
Lançado em 1904





SÓ PARA MOER
Polca de Viriato Figueira da Silva
Gravada por Patápio Silva na flauta
Disco Odeon Record 40.047, matriz RX-40
Lançado em 1904



ALVORADA DAS ROSAS
De Júlio Reis
Gravada por Patápio Silva na flauta
Disco 40.051, matriz RX-62
Lançado em 1904





PRIMEIRO AMOR
Valsa de Flauta de Patápio Silva
Gravada por Patápio Silva na flauta
Disco 40.053, matriz RX-63
Lançado em 1904






ZINHA

Polca de Patápio Silva
Gravada por Patápio Silva na flauta
Disco 10.011, matriz R-33
Lançado em 1904





















Agradecimento ao Arquivo Nirez

































sexta-feira, 5 de outubro de 2018

MÁRIO REIS - 37 ANOS DE SAUDADE


MÁRIO REIS ao microfone da Rádio Mayrink Veiga, 1935.
Suas fãs suspiram ao seu lado.
Arquivo Nirez.





Há 37 anos falecia o cantor MÁRIO REIS.

Mário da Silveira Reis nasceu em 31 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro.

Iniciou sua carreira artística de cantor, como Mário Reis, em 1928, quando Sinhô o levou aos estúdios da gravadora Odeon para gravar um disco. Aí, registrou da autoria de Sinhô (que também era seu professor de violão) o samba Que Vale a Nota Sem o Carinho da Mulher? e o romance Carinhos de Vovô, sendo acompanhado pelos violões de Sinhô e Rogério Guimarães.

Mário Reis possuía um estilo único de cantar, com uma voz calma, não tendo o vozeirão comum aos cantores de seu tempo. Mesmo assim, conquistou o público, sendo um dos cantores mais queridos de sua época, vendendo muitos discos e se popularizando através deles e também do rádio, shows e filmes.

Gravou ao lado de Carmen Miranda alguns clássicos juninos e fez uma memorável parceria com Francisco Alves em vinte e quatro música, onde os cantores casaram com perfeição suas vozes. Francisco Alves, considerado O Rei da Voz, tinha uma grande extensão vocal.

No auge de sua carreira, Mário Reis aceitou trabalhar como funcionário público, se afastando do meio artístico. Voltaria em várias ocasiões, como em 1939, ao gravar alguns discos e participar do show Joujoux et Balangandãs.

Na década de 1950, lançaria um LP regravando músicas de Sinhô.

Um de seus últimos shows aconteceu em 1971, no Golden Room do Copacabana Palace, onde ele se apresentou durante três dias, lotando o local, sendo aplaudido de pé por mais de dez minutos.

Mário Reis faleceu em 05 de outubro de 1981, meses antes de completar 74 anos.


Vamos conferir algumas de suas gravações, realizadas na Odeon e Victor entre 1928 e 1935.



JURA
Samba de José Barbosa da Silva (Sinhô)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.278-A, matriz 2070
Lançado em novembro de 1928



GOSTO QUE ME ENROSCO
Samba de José Barbosa da Silva (Sinhô)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de dois violões
Disco Odeon 10.278-B, matriz 2003
Lançado em novembro de 1928



SOFRER É DA VIDA
Samba de Francisco Alves e Ismael Silva
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.872-A, matriz 4375
Gravado em 28 de novembro de 1931 e lançado em julho de 1932



MULATO BAMBA
Samba Canção de Noel Rosa
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.928-B, matriz 4480
Gravado em 07 de julho de 1932 e lançado nesse mesmo ano



A TUA VIDA É UM SEGREDO
Samba de Lamartine Babo
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento do Grupo da Guarda Velha
Disco Victor 33.614-B, matriz 65615-3
Gravado em 03 de dezembro de 1932 e lançado em fevereiro de 1933



QUANDO O SAMBA ACABOU
Samba de Noel Rosa
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 11.003-A, matriz 4639
Gravado em 11 de abril de 1933 e lançado em maio



AGORA É CINZA
Samba de Alcebíades Barcelos (Bide) e Armando Vieira Marçal
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento dos Diabos do Céu, sob a direção de Pixinguinha
Disco Victor 33.728-A, matriz 65871-1
Gravado em 25 de outubro de 1933 e lançado em dezembro



O SOL NASCEU PRA TODOS
Samba de Lamartine Babo
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento dos Diabos do Céu, sob a direção de Pixinguinha
Disco Victor 33.738-B, matriz 65880-1
Gravado em 08 de novembro de 1933 e lançado em janeiro de 1934



UMA ANDORINHA NÃO FAZ VERÃO
Marcha de Lamartine Babo e João de Barro
Gravada por Mário Reis
Acompanhamento dos Diabos do Céu, sob a direção de Pixinguinha
Disco Victor 33.742-A, matriz 65903-1
Gravado em 01 de dezembro de 1933 e lançado em janeiro de 1934



MEU CONSOLO
Samba de Gadé e Walfrido Silva
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.274-A, matriz 5159
Gravado em 17 de setembro de 1935 e lançado em outubro



CADÊ MIMI
Marcha de João de Barro e Alberto Ribeiro
Gravada por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.305-B, matriz 5206
Gravado em 06 de dezembro de 1935 e lançado em janeiro de 1936










Agradecimento ao Arquivo Nirez















segunda-feira, 1 de outubro de 2018

ZAÍRA CAVALCANTI - 105 ANOS


Há 105 anos nascia a cantora e atriz ZAÍRA CAVALCANTI.

Zaíra Baltazar Cavalcanti nasceu em Santa Maria (RS), em 01 de outubro de 1913, vindo a falecer no Rio de Janeiro em 12 de setembro de 1981.

Com apenas 16 anos, em 1930, tornou-se uma grande estrela do Teatro de Revista ao lançar a marcha de Ary Barroso, Dá Nela, na peça homônima.

Ao longo das décadas dedicou-se ao teatro musicado, destacando-se por seu talento, beleza e a bela voz. Também atuou no cinema e gravou alguns discos.

Trago uma reportagem sobre Zaíra Cavalcanti que foi publicada em 1941 na revista A Scena Muda, escrita por Sylvia Moncorvo.


Sylvia Moncorvo era crítica da revista A Scena Muda
Admiradora do talento de Zaíra Cavalcanti, ela publicou alguns artigos e citações elogiando a atriz de Santa Maria.
Transcrevo aqui uns trechos de um artigo publicado em 18 de novembro de 1941.
Obs: Os artigos foram copiados com a pontuação e grafia originais.



Artistas de Teatro e... Artistas de Cinema.




Zaíra Cavalcanti aparece hoje aos meus leitores de A Cena Muda. Essa singularíssima atriz brasileira nasceu no Rio Grande do Sul, em Santa Maria da Boca do Monte - flor da montanha.
...
A sua graça, o seu corpo de anfora, a sua inteligencia, revelam a sua personalidade. Atriz generica, Zaíra faz a comédia, a revista, dança e canta com brilhos notáveis. Italia Fausta conta-me, que tendo representado o papel de Virgem-Maria, na peça de Eduardo Garrido, O Martir do Calcário, ultimamente no Teatro Recreio, teve oportunidade de assistir ao trabalho da atriz Zaíra Cavalcanti, que representava o papel de Samaritana. E Itala Fausta com a sua autoridade de atriz máxima e de regista notável afirmou-me: "Fiquei surpresa com o trabalho de Zaíra. Ela possui grandes qualidades de comediante". Sabendo-se o quanto Italia Fausta é avara em elogios, teremos referido o valor de Zaíra Cavalcanti como atriz capaz de representar um grande repertório.
...
É uma atriz jovem, que ainda tem muito a realizar. E eu auguro-lhe uma brilhantíssima carreira. Sendo jovem e elegante, Zaíra possui ainda educação social. Sabe acolher com finura os que a procuram, e compreende que a uma artista não se dispensa a gentileza como traço marcante dos seus complexos.
Fui visitá-la em seu camarim, no Teatro Recreio, dois dias antes da sua partida para São Paulo, onde estará estrelando a Companhia de Revistas do jovem e talentoso empresario Walter Pinto. 

A jovem estrela comentava:
Filmei Luna de Miel en Rio, uma produção argentina da Lumilton. Direção de enredo de M. Romero. A fita alcançou muito sucesso na Argentina, no Chile, no Paraguai e no Peru. O elenco é de estrelas, e eu a única estrangeira que dele faço parte. A grande atriz cômica Nini Marshall faz o papel de mais importância. No teatro, você, minha gentil amiga, tem acompanhado os meus trabalhos.

Sylvia - Lembra-se do seu sucesso fazendo a revista carnavalesca Dá nela, Zaíra?
Zaíra - Sim, E foi daquele tempo a minha estréia no teatro como atriz. Comecei como girl. Tenho orgulho em referir esta ocorrência. 
Sylvia - Mas, hoje, você é uma estrela, uma brilhante estrela, que pode fazer um repertório internacional.
Zaíra - Tenho cantado rumbas e congas, tangos e foxes e, quando os interpreto, pensam que sou cubana, argentina, americana...
Sylvia - E, no entanto, você é brasileiríssima. Tem a brasa da volúpia no sangue e na imaginação das nossas Iracemas delicadas...

E Sylvia Moncorvo continua, Zaíra Cavalcanti ofereceu-me um dos seus poemas em prosa. Zaíra é romântica e sonhadora.
...
E Santa Maria da Boca do Monte - do Rio Grande do Sul - ofereceu ao teatro brasileiro essa flor amável, rubra, perfumada: Zaíra Cavalcanti.






Em 16 de dezembro de 1941, na coluna Telas, Palcos, Mircofones, Sylvia Moncorvo falava sobre Zaíra mais uma vez.

Zaíra Cavalcanti - a estrela inteligente e formosa do teatro musicado - está realizando em São Paulo uma temporada memorável. Estrelando a Companhia de Revistas do jovem e talentoso empresário Walter Pinto, que ocupa neste momento o Teatro Santa Ana, na capital bandeirante, Zaíra Cavalcanti tem merecido altos elogios da crítica teatral paulistana. Deve-se relevar, aqui, o critério de rigorismo dos críticos de arte de São Paulo, para conferir-se, à atriz elegante, fina e harmoniosa que Zaíra sabe ser, o seu valor no quadro de sua especialização artística. Jovem e enteligentíssima, dançando e cantando e representando com alegria e a beleza da sua arte, Zaíra, tem apenas quatorze anos de palco e trinta anos incompletos de idade (sic).Muio há de fazer ainda pela vida fora, a jovem e formosa atriz Zaíra Cavalcanti - espírito de gentileza, educação aprimorada, servindo a um temperamento vibrante, bem brasileiro, bem humano e amoroso. Subindo ao estrelato, no teatro ligeiro, as suas qualidades de comediante, porém, devem também ser realçadas, sem favor. Zaíra deveria ingressar no teatro de comédia. O seu físico airoso, a sua elegância social, a sua naturalidade ao representar, lhe são dotes invulgares de artista.


Obs2: Em dezembro de 1941, Zaíra tinha 28 anos, e não 30 incompletos como diz a reportagem.



















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