GERALDO MAGALHÃES O Malho, 1909 http://memoria.bn.br/ |
Vamos relembrar o cantor GERALDO MAGALHÃES.
Geraldo
Magalhães foi um dos mais notáveis e populares cantores das primeiras décadas
do século XX.
Nascido
em São Gabriel, Rio Grande do Sul, em 31 de maio de 1878, começou a cantar nos
chopes berrantes e cafés cantantes, que eram muito populares na vidara do
século XIX para o XX. Esses locais eram bares onde havia um pequeno palco. Ali,
as pessoas iam beber, conversar e apreciar as apresentações de artistas.
No
Rio de Janeiro, Geraldo apresentou-se em lugares como Ao Chopp Grande,
onde sua volumosa voz de barítono foi logo notada. Não foi somente nos palcos
que ele se destacou, pois, várias vezes, saia fazendo serenatas pelas ruas.
Já
conhecido pela cidade, fez sua estreia teatral na Rua do Lavradio, no Salon
de Paris. Em seu repertório não faltavam os lundus e cançonetas, bem ao gosto
da época. Daí, foi para o Largo da Lapa, no Alcazar Parque (não
confundir com o outro Alcazar, que existiu até o final do século XIX). Foi
nessa ocasião em que formou dupla com Margarita, ou Margherite, que se
apresentava como castelhana e, ao seu lado, interpretava cançonetas picantes
como o Dueto do Buraco.
Em
nossa música, com destaque ao teatro de revista e os cafés concertos, a melodia
inspirada aliada a versos extremamente maliciosos, sempre esteve presente.
Esses versos variavam em seu teor de explicitação. Algumas vezes eram
suavemente picantes, outras, bem carregados na pimenta e erotismo. Em 1902,
quando se começou a gravar discos no Brasil, todos os ritmos e estilos de
composições foram levados à cera. As chamadas trovas alegres, um nome fantasia
para a músicas de duplo sentido, carregadas de sensualidade, tiveram um bom
lugar na indústria fonográfica, como também o tinham na aceitação do público
que frequentava o teatro de revista.
Na
metade da década de 1900, já famoso, Geraldo Magalhães forma, com a também gaúcha
Nina Teixeira, a dupla Os Geraldos. Foi sua mais famosa parceira. Juntos
gravaram dezenas de músicas, algumas clássicos de nosso cancioneiro, como Sacy Pererê e Corta Jaca (Gaúcho), ambas de Chiquinha Gonzaga; ou Vem cá, Mulata, de Arquimedes de Oliveira e Bastos Tigre.
Foi
com Nina que ele foi até Paris e Lisboa, em uma bem sucedida tournée. Na
capital francesa eles levaram o maxixe, que já tinha sido apresentado na década
anterior pela atriz Plácida dos Santos (que, também era gaúcha).
Geraldo
Magalhães gravou sozinho bonitas canções, romanzas e temas populares.
No
começo da década de 1910, desfez a parceria com Nina e começou a apresentar-se
com a portuguesa Alda Soares, com quem viria a se casar.
Com
Alda, passou a morar em Lisboa, abandonando a carreira em 1927.
Nessa
mesma cidade ele faleceu, em 11 de julho de 1970, aos 92 anos.
GERALDO MAGALHÃES Acervo Humberto Franceschi |
Trago
algumas de suas gravações realizadas na Odeon Record entre 1905 e 1909.
VEM MIMI
Cançoneta
Gravada
por Geraldo Magalhães
Acompanhamento
de Orquestra
Disco
Odeon Record 40.403
Lançado
em 1905
A FONTE CASTÁLIA
Romanza
Gravada
por Geraldo Magalhães
Acompanhamento
de Orquestra
Disco
Odeon Record 40.456
Lançado
em 1905
CONSELHOS
Romanza
de Carlos Gomes
Gravada
por Geraldo Magalhães
Disco
Odeon Record 40.492
Lançado
em 1905
A LARANJEIRA
Cançoneta
Gravada
por Geraldo Magalhães
Disco
Odeon Record 40.528
Lançado
em 1905
QUE VALEM FLORES
Modinha
Gravada
por Geraldo Magalhães
Acompanhamento
de piano
Disco
Odeon Record 40.567
Lançado
em 1905
MULATA
Modinha
de Gonçalves Crespo e Nicolino Milano
Gravada
por Geraldo Magalhães
Disco
Odeon Record 40.568
Lançado
em 1905
POR MAIS QUE BUSQUE ABAFAR
Modinha
Gravada
por Geraldo Magalhães
Acompanhamento
de piano
Disco
Odeon Record 40.593
Lançado
em 1905
CAPITAL FEDERAL
Canção de Arthur Azevedo
Gravada
por Geraldo Magalhães
Acompanhamento
de piano
Disco
Odeon Record 40.602
Lançado
em 1905
MARGARIDA VAI À FONTE
Canção
Popular Portuguesa
Gravada
por Geraldo Magalhães
Disco
Odeon Record 40.498
Lançado
em 1906
A LOURINHA
Canção
Gravada
por Geraldo Magalhães
Disco
Odeon Record 108.242, matriz XR-779
Lançado
em 1909
Agradecimento ao Arquivo Nirez
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