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Há 151 anos nascia o empresário e filantropo FRED FIGNER.
Nascido
em 02 de dezembro de 1866 na antiga Tchecoslováquia, Frederico Figner chegou ao
Brasil em 1891, aos 26 anos, exibindo uma das maravilhas inventadas no fim do
século XIX, o fonógrafo, projetado por Thomas Edison. Desembarcando em Belém
(PA), Fred Figner chamou a atenção das pessoas, que ficavam maravilhadas ao
ouvir os sons do aparelho, tendo também suas vozes gravadas e reproduzidas logo
em seguida. Hospedado em um hotel, ele aproveitou uma companhia teatral que
estava no local e fez algumas gravações, sem esquecer os ritmos brasileiros
como modinhas e lundus. Em seguida, seguiu para várias capitais do Nordeste,
apresentando-se em Fortaleza, onde o fonógrafo foi exibido no Passeio Público e
no bairro de Porangaba, na Intendência Municipal.
Percebendo
um próspero negócio, passou a vender fonógrafos e cilindros. Com o sucesso das
vendas inaugurou alguns estabelecimentos. A partir de 1897, recrutou os
cantores Bahiano (Manuel Pedro dos Santos) e Cadete (Manuel Evêncio da Costa
Moreira) para gravarem os primeiros cilindros comerciais. E em 1900, fundou a
Casa Edison, em homenagem ao inventor americano. Esse estabelecimento vendia
vários artigos, como objetos de escritórios, brinquedos, utilidades, acessórios
e, também, cilindros, fonógrafos, gramofones e discos (na época chamados de
chapas).
Graças a sua aguçada visão comercial, a Casa Edison passou a ser nossa primeira gravadora de discos. Figner fez um puxado em sua loja e ali colocou os aparelhos necessários, com a ajuda de um técnico alemão, para o início de nossa indústria fonográfica. As primeiras gravações se deram em janeiro de 1902 e a maioria das provas foi aproveitada, indo para a Alemanha para servirem de matrizes para a impressão dos discos.
O Echo Phonographico, setembro de 1902. Arquivo Público do Estado de São Paulo. |
O Echo Phonographico, setembro de 1902. Arquivo Público do Estado de São Paulo. |
Graças a sua aguçada visão comercial, a Casa Edison passou a ser nossa primeira gravadora de discos. Figner fez um puxado em sua loja e ali colocou os aparelhos necessários, com a ajuda de um técnico alemão, para o início de nossa indústria fonográfica. As primeiras gravações se deram em janeiro de 1902 e a maioria das provas foi aproveitada, indo para a Alemanha para servirem de matrizes para a impressão dos discos.
Vários
artistas participaram dessas primeiras sessões de gravações, como Bahiano,
Cadete, o flautista Pattápio Silva, a Banda do Corpo de Bombeiros. As gravações
(que foram aproveitadas), iam para a Alemanha e voltavam impressas em discos. Dessa
forma se torna impossível dizer quem foi o primeiro artista a gravar um disco
no Brasil. Não há registros afirmando isso, podendo ter sido uma das matrizes
que não foram aproveitadas. Porém, no Catálogo da Casa Edison para 1902, o
lundu Isto é Bom, de Xisto Bahia,
gravado por Bahiano, aparece em disco com a primeira numeração, 10.001, selo
Zon – O – Phone. Mais uma vez lembro, não podemos afirmar ter sido a primeira
gravação realizada no Brasil; embora tenha sido o primeiro disco catalogado.
Dos
primeiros artistas a gravarem para a Casa Edison ficaram famosas as Senhoritas,
Odette, Consuelo e Diva; ainda destacamos Mário Pinheiro, Eduardo das Neves, as
atrizes Pepa Delgado e Júlia Martins, os cançonetistas Os Geraldos, a Inimitável
Risoletta, Nozinho, João Barros, entre outros.
BAHIANO Biblioteca Nacional |
CADETE www.onordeste.com |
EDUARDO DAS NEVES Arquivo Nirez |
PEPA DELGADO Biblioteca Nacional |
MÁRIO PINHEIRO Arquivo Nirez |
OS GERALDOS Acervo Humberto Franceschi |
Fred
Figner também foi um homem ligado ao filantropismo e ao espiritismo kardecista.
Informações contam que a atriz Pepa Delgado foi uma das artistas que mais se
empenharam para a fundação da Casa dos Artistas, o futuro Retiro dos Artistas,
no Rio de Janeiro. A atriz teria convencido Figner a ceder um terreno seu
terreno em Jacarepaguá para a construção do retiro. Seu primeiro contato com o espiritismo se seu com Pedro Sayão, pai da cantora Bidu Sayão. Um fato curioso se deu
quando Fred Figner faleceu, em 19 de janeiro de 1947, no Rio de Janeiro: o
empresário deixou de herança para o médium Chico Xavier um cheque com um alto
valor, que ajudaria suas necessidades. Porém, o médium mineiro recusou o
cheque, enviando para as filhas de Figner, que voltaram a devolver. Nesse
vai-vem, Chico Xavier teve a ideia de que a quantia fosse endereçada à
Federação Espírita Brasileira, para obras assistenciais em prol da Doutrina
Espírita, no que foi atendido. O livro psicografado por Chico Xavier,
intitulado Voltei, é da autoria do
espírito Irmão Jacob, que seria o próprio Fred Figner escrevendo do plano
espiritual, mas isso é assunto para outra ocasião.
Fred Figner já idoso. aron-um-espirita.blogspot.com.br |
Trago
algumas gravações feitas por artistas da Casa Edison na primeira década do
século XX.
ESCUTA
Modinha
Gravada
por Cadete
Acompanhamento
de violão
Disco
Zon – O – Phone X – 1.006
Lançado
em 1902
SEU
NICOLAU
Gravado
por Bahiano
Disco
Zon – O – Phone X – 507
Lançado
em 1903
DESPEDIDA
Dueto
Gravado
por Os Geraldos
Disco
Odeon Record 40.404
Lançado
em 1905
O
VENDEIRO E A MULATA
Dueto
Dueto
Gravado
por Pepa Delgado e Mário Pinheiro
Acompanhamento
de piano
Lançado
em 1905
YAYAZINHA (EU TENHO UMA)
Lundu
Alegre
Gravado
por Eduardo das Neves
Disco
Odeon Record 108.074, matriz XR – 607
Gravado
e lançado em 1907
OLHAR
DE SANTA
Lundu
Gravado
por Nozinho
Disco
Odeon Record 108.264
Lançado
em 1910
TOMBO
DO RIO
Tango
Tango
Gravado
por Risoleta
Acompanhamento
de violão
Disco
Odeon Record 108.753
Lançado
em 1913
AI
QUE GOSTOS
Dueto
de Bahiano
Gravado
por Júlia Martins e Bahiano
Disco
Odeon Record 120.439
Lançado
em 1913
Agradecimento ao Arquivo Nirez
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