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Há
55 anos falecia a escritora e militante política PAGÚ, Patrícia Galvão.
Patrícia
Rehder Galvão nasceu em São João da Boa Vista (SP), em 09 de junho de 1910,
sendo também romancista, tradutora, jornalista e ilustradora.
Mesmo
não tendo participado do Movimento Modernista de 1922, Patrícia era muito amiga
de seus integrantes, sendo considerada sua musa. Seu apelido Pagu foi dado pelo
poeta modernista Raul Bopp que, por engano, achava que seu sobrenome fosse
Goulart (pronuncia-se Gular),
procurando juntar as primeiras sílabas do nome Pa e Gu. Porém, o apelido pegou
e Raul fez um poema para ela, Coco de Pagú, em 1928, que seria gravado como
toada por Laura Suarez em finz de 1929.
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Aos
dezoito anos, a moça que frequentava a casa casal de amigos Tarsila do Amaral e
Oswald de Andrade, teve alguns de seus desenhos publicados na Revista de
Antropofagia. Nessa época, também, viu-se em um escândalo se envolver com
Oswald de Andrade, com quem se casou em 1930, tendo o filho Rudá.
Em
1931, Pagú filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), dando início à sua
militância, chegando a ser presa algumas vezes. Participando da Intentona
Comunista de 1935, durante o governo de Getúlio Vargas, foi presa e torturada,
ficando detida por quatro anos e meio. Chegou a ir para a Europa, onde foi
recebia por sua amiga a cantora Elsie Houston.
Sendo
expulsa do PCB, Pagu retomou sua vida e se casou pela segunda vez, em 1940, com
Geraldo Ferraz, sendo mãe de Geraldo Galvão Ferraz (Kiko). Passou a escrever
colunas literárias em jornais.
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Por
duas vezes tentou o suicídio. Uma em 1949 e outra em 1962, quando foi
diagnosticada com um câncer de pulmão. Porém, seria a doença que tiraria sua
vida em 12 de dezembro de 1962, na cidade de Santos (SP).
Em 1988, Norma Benguell dirigiu o filme Eternamente Pagu, sobre a vida de Patrícia Galvão. Foi protagonizado por Carla Camurati (Pagú), Antônio Fagundes (Oswald de Andrade) e Esther Góes (Tarsila do Amaral). O elenco contava ainda com Otávio Augusto vivendo Geraldo Ferraz e a própria Norma Benguell interpretando Elsie Houston. Foi o primeiro filme dirigido por Norma Benguell.
Em 1988, Norma Benguell dirigiu o filme Eternamente Pagu, sobre a vida de Patrícia Galvão. Foi protagonizado por Carla Camurati (Pagú), Antônio Fagundes (Oswald de Andrade) e Esther Góes (Tarsila do Amaral). O elenco contava ainda com Otávio Augusto vivendo Geraldo Ferraz e a própria Norma Benguell interpretando Elsie Houston. Foi o primeiro filme dirigido por Norma Benguell.
Para
homenageá-la, trago Laura Suarez interpretando o poema de Raul Bopp, Coco de Pagú, no ritmo de toada. Em correspondência com o pesquisador e tradutor
francês Antoine Chareyre, ficamos sabendo que Bopp mudou algumas vezes seu
texto até chegar à versão definitiva. De acordo com Chareyre, Laura gravou o
texto de Bopp de acordo como saiu, pela primeira vez, na revista Para Todos, em
1928, onde Di Cavalcanti fez um desenho de Pagú ao violão.
Letra de Coco de Pagú na revista Para Todos, com o desenho de Di Cavalcanti, 27 de outubro de 1928, p.24. http://memoria.bn.br |
Copiamos
a letra de ouvido, segunda a gravação de Laura Suarez.
COCO DE PAGÚ
Toada com letra de Raul Bopp
Gravado por Laura Suarez
Acompanhamento de violões
Disco Brunswick 10.015-B, matriz 121
Lançado em janeiro de 1930
Coco
de Pagú
Pagu tem uns olhos mole
Olhos de não sei o que
Se a gente está perto dele
A alma começa a doê
Olhos de não sei o que
Se a gente está perto dele
A alma começa a doê
Ê Pagú, Ê
Dói porque é bom de fazer doer
Ai, Pagú, Pagú,
Não sei o que você tem
A gente, queira ou não queira
Fica lhe querendo bem
Você tem corpo de cobra
Onduladinho e indolente
Dum veneninho gostoso
Que dói na boca da gente
Eu quero você pra mim
Não sei se você me quer
Se quiser ir pra bem longe
Vou pra onde você quiser
Mas, se quiser ficar perto
Bem pertozinho daqui
Então, você pode vir
Ai, tiri tiri tiri
Agradecimento a Antoine Chareyre e ao Arquivo Nirez
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