Com o aumento da
popularidade do disco e do rádio na década de 1930, surgiram muitos intérpretes
se dedicando à essas atividades.
Carmen
Miranda foi a primeira cantora a fazer sucesso a partir do disco, se destacando
no rádio e sendo considerada a intérprete mais bem sucedida do meio musical dos
anos 30. Seguindo os passos de Carmen, imitando-a ou não, surgiram várias
outras cantoras, com o sonho de se tornar estrelas de nossa música popular.
Algumas, vindo de classes mais altas da sociedade, gravaram por gostarem da
música popular, seguindo uma modesta carreira artística. Parte dessas artistas também se dedicava ao teatro musicado ou de comédias.
Todas
elas tiveram seu momento e encantaram seus públicos. Algumas se casaram e
abandonaram a carreira, outras (mesmo casadas) continuavam a se apresentar em
rádios e recitais. Várias gravaram discos, deixando poucas músicas em relação à
outras cantoras que gravavam constantemente.
Trago
algumas delas que, de uma forma ou de outra, encantaram gerações de outrora.
Hoje, estão esquecidas, em parte pela falta de memória de nosso país, em parte
por terem tido uma rápida participação em nosso cenário musical.
Todas, porém, tem algo em comum: eram adoráveis!
Confiram a segunda parte dessa matéria: http://encurtador.com.br/uCPTW
Todas, porém, tem algo em comum: eram adoráveis!
Confiram a segunda parte dessa matéria: http://encurtador.com.br/uCPTW
DORA BRASIL
DORA BRASIL Arquivo Nirez |
Jornal A Batalha, 05 de janeiro de 1930. http://memoria.bn.br |
Atriz e cantora de teatro musicado.
Em 05 de janeiro de 1930, o jornal A Batalha publicava sua fotografia, informando que ela era uma das mais interessantes figuras da Companhia Margarida Max.
A nota ainda dizia: "Graciosa, alegre, cheia de vivacidade, com a intuição do 'morenismo' meio canalha e meio sentimental da canção nacional e da música típica destes Brasis, Dora, que numa adivinhação maravilhosa, também é 'Brasil' - 'o tipo do Brasil', como lembrou o nosso querido Terra de Senna, faz de todos os seus números um sucesso, da vibração própria às coisas que diz ou que dança ou que canta, acertando sempre, sempre original, pelo vício que tem de ver as plateias encantadas, deliciadas, batendo palmas numa gostosura inteirinha.
Nós aqui desejamos, à atrizinha, que tanto destaque conquistou diante da plateia carioca, o amor da gente inteligentíssima de São Paulo por essa brasileirita que, com esse jeito quer-não-quer, pelo visto ainda vai longe".
Dora Brasil gravou seis músicas, em três discos.
Um na Parlophon, com os sambas de J. Aymebrê, Nega Prosa e Gosto Muito de Ti, gravados em 1929 e lançados em janeiro de 1930.
Ao lado do ator cômico Pinto Filho, Dora gravou quatro cenas humorísticas, acompanhadas por músicas. Entre elas, composições de Henrique Vogeler e Luís Peixoto.
São as gravações que apresentamos aqui.
São as gravações que apresentamos aqui.
HARMONIA
PORTUGUÊS!
Cena
Cômica de Henrique Vogeler e Pinto Filho
Gravada
em parceria com Pinto Filho
Acompanhamento
de Conjunto
Disco
Parlophon 13.085-A, matriz 3149-2
Gravado
em 1929 e lançado em janeiro de 1930
MOLEQUE
ALINHADO
Cena
Cômica de Henrique Vogeler e Pinto Filho
Gravada
em parceria com Pinto Filho
Acompanhamento
de Conjunto
Disco
Parlophon 13.085-B, matriz 3150-1
Gravado
em 1929 e lançado em janeiro de 1930
ALVORADA
DO SERTÃO
Cena
Cômica de Pinto Filho e Marques Porto
Gravada
em parceria com Pinto Filho
Disco
Parlophon 13.175-A, matriz 3556
Gravado
em 1930 e lançado em julho
OS
MARIMBONDO
Cateretê
de Antônio Coimbra e Luís Peixoto
Gravada
em parceria com Pinto Filho
Disco
Parlophon 13.175-B, matriz 3557
Gravado
em 1930 e lançado em julho
ELZA CABRAL
ELZA CABRAL Arquivo Nirez |
Jornal Correio da Manhã, 09 de março de 1930. Elza Cabral interpretou o personagem Violeta. http://memoria.bn.br |
Jornal Correio da Manhã, 10 de abril de 1932. http://memoria.bn.br |
Jornal Correio da Manhã, 05 de novembro de 1932. http://memoria.bn.br |
Jornal Correio da Manhã, 17 de janeiro de 1933. http://memoria.bn.br |
Jornal Correio da Manhã, 27 de janeiro de 1933. http://memoria.bn.br |
Jornal Correio da Manhã, 12 de fevereiro de 1933. http://memoria.bn.br |
Jornal Correio da Manhã, 24 de agosto de 1934. http://memoria.bn.br |
Crítica do jornal A Batalha, de 12 de junho de 1932, acusando Elza Cabral de imitar o estilo de Carmen Miranda. http://memoria.bn.br |
Elza Cabral gravou onze músicas na Columbia, entre 1932 e 1933.
Foi acusada pelo jornal A Batalha, em 1932, de imitar o estilo de Carmen Miranda. Porém, não acho que ela tenha, em suas gravações, o estilo de Carmen .
Porém, em 1933, era elogiada pelo jornal Correio da Manhã, pelo sucesso do samba Falso Amor, da autoria João da Gente.
Gravou também músicas de Assis valente e Josué de Barros.
Gravou também músicas de Assis valente e Josué de Barros.
Também era atriz, participando (em 1930) da companhia de Raul Roulien, e de outras de teatro musicado.
A edição de 26 de outubro de 1940 apresenta uma matéria sobre cantoras que haviam desaparecido do rádio, entre elas, estava Elza Cabral.
Trago cinco de suas gravações.
ZOMBOU DE MIM
Marcha de Josué de Barros e Napoleão Tavares
Acompanhamento dos Sete Diabos
Disco Columbia 22.090-B, matriz 381171
Lançado em fevereiro de 1932
EU VOU AGORA
Samba de Milton Amaral
Acompanhamento dos Sete Diabos
Disco Columbia 22.090-B, matriz 381172
Lançado em fevereiro de 1932
FALSO AMOR
Samba de João da Gente
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.171-B, matriz 381.345
Lançado em dezembro de 1932
NÃO SEI PEDIR SEU CORAÇÃO
Marcha de Assis Valente
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.171-B, matriz 381.346
Lançado em dezembro de 1932
GOSTOSA
Samba de Cristóvão Alencar
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.190-B, matriz 381.371
Lançado em março de 1933
RAQUEL DE FREITAS
RAQUEL DE FREITAS Jornal das Moças, 18 de fevereiro de 1932 http://memoria.bn.br |
RAQUEL DE FREITAS Revista Cinearte, 1929 http://memoria.bn.br |
Revista Paratodos, 16 de janeiro de 1932 http://memoria.bn.br |
Jornal Diário da Noite, 28 de abril de 1932. http://memoria.bn.br |
Vinda da alta sociedade paulistana, Raquel de Freitas também era
figura de destaque do meio cultural daquela cidade.
Gravou entre 1931 e 1935 nas gravadoras Columbia e Arte-Fone, ao
todo, onze músicas.
Trouxemos cinco dessas gravações.
Compôs e gravou a marcha Agora é Tarde,
Compôs e gravou a marcha Agora é Tarde,
Uma de suas mais interessantes músicas é o samba Vagabundo, da autoria do cantor e compositor Paraguassú.
NUM CANTINHO
Samba de Fernando Magalhães
Acompanhamento de Regional
Disco Columbia 22.039-B, matriz 381033
Lançado em 1931
AGORA É TARDE
Samba de Raquel de Freitas
Acompanhamento de Regional
Disco Columbia 22.039-B, matriz 381038
Lançado em 1931
UM DOIS TRÊS
Marcha de Martinez Grau e César Ladeira
Disco Arte-Fone 4.085, matriz 294
Lançado em 1932
SÓ PRA MACHUCAR
Samba de Nabor Pires Camargo
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 8.128-B, matriz 3121
Lançado em 1935
VAGABUNDO
Samba de Paraguassú
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 8.128-B, matriz 3120
Lançado em 1935
SÔNIA BURLAMAQUI
SÔNIA BURLAMAQUI Revista Carioca, 22 de fevereiro de 1936 Arquivo Nirez |
Revista Paratodos, 13 de fevereiro de 1931 http://memoria.bn.br |
Seleção de discos de Sônia Burlamaqui. Jornal Correio da Manhã, 03 de janeiro de 1932. http://memoria.bn.br |
Programação da Rádio Sociedade. Correio da Manhã, 19 de janeiro de 1932. http://memoria.bn.br |
Jornal Gazeta de Notícias, 20 de agosto de 1935. http://memoria.bn.br |
Jornal Gazeta de Notícias, 25 de maio de 1935. http://memoria.bn.br |
Revista Fon-Fon, 1936. http://memoria.bn.br |
Sônia Burlamaqui
era cantora de rádio e gravou seis músicas, em três discos, na Columbia. Ela
regravaria em 1932 o samba Você, de Josué de Barros, gravado
originalmente por Anna de Albuquerque Melo em 1930.
Um de seus
sucessos, também de Josué de Barros, é o samba Amanheça o Dia,
lançado em 1932.
Atuou nas rádios Philips (1931), Educadora (1931), Sociedade (1932) e Mayrink Veiga.
Em 1935 fez parte do elenco de cantoras que inaugurou a Rádio Ipanema.
AMANHEÇA O DIA
Samba de Josué de Barros
Acompanhamento de Simão e sua Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.078-B, matriz 381148
Lançado em janeiro de 1932
VOCÊ
Samba de Josué de Barros
Acompanhamento de Simão e sua Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.079-B, matriz 381152
Lançado em janeiro de 1932
VAMOS DAR VALOR
Samba de Josué de Barros
Disco Columbia 22.085-B, matriz 381162
Lançado em fevereiro de 1932
SE ASSIM FOR
Música popular da Bahia, arranjo de Josué de Barros
Disco Columbia 22.085-B, matriz 381163
Lançado em fevereiro de 1932
LUCILA NORONHA
LUCILA NORONHA Jornal Correio da Manhã, 08 de julho de 1932. http://memoria.bn.br |
Carmen Miranda e Lucila Noronha são destaque no festival de Mário Reis, Lamartine Babo e Francisco Alves. Jornal Correio da Manhã, 25 de janeiro de 1933 http://memoria.bn.br |
Jornal Diário da Noite, 27 de fevereiro de 1934. http://memoria.bn.br |
Jornal Diário da Noite, 11 de setembro de 1934. http://memoria.bn.br |
O Jornal, 17 de dezembro de 1935. http://memoria.bn.br |
Lucila Noronha Santos era da alta sociedade carioca e ingressou na
música popular no começo da década de 1930.
Participava de vários festivais de
arte.
Gravou apenas duas música, em um disco, na gravadora Parlophon. O
repertório era da autoria de alguns dos melhores compositores de nossa música.
Ela gravou os sambas Agora, de Noel Rosa e Que mal eu fiz a você, de
André Filho, lançados em 1931. Em ambas gravações é acompanhada pelo famoso Bando de Tangarás. No coro da composição de André Filho, podemos distinguir a voz de Noel Rosa, que fazia parte do conjunto.
Em 1933, se destacou ao lado de Carmen Miranda no festival de Mário Reis, Lamartine Babo e Francisco Alves.
Casou-se em 19 de setembro de 1934 com o engenheiro Miguel Barroso
do Amaral, filho de Zózimo Barroso do Amaral. Lucila era filha de João Noronha
Santos.
Mesmo casada continuou cantando no rádio, apresentando-se em 1935 na Rádio Tupi.
AGORA
Samba
de Noel Rosa
Acompanhamento
do Bando de Tangarás
Disco
Parlophon 13.312-A, matriz 131112
Lançado
em 1931
QUE
MAL EU FIZ A VOCÊ?
Samba
de André Filho
Acompanhamento
do Bando de Tangarás
Disco
Parlophon 13.312-B, matriz 131113
Lançado
em 1931
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Fantástico. Marcelo , você fez um trabalho lindíssimo resgatando essas cantoras. Parabéns. e estou no aguardo do nº 2.
ResponderExcluirQue bom que gostou! Obrigado!
ResponderExcluirA segunda parte sai em breve.
Abraços!