Há exatos
100 anos, no dia 05 de março de 1916, naufragava o navio Príncipe de Astúrias.
Era domingo de
Carnaval em 05 de março de 1916.
O navio Príncipe de Astúrias se dirigia ao porto
de Santos (SP), tendo saído de Barcelona com destino a Buenos Aires.
Às 04 da manhã,
vários passageiros ainda pulavam no salão ao som da orquestra, enquanto outros
dormiam. Lá fora, o tempo estava ruim, chovendo muito. Quinze minutos depois,
um raio fez com que o comandante visse o quanto estavam perto dos rochedos. O
navio chocou-se contra a laje da Ponta de Pirabura, no litoral paulista. Os
depoimentos dão conta que, em menos de cinco minutos, ele afundou. Era sua
sexta e última viagem, O navio Príncipe
de Astúrias podia levar até 1890 passageiros, divididos em primeira classe
(150), segunda classe (120), segunda classe econômica (120) e 1500 alojamentos
para imigrantes.
Naquela madrugada,
sob o comando do capitão José Lotina, o navio levava 654 (os números variam de
acordo com fontes) pessoas, dos quais 193 eram tripulantes. O número oficial de
mortos foi de 477.
Porém, o mergulhador
e pesquisador grego Jeannis MichailPlaton, 68 anos, afirma que erca de mil imigrantes
ilegais (não registrados) viajavam no navio, fugidos da Primeira Guerra Mundial
(1914-1918). Portanto, eles não estariam entre o número oficial de mortos, o
que poderia elevar bastante as estatísticas.
Segundo Jeannis “O
navio se partiu em três partes e em pouco tempo ficou submerso. Os corpos se
espalharam pelo litoral norte e quando encontrados, foram entrerrados nas
praias. Cerca de 600 pessoas foram enterradas na praia de Serraria e 300 em
Castelhanos”, afirmou.
Como vemos o número
de mortos varia a cada fonte. Ainda segundo Jeannis, mais de 1500 pessoas
faleceram no desastre naval. Esse seria o número de vítimas de outro naufrágio,
ocorrido quatro anos antes, o Titanic. O que levou a imprensa a classificar o
Principe de Astúrias como o Titanic brasileiro.
No dia seguinte, o
navio francês Vega, que passava pelas proximidades, avistou os destroços e dois
sobreviventes no mar. Assim, começava o resgate de 143 (número oficial) pessoas
que ficaram à deriva.
O navio Patrício de
Satrustegui encontrou e recolheu vários corpos.
Em terra, os
moradores locais amparavam os sobreviventes, que ainda foram encontrados dois
dias depois, perambulando pelas matas.
Lembro que por volta
de 1997, assisti uma reportagem apresentada pela jornalista Marília Gabriela,
no SBT, sobre esse naufrágio. Um dos moradores da região, que havia
testemunhado os dias seguintes ao naufrágio, disse que uma das coisas que mais
o marcou foi ver os corpos de um casal, jogado contra as pedras, e que ainda estavam
de mão dadas.
Segundo o site Naufrágio do Brasil: "Oficiais
do navio relataram que na ponte de comando o Capitão José Lotina e seu primeiro
oficial Imediato Antônio Salazar Llinas decidiram por fim a suas vidas, dando
um tiro na cabeça; os corpos dos dois oficiais nunca foram encontrados".
O
Príncipe de Astúrias Foi construído em 1913, na Escócia e
era considerado de médio porte. Tinha 150 metros de comprimento, mais de 16 mil
toneladas e era considerado o transatlântico mais luxuoso da Espanha. Era um
navio de carga e de passageiros. Dessa forma, ele levava consigo 12 estátuas de
bronze, que seriam levada ao monumento La
Carta Magna y Las Cuatro Regiones Argentinas, do Parque Palermo, em Buenos
Aires, um valor de quatro milhões de libras esterlinas e onze toneladas em
ouro. Dos destroços foi recuperada uma
única estátua, atualmente exposta no Serviço de Documentação Geral da Marinha
(SDGM), 1º Distrito Naval, Rio de Janeiro.
http://www.naufragiosdobrasil.com.br/ |
Segundo o site G1: No Museu Náutico localizado no Parque da Usina Prefeito Geraldo Junqueira, no bairro Água Branca, encontram-se várias peças
recuperadas do Príncipe de Astúrias, além de uma réplica do navio".
Hoje, haverá um
evento organizado pela Prefeitura de Ilhabela e Marinha do Brasil, onde será
lançada uma coroa de flores em homenagem às vitimas e a participação de um neto
de um tripulante sobrevivente. A solenidade será realizada a bordo de um navio
próximo ao local do naufrágio, Ponta da Pirabura e terá a parceria da Marina
Igararecê, Yacht Club de Ilhabela, Sportmar Empório Náutico e Sociedade Amigos
da Marinha (Soamar). Outras embarcações irão acompanhar o navio da Marinha na
solenidade.
IMAGENS DO INTERIOR DO PRÍNCIPE DE ASTÚRIAS
Acervo Pessoal de José Carlos Silvares
Fontes: http://www.atribuna.com.br/
http://sao-paulo.estadao.com.br/
http://g1.globo.com/
http://www.naufragiosdobrasil.com.br/
http://www.portalr3.com.br/
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