segunda-feira, 28 de outubro de 2024

RELEMBRANDO HELOÍSA HELENA

HELOÍSA HELENA
Carioca, 1937.
Arquivo Nirez




Vamos relembrar a cantora, atriz e compositora HELOÍSA HELENA.              

Filha do casal Almeida Gama, Heloísa Helena de Almeida Lima nasceu no Rio de Janeiro em 28 de outubro de 1917. Seu pai era um alto funcionário do Distrito Federal (Rio de Janeiro). Ela estudou no colégio Bennet, no bairro do Flamengo e desde criança gostou de cantar e aprendeu a tocar violão ainda cedo.              


Começou a cantar de forma amadora na Rádio Roquete Pinto, onde foi ouvida pelo locutor César Ladeira, que a levou para a Rádio Mayrink Veiga, onde começou sua carreira artística profissional, cantando em inglês, idioma que dominava.



Aos doze anos de idade, na revista O Violão, em janeiro de 1929.
"A interessante menina Heloisa Helena, filha do casal Almeida Gama que com tão pouca idade já é a delicia de nossos salões cantando e acompanhando-se ao violão".



Foi uma das atrizes a se fantasiar de baiana e, assim, aparecer em um filme, antes de Carmen Miranda. No caso, o filme foi Alô, Alô Carnaval, no qual Heloísa aparecia vestida de baiana e cantando Tempo Bom, samba de sua autoria em parceria com João de Barro (Braguinha). Ela era acompanhada pelo conjunto Os Bêbados. Nesse filme, produção da Cinédia, Carmen e Aurora Miranda interpretaram a marcha Cantores do Rádio, de João de barro, Alberto Ribeiro e Lamartine Babo.


Tempo Bom, cantado por Heloísa Helena




Em 1937, gravou um disco com músicas de sua autoria, Samba da Vida, samba em parceria com Valfrido Silva e Numa Roda de Samba, samba-fox somente de sua autoria. Foi acompanhada por Pixinguinha e os Diabos do Céu.

Essas músicas foram utilizadas no filme Samba da Vida, estrelado por Heloísa e dirigido pelo ator Jayme Costa, na Cinédia, em 1937.


Numa Roda de Samba, cantado por Heloísa Helena







Estrela de O Samba da Vida 
Carioca, 1937 
Arquivo Nirez




Seu segundo disco seria gravado em 1940, na Odeon, com as marchas Sarong, de Osvaldo Santiago e Jorge Murad e Marinheiro, de Alvarenga e Ranchinho, onde foi acompanhada pela Orquestra Odeon.

Heloísa Helena foi a primeira cantora a interpretar a música Carinhoso, de Pixinguinha, na versão feita por João de Barro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Essa música havia recebido versos anteriores feitos pela cantora Aracy Côrtes, e interpretada, com sucesso, por ela nos palcos. Pixinguinha, que cresceu ao lado de Aracy, ofertou a partitura original desse clássico para que sua amiga guardasse.

Também era rádio atriz.

Em 20 de maio de 1940, casou-se com o teatrólogo Paulo Magalhães.



Heloísa Helena e Paulo Magalhães, 1940.
O Cruzeiro, 1940.
http://memoria.bn.br/


Heloísa Helena e Paulo Magalhães, 1940.
O Cruzeiro, 1940.
http://memoria.bn.br/



Mesmo atuando no Cassino da Urca e Cassino Atlântico, foi aos EUA no começo da década de 1940 para um intercâmbio cultural da Embaixada norte-americana no Brasil. Em 1951 retornou ao brasil, convidada pelo produtor Chianca de Garcia, que a levou à TV Tupi.  


Fon Fon, 1940.
http://memoria.bn.br/




Heloísa Helena, que possuía uma grande biblioteca,
gostaria de escrever romances, se não fosse cantora e atriz.
"Se não fosse obrigada a cantar e a representar, escreveria romances pociliaes...
Foi uma das minhas vocações, que a maioridade não conseguiu apagar. Às aventuras de Dick Turpin, Arsene Lupin e Mr. Moto, eu daria de bom agrado a minha carreira de artista...".
O Cruzeiro, 1939
Arquivo Nirez



Em 1955 participou do filme Chico Viola não morreu.

Atuou no teatro, com sucesso, em peças como Rosa Tatuada e Um Bonde Chamado Desejo.

Também apresentou programas de televisão, entrevistando personalidades e presidentes da República.

Nos anos 60 passou a trabalhar na Rede Globo, em novelas como Verão VermelhoAssim na Terra como no CéuSelva de Pedra, Eu Prometo e Roque Santeiro. Também dirigiu alguns programas.

Ainda no cinema atuou em Mãos SangrentasLeonora dos Sete MaresO Homem do Sputinik e Independência ou Morte, onde interpretou Carlota Joaquina.

Ao longo de sua carreira recebeu vários prêmios por sua atuação no teatro, cinema e televisão.
Em 1998, prestou depoimento ao Museu da televisão Brasileira.


Heloísa Helena faleceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1999, aos 81 anos de idade.



HELOÍSA HELENA
Revista Carioca, 1935
Arquivo Nirez




Heloísa Helena ,1952,canta "N'Aimez que moi" (Joubert de Carvalho-Maria Eugênia Celso)






Heloísa Helena capa de Cinearte, 1937.
http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/





Gravações de Heloísa Helena


SAMBA DA VIDA
Samba de Walfrido Silva
Gravado por Heloísa Helena
Acompanhamento dos Diabos do Céu
Disco Victor 34.199-A, matriz 80499-1
Gravado em 25 de junho de 1937 e lançado em setembro de 1937





NUMA RODA DE SAMBA
Samba Fox de Heloísa Helena
Gravado por Heloísa Helena
Acompanhamento dos Diabos do Céu
Disco Victor 34.199-B, matriz 80500-1
Gravado em 25 de junho de 1937 e lançado em setembro de 1937



SARONG
Marcha de Osvaldo Santiago e Jorge Murad
Gravada por Heloísa Helena
Acompanhamento da Orquestra Odeon Sob Direção de Simon Bountman
Disco Odeon 11.963-A, matriz 6551
Gravado em 09 de dezembro de 1940 e lançado em fevereiro de 1941





MARINHEIRO
Marcha de Alvarenga e Ranchinho
Gravada por Heloísa Helena
Acompanhamento da Orquestra Odeon Sob Direção de Simon Bountman
Disco Odeon 11.963-B, matriz 6552
Gravado em 09 de dezembro de 1940 e lançado em fevereiro de 1941













Agradecimento ao Arquivo Nirez









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