FRANCISCO ALVES O Cruzeiro, 1952 Arquivo Nirez |
Há 70 anos falecia o cantor e compositor FRANCISCO ALVES, O REI DA VOZ.
Nascido em 19 de agosto de 1898, no Rio de Janeiro, Francisco de Moraes Alves iniciou sua carreira no final da década de 1910, no teatro de revista, onde sua irmã Nair Alves já era atriz conhecida. Em 1919 fez suas primeiras gravações em disco, na gravadora Popular, de propriedade de João Gonzaga, esposo de Chiquinha Gonzaga. Francisco Alves registrou em cera três músicas de Sinhô (José Barbosa da Silva): Pé de Anjo (marcha), Papagaio Louro - Fala, meu louro (samba) e Alivia esses olhos (samba).
Durante a primeira metade da década de 1920 ele faria poucas gravações, voltando sua atenção para o teatro. Por volta de 1926/1927 gravou várias músicas ainda no processo mecânico.
Ainda em 1927, ele seria o primeiro cantor a gravar no processo elétrico. A partir de então, não parou mais de gravar, lançando dezenas de discos em curtos intervalos de tempo. Sua potente voz fez com que o público passasse a admirá-lo cada vez mais. Seu sucesso era tanto que, ainda nos anos 20, ele gravava em dois locais diferentes. Em um deles assinava Chico Viola e no outro, Francisco Alves.
Pois ele chegava a concorrer consigo mesmo...
Pois ele chegava a concorrer consigo mesmo...
Ao longo das décadas de 30 e 40, passou a reinar absoluto na MPB, ajudando amigos e descobrindo novos talentos, como Orlando Silva. Chico participou ativamente do rádio, em programas que faziam o deleite dos ouvintes. Também atuava em cassinos, aparecia em filmes, excursionava pelo Brasil e pelos países vizinhos.
Sua grande companheira foi a atriz Célia Zenatti, com quem ele conviveu por 28 anos. Célia também o acompanhava nas excursões.
Coube a Francisco Alves lançar vários clássicos de nosso cancioneiro, bem como ser o cantor que mais gravou discos no período da cera. Ele gravou praticamente todos os ritmos de seu tempo, se saindo bem em todos os estilos. Também era compositor.
Em 27 de setembro de 1952, ao voltar de São Paulo, onde no dia anterior havia feito uma apresentação no Largo da Concórdia, Francisco Alves faleceu vitima de um acidente automobilístico, na Via Dutra, na altura da cidade de Pindamonhangaba. Seu velório e enterro foi um dos mais concorridos do Brasil, se igualando somente aos de Getúlio Vargas e Carmen Miranda.
Quando comecei minhas pesquisas, em 1988, aos 13 anos, logo descobri o trabalho de Francisco Alves e me encantei com sua voz e repertório, elegendo-o meu cantor favorito. Naquela época, eu estava sozinho, pois, as pessoas próximas de minha idade nem faziam ideia de quem se tratava. Felizmente eu tive contato com pessoas mais velhas que eu (de 70 anos para cima) que o conheciam e que relembravam suas músicas. Hoje, fico feliz em ver novas gerações que abraçam e são fãs do talento de Francisco Alves, ajudando a divulgar seu repertório e imagem. Vejo com satisfação, jovens e talentosos cantores que interpretam suas músicas com bastante sentimento e inspiração. Também fico feliz em ver que vários pesquisadores e colecionadores se dedicam à memória de Chico Viola, fazendo com que seu nome não seja de todo esquecido.
Confiram um trecho do último show de Francisco Alves, apresentado no dia 26 de setembro de 1952.
Fontes
Arquivo Nirez
https://www.youtube.com/watch?v=9VFEg8fCC2g
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