Chiquinha Gonzaga aos 85 anos. http://lounge.obviousmag.org/ |
O colecionador e pesquisador Gilberto Inácio Gonçalves encontrou uma preciosidade no lixo.
Frequentador de uma loja de discos em São Paulo, Gilberto teve a curiosidade de olhar uns objetos que estavam sendo descartados pela loja e encontrou o que muito provavelmente pode ser o único registro de voz e piano da compositora Chiquinha Gonzaga (1847 - 1935).
O acetato, que foi encontrado em péssimas condições, pertence ao selo Disco Popular, gravadora que o companheiro de Chiquinha, João Batista Gonzaga, manteve entre 1919 a 1923.
Ao que parece, o disco não foi lançado comercialmente.
Gilberto emprestou o disco ao Instituto Moreira Salles (IMS), que é o atual guardião do acervo da compositora, para que fosse feita a digitalização.
O radialista Otacílio de Azevedo Neto, filho do pesquisador e jornalista Nirez (Miguel Angelo de Azevedo) fez a remasterização dos áudios. Lembrando que Nirez é coautor (ao lado de Alcino Santos, Grácio Barbalho e Jairo Severiano) da Discografia publicada em 1982 pela Funarte e possuí uma das mais importantes coleções de discos de 78 rpm do país. Seu museu fica em Fortaleza (CE).
As músicas não havia sido catalogadas pela Discografia, sendo ainda inéditas.
O que também chama a atenção é o anúncio das músicas ser feito por uma mulher, que ao que parece é Chiquinha Gonzaga. O pesquisador Sandor Buys chama a atenção que somente a atriz e cantora Pepa Delgado havia se anunciado em discos.
O disco apresenta a assinatura de F. Gonzaga e a data 1922.
"O rótulo de número 4000 presente em ambas as faces do disco indica a música Plicéa ", nos informa o site do Instituto Moreira Salles; que completa: "Alexandre Dias, coordenador do site Ernesto Nazareth 150 anos e colaborador do IMS em outros projetos, identificou que a valsa anunciada como Saudade era conhecida como Cananéa. E contou com a ajuda de Douglas Passoni – responsável pela editoração das partituras de Chiquinha disponíveis no site Acervo Digital Chiquinha Gonzaga – para constatar que a habanera “Argentina” foi lançada como o tango Xi! e que ainda aparece num manuscrito como Sada".
A biógrafa de Chiquinha Gonzaga, Ediniha Diniz disse que o disco é "um grande achado".
Graças a pesquisadores sérios e generosos como Gilberto Inácio Gonçalves, juntamente com a colaboração do IMS, nossa memória fonográfica, em especial de Chiquinha Gonzaga, vai se preservando e sendo disponibilizada para a apreciação do público.
Para maiores informações: http://zip.net/bxrGxL
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