domingo, 8 de junho de 2014

MOLEQUE ALINHADO - CENA CÔMICA DE 1929

DORA BRASIL

PINTO FILHO


Em 1929 a cantora Dora Brasil, ao lado do cômico Pinto Filho gravou a cena cômica intitulada de Moleque Alinhado. Da autoria do maestro Henrique Vogeler e do próprio Pinto Filho, a gravação registra um pouco do que acontecia no teatro de revista, o diálogo acompanhado da música. Com acompanhamento de um conjunto, o disco foi gravado na Parlophon com o número 13.085-B, matriz 3150-1, sendo lançado em janeiro de 1930. São citados a atriz Pola Negri e os atores Ramon Novarro, Adolphe Menjou e Tom Mix, astros populares de Hollywood à época. A forma de pronúncia das palavras, bem como dos nomes dos artistas, contém erros propositais visando reproduzir um linguajar mais popular e informal.



POLA NEGRI
www.robswebstek.com


TOM MIX
www.thecircusblog.com


RAMON NOVARRO
www.icollector.com



ADOLPHE MENJOU
www.liveauctioneers.com





MOLEQUE ALINHADO

Cena Cômica por Dora Brasil e Pinto Filho, 1929






Som de assobio.

PF – Ô Betinha, mulata cheirosa. Por onde tu tem andado que eu não tenho te arrumado o raio de zoar em cima?

DB – Por aí, seu Barnabé. Tô flanando. Qual é o prazer da mulata brasileira senão rir e gozar?

PF – Pois é, minha fía. Rir, gozar e passear. Tu sabe que eu tenho um xodó roxo por ti, meu... meu jambinho cheiroso!

DB – Não vem de fruta nem de logra pra cima de mim, que você não arranja nada. Eu sou de circo!

PF – Então, tu já tá fartando com a tua premessa que você fez a Nossa Senhora dos Aflitos pra casar comigo, mulata?

DB – Meu Deus, que moleque pernóstico! Eu nunca fiz promessa pra casar com ninguém! Eu quero é morrer virgem e órfã, e desamparada.

PF – Tu vai ser castigada, mulata! Então, tu vai desprezar esse mulato alinhado, esse mulato gostoso, pra morrer virgem e órfã, e desamparada?

DB – São coisas da nactura, meu mulato cheiroso.

PF – Mulata, meu jambinho gostoso, meu pudim de gelatina, meu manjar do céu, meu bom bocado.

DB – Xi, Meu Deus! Daqui a pouco eu to virando é confeitaria! Mulato, eu to te gostando!

Vamo vivê até a morte? Oscula as minha face, as face da tua mulata.

Som de beijo.

Xi, que beijo gostoso!

PF – Mulata, esse beijo foi dado à Ramon Navarro. Vem cá, minha Pola Negri. Tu sabe onde é que nós vamo morá?

DB – Não, meu Alfredo Menjú. Meu Tom Mixi, meu Ramon Navarro.

PF – Na Califórnia do Morro da Mangueira, minha fía!

DB – Eu morro, mulato, pelo Morro da Mangueira!


Uma casinha de zinco
Na Mangueira para morar
Vamo juntá os dinheiro
Para quando a gente casá

Mulato de corpo leve
E de sangue sem mistura
Eu te dou a minha vida
Meu anjinho de candura

Mulata, tu deu palpite
Pra nunca me abandoná
Vamos juntá os trapinho
Para um dia nós se casá

E depois do casamento
Na choupana vamo morá
Vamo sê muito feliz
E nunca me abandoná

Mulata, minha mulata
Feiticeira, oh tentação
Tu é a fruta da terra
Que me prende o coração






Agradecimento ao Arquivo Nirez










2 comentários:

  1. MA RA VI LHO SO....!
    DE LI CI O SO .....!

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  2. Legal a gente ouvir as músicas do passado.O homem nunca deixou,deixa e deixará de divertir o homem.Se isto que ouvimos e lemos não está no museu da imagem e do som poderá se perder para sempre!!!

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