DORA BRASIL |
PINTO FILHO |
Em 1929 a cantora Dora
Brasil, ao lado do cômico Pinto Filho gravou a cena cômica intitulada de
Moleque Alinhado. Da autoria do maestro Henrique Vogeler e do próprio Pinto
Filho, a gravação registra um pouco do que acontecia no teatro de revista, o
diálogo acompanhado da música. Com acompanhamento de um conjunto, o disco foi
gravado na Parlophon com o número 13.085-B, matriz 3150-1, sendo lançado em
janeiro de 1930. São citados a atriz Pola Negri e os atores Ramon Novarro,
Adolphe Menjou e Tom Mix, astros populares de Hollywood à época. A forma de
pronúncia das palavras, bem como dos nomes dos artistas, contém erros
propositais visando reproduzir um linguajar mais popular e informal.
POLA NEGRI www.robswebstek.com |
TOM MIX www.thecircusblog.com |
RAMON NOVARRO www.icollector.com |
ADOLPHE MENJOU www.liveauctioneers.com |
MOLEQUE
ALINHADO
Cena Cômica por Dora Brasil e Pinto Filho, 1929
PF – Ô Betinha, mulata cheirosa. Por onde tu tem andado que eu não tenho te arrumado o raio de zoar em cima?
DB
– Por aí, seu Barnabé. Tô flanando. Qual é o prazer da mulata brasileira senão
rir e gozar?
PF
– Pois é, minha fía. Rir, gozar e passear. Tu sabe que eu tenho um xodó roxo
por ti, meu... meu jambinho cheiroso!
DB
– Não vem de fruta nem de logra pra cima de mim, que você não arranja nada. Eu
sou de circo!
PF
– Então, tu já tá fartando com a tua premessa que você fez a Nossa Senhora dos
Aflitos pra casar comigo, mulata?
DB
– Meu Deus, que moleque pernóstico! Eu nunca fiz promessa pra casar com
ninguém! Eu quero é morrer virgem e órfã, e desamparada.
PF
– Tu vai ser castigada, mulata! Então, tu vai desprezar esse mulato alinhado,
esse mulato gostoso, pra morrer virgem e órfã, e desamparada?
DB
– São coisas da nactura, meu mulato cheiroso.
PF
– Mulata, meu jambinho gostoso, meu pudim de gelatina, meu manjar do céu, meu
bom bocado.
DB
– Xi, Meu Deus! Daqui a pouco eu to virando é confeitaria! Mulato, eu to te
gostando!
Vamo
vivê até a morte? Oscula as minha face, as face da tua mulata.
Som
de beijo.
Xi,
que beijo gostoso!
PF
– Mulata, esse beijo foi dado à Ramon Navarro. Vem cá, minha Pola Negri. Tu
sabe onde é que nós vamo morá?
DB
– Não, meu Alfredo Menjú. Meu Tom Mixi, meu Ramon Navarro.
PF
– Na Califórnia do Morro da Mangueira, minha fía!
DB
– Eu morro, mulato, pelo Morro da Mangueira!
Uma casinha de
zinco
Na Mangueira
para morar
Vamo juntá os
dinheiro
Para quando a
gente casá
Mulato de
corpo leve
E de sangue
sem mistura
Eu te dou a
minha vida
Meu anjinho de
candura
Mulata, tu deu
palpite
Pra nunca me
abandoná
Vamos juntá os
trapinho
Para um dia
nós se casá
E depois do
casamento
Na choupana
vamo morá
Vamo sê muito
feliz
E nunca me
abandoná
Mulata, minha
mulata
Feiticeira, oh
tentação
Tu é a fruta
da terra
Que me prende
o coração
Agradecimento ao Arquivo Nirez
MA RA VI LHO SO....!
ResponderExcluirDE LI CI O SO .....!
Legal a gente ouvir as músicas do passado.O homem nunca deixou,deixa e deixará de divertir o homem.Se isto que ouvimos e lemos não está no museu da imagem e do som poderá se perder para sempre!!!
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