Há 25 anos tudo começou oficialmente. Era dezembro de 1988.
Já fazia alguns
meses que eu buscava um novo tipo de música, mas, não sabia onde encontrar.
Nessa época, estava passando a novela Vida
Nova, na Rede Globo, onde a história se passava na década de 1940. Lembro
que o que mais me fascinava, fora a recriação de época, eram as músicas que
saiam dos rádios capelinhas, aquelas caixas de madeiras bem trabalhadas. Era um
som abafado, diferente dos sucessos dos anos 80 que eu conhecia. A música era
acompanhada de orquestra. Lembro das músicas que tocavam nas cenas, como Deusa da Minha Rua interpretada por Sílvio Caldas
(descobri o nome da canção e do cantor depois), e achava bonita, era algo com
que eu me identificava. Por mais que eu gostasse dos sucessos pop´s, de Cyndi
Lauper por exemplo, faltava algo. Eu não sabia identificar o quê. Depois de
comprar o LP da novela, passei a buscar por mais músicas daquele estilo.
Lembrei de uma cantora cuja imagem eu conhecia desde criança, principalmente
dos tempos de carnaval: Carmen Miranda. Eu pensava: essa cantora é do passado,
cantava Mamãe eu Quero e Tico
tico no Fubá, então, parece ser o que eu procuro. E lá fui eu buscar a
Carmen que o mundo conhecia.
Ao chegar na loja
Francinet Discos, situada no primeiro Shopping de Fortaleza, o Center Um, eu
encontrei dois LPs que me chamaram a atenção. O de Carmen e o de Dalva de
Oliveira. Fui ouvir os dois. Porém, como meus ouvidos ainda não estavam
educados e o disco da Carmen trazia suas gravações pioneiras, feitas em 1930,
eu estranhei. Afinal, buscava a Carmen de Mamãe
eu Quero... Fui ouvir o de Dalva, onde ela era acompanhada pelo maestro
Roberto Inglez. O LP da Revivendo trazia doze músicas que ela havia gravado em Londres
no ano de 1952. Eu gostei do som, pois parecia o que saia dos rádios na novela.
Era dia 23 de dezembro e, como sempre, eu demorava para escolher meu presente
de Natal (até hoje é assim). Mas, foi esse disco que escolhi e ganhei de meus
pais no dia 24. No dia seguinte, 25, ouvindo as faixas, decidi procurar por
mais músicas e intérpretes desse estilo. Finalmente eu havia me encontrado
culturalmente e aquela sensação de vazio havia sumido. Era isso que eu buscava!
Com o tempo, fui
educando meus ouvidos e, a medida que voltava no tempo, mais gostava das
gravações. Logo depois, veio Carmen Miranda em sua fase brasileira e, quando
ouvi novamente, me apaixonei. Francisco Alves, Mário Reis também chegaram.
Aracy Côrtes chegou reinando absoluta em minha imaginação e ouvidos e, depois,
veio Pepa Delgado, mas, conto essas histórias depois.
Depois que meu pai
gravou a fita desse disco, eu ouvia o tempo todo. Kalu não saia do rádio, nem Ai Ioiô. Os parentes tomaram
conhecimento e começaram a lembrar de músicas e intérpretes.
Lembro até hoje que
o ambiente mudou, o som fazia com que tudo ficasse mágico. É uma sensação e
lembrança que não sei descrever bem, mas, posso garantir que foi muito marcante
e especial.
Agora, vamos ouvir
a Dalva de Oliveira.
Obs. Alguns trechos da gravação podem apresentar defeitos.
Obs. Alguns trechos da gravação podem apresentar defeitos.
Revivendo DALVA DE
OLIVEIRA
COM ROBERTO INGLEZ
E SUA ORQUESTRA
Fim de Comedia, Carinhoso, Brasil Saudoso, Encontrei Afinal, Sem Êle, Noite de Natal
LADO B
Kalú, Fôlha Morta, Pequña, Distancia, Ai Yôyô (Linda Flôr), Lindo Presente
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