Para a Phono-Arte Helena de Magalhães Castro. Rio, 3/7/930. Arquivo Nirez |
Há 111 anos, nascia a cantora e declamadora HELENA
DE MAGALHÃES CASTRO, que também era pesquisadora do folclore brasileiro, pianista,
violonista, professora e homeopata. Sem dúvida, uma intelectual, bonita, carismática
e com múltiplos talentos.
Graças
à importante pesquisa da historiadora Marcelle de Andrade, de São Paulo, podemos
saber importantes detalhes da biografia dessa fascinante mulher.
Nascida
em São Paulo, no bairro dos Campos Elísios em 18 de setembro de 1902, Helena de
Magalhães Castro era filha de José Ferraz de Magalhães Castro, conceituado
médico homeopata, e de Helena Faria de Magalhães Castro.
Formou-se
professora na Escola Normal de São Paulo, Caetano de Campos.
Estando
ligada à música desde pequena, ela era pianista, mas, optou por acompanhar-se
ao violão em seu primeiro concerto, realizado no Theatro Municipal de São
Paulo, em 1924.
Em
1931, ao lado do poeta Guilherme de Almeida e do maestro João Souza Lima,
Helena fundou a Instrução Artística do Brasil (IAB).
A
partir de então, “passou a engajar-se na divulgação da arte na difusão da
instrução artística, uma vez que a instituição também tinha o propósito de
levar a arte para as escolas, portanto, entende-se que a atuação de Helena
ultrapassa o campo das manifestações artísticas para projetar-se no das
educacionais, uma vez que, do mesmo modo que como outros intelectuais da época,
via na arte, e especialmente na música, um instrumento de formação do indivíduo”,
nos conta Marcelle.
Desde
1926 ela se correspondia com Mário de Andrade e, por suas ideias e atuação na
IAB, eles se aproximaram mais.
Marcelle
ainda lembra que “também por meio da IAB, Helena participou da Revolução de
1932, coordenando o Lunch Expresso, kits em caixinhas distribuídos para os
soldados, promovendo concertos, aliando-se a campanha Ouro para o bem de São
Paulo e lançando revistas comemorativas sobre esse evento político”.
Helena
lecionou declamação e música até meados de 1980, em sua residência na Alameda
Barão de Limeira. Ela ainda conduzia a antiga farmácia de homeopatia da
família, iniciada por seu pai.
Solteira
e sem herdeiros, em 1987 propôs a doação de sua casa e de todo o seu acervo,
incluindo a farmácia de seu pai, ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Artístico, Arqueológico e Turístico de São Paulo (Condephaat), da Secretaria de
Estado da Cultura. Mesmo sendo considerado um bem de grande interesse cultural,
as negociações não prosperaram e, após sua morte, seus bens foram se
dispersando, restando apenas alguns documentos e fotografias que foram
recolhidos por técnicos do Condephaat e se encontram informalmente depositados
nesse órgão.
Helena
de Magalhães Castro viveu bastante. Em 1995, sofreu um derrame e ficou bastante
debilitada, vindo a falecer de causas naturais nesse mesmo ano.
Atualmente,
a historiadora Marcelle Pride vem se dedicando à revitalização do acervo
deixado por Helena e escrevendo sua biografia.
Em
breve, mais informações sobre Helena de Magalhães Castro e suas gravações.
Helena de Magalhães Castro em 1980. Acervo pessoal de Helena de Magalhães Castro. Foto gentilmente cedida por Marcelle de Andrade. |
Agradecimentos à Marcelle de Andrade e ao Arquivo Nirez
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