O Malho, 1904. http://memoria.bn.br |
Vamos relembrar o poeta e jornalista GUIMARÃES PASSOS.
Um de seus poemas mais famosos, A Casa Branca da Serra, foi musicado por Miguel Emídio Pestana, se tornando em uma das canções/modinhas mais conhecidas de todos os tempos. Sendo gravada por vários intérpretes.
O Pharol, 19 de abril de 1908. http://memoria.bn.br |
Nascido em Maceió (AL), em 22 de março de 1867, Sebastião Cícero dos Guimarães Passos foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criando a cadeira de nº26, tendo como patrono Laurindo Rabelo.
Fez seus estudos primários e preparatórios em Alagoas. Aos 19 anos seguiu para o Rio de Janeiro, fazendo amizade com os jovens boêmios e intelectuais. Entrou para a redação dos jornais e passou a fazer parte do grupo de Paula Ney, Olavo Bilac, Coelho Neto, José do Patrocínio, Luis Murat e Arthur Azevedo.
Colaborou com a Gazeta da Tarde, a Gazeta de Notícias, A Semana. Publicava crônicas e versos e, por onde trabalhou, também escreveu sob o pseudônimo de Filadelfo, Gill, Floreal, Puff, Tim e Fortúnio.
Ele também era arquivista da Secretaria da Mordomia da Casa Imperial. Porém, com a proclamação da República, essa repartição foi extinta e ele passou a viver somente de seus trabalhos jornalísticos.
Exilou-se em Buenos Aires, devido ter participado de revolta contra Floriano Peixoto. Na Argentina colaborou com os jornais La Nación e La Prensa, também fazendo conferências sobre temas literários relacionados ao Brasil.
Voltou do exílio em 1896, sendo um dos primeiros poetas chamados para formar a Academia Brasileira de Letras.
Viu que o Rio de Janeiro de sua geração estava completamente transformado, com vários antigos companheiros em cargos bem remunerados, sendo ele o último boêmio.
Contraindo tuberculose e não tendo melhoras no Brasil, seguiu para a Ilha da Madeira e, daí, para Paris, onde veio falecer, em 09 de setembro de 1909, aos 42 anos.
GUIMARÃES PASSOS |
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Somente em 1921, a Academia Brasileira de Letras conseguiu trazer seus restos mortais para o Brasil.
Guimarães Passos era um poeta parnasiano, lírico e, às vezes, um pouco pessimista. Foi também humorista quando colaborou para O Filhote, tendo seus escritos reunidos, depois, no livro Pimentões, publicado em parceria com Olavo Bilac.
O poeta José Veríssimo, seu contemporâneo, assim o via quando se referia aos Versos de um simples: “poeta delicado, de emoção ligeira e superficial, risonho, de inspiração comum, mas de estro fácil, como o seu verso, natural e espontâneo, poeta despretensioso, poeta no sentido popular da palavra".
Jornal do Brazil, 12 de julho de 1891. http://memoria.bn.br |
Alguns poemas de Guimarães Passos
A Mai de Família, 31 de maio de 1887.http://memoria.bn.br |
O Mequetrefe, 20 de janeiro de 1887.http://memoria.bn.br |
Cidade do Rio, 04 de junho de 1888. http://memoria.bn.br |
O Mequetrefe, fevereiro de 1892. http://memoria.bn.br |
A Casa Branca da Serra
(Gravações)
MÁRIO PINHEIRO
CASA BRANCA DA SERRA
Modinha de Guimarães Passos e Miguel Emídio Pestana
Gravada por Mário Pinheiro
Acompanhamento de Violão
Disco Odeon Record 40.139, matriz RX-2
Lançado em 1904
CASA BRANCA DA SERRA
Modinha de Guimarães Passos e Miguel Emídio Pestana
Gravada por Mário Pinheiro
Acompanhamento de Violão
Disco Victor Record 98.910
Lançado em 1910
JOÃO BARROS
CASA BRANCA DA SERRA
Barcarola Guimarães Passos e Miguel Emídio Pestana
Gravada por João Barros
Acompanhamento de Orquestra
Disco Victor Record 98.899
Lançado em 1909
CADETE
CASA BRANCA DA SERRA
Modinha de Guimarães Passos e Miguel Emídio Pestana
Gravada por Cadete
Disco Odeon Record 108.491
Lançado em 1911
ARTHUR CASTRO
A CASA BRANCA
Modinha de Guimarães Passos e Miguel Emídio Pestana
Gravada por Arthur Castro
Disco Phoenix Record 281, matriz 1492
Lançado em 1913
PARAGUASSÚ
CASA BRANCA DA SERRA
Modinha de Guimarães Passos e Miguel Emídio Pestana
Gravada por Paraguassú
Acompanhamento de Seu Grupo Verde-Amarelo
Disco Columbia 5.062-B, matriz 380191-2
Gravado e lançado em 1929
CÂNDIDO BOTELHO
CASA BRANCA DA SERRA
Canção de Guimarães Passos e Miguel Emídio Pestana
Gravada por Cândido Botelho
Acompanhamento de Orquestra
Disco Continental 16.486-A, matriz 2722
Gravado em agosto de 1951 e lançado em outubro/dezembro de 1951
VICENTE CELESTINO
CASA BRANCA DA SERRA
Valsa Canção de Guimarães Passos e Miguel Emídio Pestana
Gravada por Vicente Celestino
Acompanhamento de Orquestra
Disco RCA Victor 80-2295-A, matriz M2CAB-1170
Gravado em 10 de janeiro de 1961 e lançado em fevereiro de 1961
CARLOS GALHARDO
CASCATINHA E INHANA
INEZITA BARROSO
Programa Viola, Minha Viola, de 2012
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Guimarãres Passos,poeta, boêmio,jornalista, modinheiro e autor de livros em parceria com Olavo Bilac é monstruosamente esquecido em sua prorpia cidade, Maceió. Tal deformação deve-se à penúria educativa do Brasil e à miséria pedagógica alagoana, há séculos. Nenhum governo ou político dá a mínima pra cultura ou educação, querem mesmo é encher a burra. Sonetista inspirado e homem cheio de coragem pessoal (enfrentou no Paraná as tropas de Floriano Peixoto), o poeta e boêmio Guimarães Passos deve ser nome de rua ou de praça, o máximo que as autoridades alaghoanas podem fazer por um grande poeta. Naturalmente que construir praças deve sobrar propina para alguém. Digam-me um político honesto e eu mostrarei um buraco negro.
ResponderExcluirRsrs, tens toda a razão
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