Há 111 anos, nascia no Rio de Janeiro, em 24 de março de 1902, o cantor, humorista e compositor Januário de Oliveira Januário de Oliveira Chirico).
Januário de Oliveira consolidou sua carreira em São Paulo.
Estreou na Rádio Sociedade, indo depois para a Rádio Clube do Brasil. O compositor Sinhô (José Barbosa da Silva), o levou para São Paulo em 1929.
Foi um dos grandes cantores populares da década de 1930.
Ele faleceu em 22 de fevereiro de 1963.
Januário de Oliveira foi um dos grandes intérpretes de nossa música. Hoje, esquecido pela maioria das pessoas e lembrado por poucos que se interessam em descobrir nosso passado musical. Sua discografia é de primeiríssima qualidade, revelando o que de melhor havia em sambas, canções, valsas, no final dos anos 20 e durante os anos 30.
Felizmente, ele seria relembrado pelo selo Revivendo de Curitiba, fundado pelo saudoso pesquisador Leon Barg. Foi através dessa empresa que conheci o trabalho de Januário de Oliveira. Entre as músicas que mais me marcaram estavam Cauhã e Engenho Novo.
Vamos ouvir Januário de Oliveira interpretando Sinhô (José Barbosa da Silva), nas treze músicas gravadas por ele.
Sinhô (José Barbosa da Silva). |
"Chequerê"
Choro, gravado na
Colúmbia, em São Paulo
Sinhô estava
presente, pois havia viajado em maio de 1929 para São Paulo para o lançamento
da candidatura de Júlio Prestes. Aproveitou e realizou cinco gravações na
Colúmbia, inclusive fazendo o acompanhamento de piano e violão. O outro violão
era de Pedroso, famoso instrumentista de São Paulo.
Acompanhamento de
Sinhô e Pedroso
Disco Colúmbia
5.084-B, matriz 380269
Lançado em setembro
de 1929
Como Se Gosta
Valsa
Acompanhamento de
Sinhô ao piano e Pedroso ao violão.
Disco Colúmbia 5.104-B,
matriz 380270-1
Lançado em setembro
de 1929
Minha Branca
Samba gravado na
temporada paulistana de Sinhô.
Acompanhamento de
Sinhô ao piano e Pedroso ao violão.
Disco Colúmbia 5.085-B,
matriz 380271
Lançado em setembro
de 1929
“Nossa Senhora do
Brasil”
As aspas no título
desta canção se justificam pelo fato da santa não ser a de Aparecida do Norte,
e sim, a pintora Tarsila do Amaral, que recebeu Sinhô com muito carinho em São
Paulo, em 1929, e, de certa forma, foi sua protetora.
Nos versos Sinhô
cita: “Nossa Senhora Tarsila, é a santa brasileira. Que a gente não vacila, em
chamar bem brasileira”.
No estúdio de
gravação, só “feras”.
Sinhô ao piano,
Pedroso ao violão, Januário de Oliveira no canto e, na segunda voz o ator
Henrique Chaves.
Disco Columbia 5.084-B,
matriz 380272
Lançado em setembro
de 1929.
Missanga
Marcha chula
editada com o nome de Ó Rosa (Muito Brasileira), para o carnaval de 1926, em
homenagem a N. S. da Penha, sendo gravada por Pedro Celestino. Foi regravada
com o nome de Miçanga pelo Jazz Band Columbia em 1930, na voz de Januário de
Oliveira, cujo nome não aparece no selo do disco. Sinhô assina como J. Curangi,
um de seus pseudônimos.
Marcha com
estribilho
Disco Colúmbia 5.167-B,
380544
Lançado em
fevereiro de 1930
Sem amor
Sem amor
No selo do disco
vem como marcha, mas, trata-se de um samba.
Foi gravada
originalmente por Carlos Serra em 1927.
A gravação de
Januário de Oliveira tem o acompanhamento de Gaó, Jonas, Petit, Zezinho, Sutte
e Grany (alguns dos melhores músicos de São Paulo).
Disco Colúmbia 5.185-B,
matriz 380610
Lançado em março de
1930.
Viva a Penha
Editado em 1926 (e
dedicado aos Irmãos Vitale), era tido como maxixe, e assim foi gravado nesse
mesmo ano pelo American Jazz-Band Sílvio de Sousa.
Gravado com letra
somente em 1930 por Januário de Oliveira, foi designado como samba.
Acompanhamento do
Jazz-Band Columbia.
Disco Colúmbia 5.212-B,
matriz 380679
Lançado em junho de
1930
Cauhã
Cauã (também
conhecido como acauã) é um pássaro brasileiro. Sinhô amava os pássaros e compôs
várias músicas com seus nomes: Bem-te-vi, Sabiá, Maitaca...
Cauã é uma valsa
choro e, por sinal, uma das mais bonitas valsas brasileiras. Foi tocada na
novela Kananga do Japão, de 1989, somente instrumental, enquanto os personagens
Sílvia (Júlia Lemmertz) e Henrique (Paulo Castelli) dançavam.
Acompanhamento de
Orquestra
Disco Colúmbia 5.215-B,
matriz 380671
Lançado em junho de
1930
Sou da Fandanga
Marcha
carnavalesca.
Aqui, eis uma
dúvida: como já dissemos, Januário de Oliveira imitava diversas vozes,
inclusive soprano. Mas, nesta gravação, penso que a voz feminina seja da
cantora Elsie Houston. Januário e Elsie gravaram três músicas juntos. Pela
numeração dos discos, Sou da Fandanga está muito próximo a uma gravação que os
dois fizeram (provavelmente feitas no mesmo dia). Como no selo do disco não vem
o nome de Januário de Oliveira, somente Jazz Band Columbia, é provável que
Elsie Houston tenha participado da gravação.
Disco Colúmbia 5.226-B,
matriz 380709
Acompanhamento do
Jazz Band Columbia
Lançado em julho de
1930
Salve-se quem puder
Samba com
estribilho. No selo do disco não vem o nome de Januário de Oliveira, somente da
Jazz Band Columbia.
Disco Colúmbia 5.226-B,
matriz 380732
Lançado em julho de
1930
Bemzinho
Choro canção
No selo do disco
não consta o nome de Januário de Oliveira, apenas traz o da Jazz Band Columbia.
Disco Columbia 5.229-B,
matriz 380687
Lançado em julho de
1930
Antes, ainda teve
gravações feitas por Gustavo Silva e Arthur Castro, ambas em 1926.
Fala macacada
Samba toada
Januário de
Oliveira gravou com o Jazz Band Columbia, dirigido pelo maestro Gaó.
Disco Columbia 7.017-B
Lançado em setembro
de 1930, um mês após o falecimento de Sinhô
Professor de Violão
Samba
Foi gravado em
disco Arte Fone, uma pequena gravadora de São Paulo instalada, no fim de 1931,
no alto da Moóca, na Rua Hípia.
Uma gravação de
Januário de Oliveira muito rara.
Segundo Abel
Cardoso Junior, Sinhô havia sido professor de violão e, neste samba, celebrava
a aceitação do instrumento, da música popular e do preto (ele) na casa da “fina
elite”. Deve ter sido composto em São Paulo, sob a impressão da recepção
calorosa que teve. Foi gravado mais de um ano depois do falecimento de Sinhô.
Acompanhamento de
Regional
Disco Arte Fone
4.020-A, matriz 4020-A
Lançado em 1932.
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Fonte dos dados: Abel Cardoso Junior e Marcelo Bonavides
http://www.dicionariompb.com.br
Isso é Música (com letra maiúscula).
ResponderExcluirBeijos!
Meu Avô. Documentos e discos foram entregues por meus tios (já falecidos) no Museu da Imagem e do Som em São Paulo.
ResponderExcluirMeu tio, irmao de meu pai, se vc, anonimo, e neto de januario de oliveira chirico, vc e filho de um dos meus primo. faca contato.
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