Mário Pinheiro |
Há 90 anos
falecia o cantor Mário Pinheiro, um dos mais importantes nomes de nossa cena
lírica e popular no começo do século XX, sendo um dos pioneiros nas gravações
de discos no Brasil.
Em setembro
de 1922, o barítono Mário Pinheiro se afastara da cena artística. Isso causou
apreensão no meio, uma vez que ele era um dos mais ativos artistas de então,
atuando na companhia lírica da empresa Walter Mocchi.
A maior
causa da preocupação foi, porém, o fato de Mário ter passado mal em sua casa e
ser encontrado desmaiado. Ao acordar, foi acometido por soluços que resistiam a
quaisquer medidas para combatê-los. Seu médico resolveu interná-lo
imediatamente. Dia a dia, mesmo com várias intervenções cirúrgicas, seu estado
se agravava de forma dolorosa.
Sem
recursos, senão para as primeiras despesas da internação, Mário teve a ajuda de
três amigos que fizeram subscrições, reunindo meios para o colega e o
acompanhando nessa difícil fase.
Às três
horas da tarde do dia 10 de janeiro de 1923, uma quarta-feira, Mário Pinheiro falecia na extrema
pobreza, na Casa de Saúde Affonso Dias, à Rua Aristides Lobo, 115, Rio de
Janeiro.
Estava
cercado por sua irmã, filhos e alguns amigos.
Tinha 38 anos.
O que o
vitimou foi uma fístula no estomago, de caráter sifilítico.
Seus amigos
e familiares não tinham dinheiro sequer para um modestíssimo funeral,
contrastando com a fama e prestígio do artista. Diante disso outros amigos,
Rachel Bastos e Di Agostini, telegrafaram ao Presidente da República. Arthur
Bernardes respondeu comunicando que já havia expedido ordens para se realizarem
os funerais de Mário Pinheiro, à custa da União. A Fazenda Nacional
amparava o grande artista nessa última etapa na terra.
Em seu
velório havia várias coroas, onde se liam:
“Ao meu
querido Mário, toda saudade e lágrimas de tua Lenita”.
“Ao amigo
Mário Pinheiro, profunda saudade da amiga Rachel Bastos”.
“Sincera
saudade de De Agostini Braga e filha”.
“Ao Mário,
saudade de Chocolate”.
“Saudade da
Empresa Mocchi, do Theatro Municipal”.
“Homenagem
da Casa dos Artistas”.
“Homenagem
de Leopoldo Fróes”.
Entre os que
visitaram a câmara ardente e acompanharam o enterro, estavam:
Bahiano,
Catullo da Paixão Cearense, Asdrúbal Miranda, entre dezenas de artistas,
empresários e representantes de empresas ligadas ao meio artístico.
O Paiz, terça-feira, 16 de janeiro de 1923. |
Fonte:
Biblioteca Nacional
Biblioteca Nacional
Como a gente se enriquece, aqui.
ResponderExcluirTantos valores, tantas histórias de vida que passo a conhecer. Obrigada!
Parabéns,por divulgar!
Sou fã de Mario a muitos anos. Desde quando comprei um LP remasterizado dele. Pra mim a voz mais interessante do Brasil. Pois pegou a época mais dificil e ainda sim é bonito ouvi-lo. Tenho um depoimento do cantor Paraguassu dizendo que ele foi o maior baixo da america do sul.
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