Há 37 anos, em 01 de setembro de 1975, falecia a folclorista e compositora Stefana de Macedo.
Stefana foi pioneira na pesquisa e divulgação do nosso folclore, em uma época dominada pelos homens e que o violão ainda era um instrumento mal visto pela sociedade. Ela tornou-se também exímia violonista, dando aulas do instrumento.
Um de seus maiores êxitos, lembrados até hoje, é a canção História Triste de uma Praieira, que conta a alegria e decepção de uma jovem moradora de uma vila de pescadores.
A canção, de motivo popular, recebeu versos do poeta Adelmar Tavares e um arranjo feito pela própria Stefana. Foi gravada em disco Columbia nº 5.093-B, matriz 380236-2, sendo Stefana acompanhada por violões. O disco foi lançado em outubro de 1929.
História Triste de uma Praieira
Era o meu lindo jangadeiro
de olhos da cor verde do mar
Também como ele traiçoeiro
mentiu-me tanto o seu olhar
Ele passava o dia inteiro
longe nas águas a pescar
E eu intranqüila, o seu veleiro
lá no horizonte a procurar
Mas quando a tarde escurecia
um sino ouvia a repicar
A badalar a Ave Maria
vi uma vela sobre o mar
Era o meu lindo jangadeiro
em seu veleiro a regressar
E à praia o seu olhar primeiro
buscava ansioso o meu olhar
Quando ditosa eu me sentia
passava os dias a cantar
A ver se em breve escurecia
a hora feliz do seu voltar
Mas há na vida sempre um dia
dia de sonho se acabar
Este me veio em que não via
o seu veleiro regressar
Não mais voltou o seu veleiro
Não mais o vi por sobre o mar
O seu olhar lindo e traiçoeiro
não buscou mais o meu olhar
Por uma tarde alvissareira
o sino ouvi a repicar
Era o meu lindo jangadeiro
que ia com outra se casar
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