Em 1952, Dalva de Oliveira, a Rainha da Voz, fazia uma bem sucedida tournée pela Europa. Chegou a cantar na Torre Eiffel e cantou, com exclusividade, para a Rainha Elizabeth II e sua família.
Em Lisboa, ela tornou-se tão popular que precisou estender seus contratos.
Claribalte Passos escreveu um artigo sobre seu sucesso e foi publicado na revista Carioca,
em 03 de maio de 1952.
Vamos conferir:
NOTÍCIAS DE DALVA DE OLIVEIRA
Grandes tem sido os seus sucessos em Lisboa - A estrela brasileira tornou-se popular em poucos dias - Prorrogou os seus contratos e ainda não sabe quando regressará ao Brasil.
Reportagem de Claribalde Passos
Damos aqui, em absoluta primeira mão, uma sensacional reportagem da presente excursão artística da cantora Dalva de Oliveira em Portugal. Recebemos várias fotos que demonstram o sucesso ímpar dessa grande interprete nacional em terras de além-mar. Trata-se de informes fidedignos, enviados por pessoa de nossa particular amizade, residente em Lisboa, o que constitui documentação idônea e insuspeita a respeito do êxito dessas apresentações da estrela da PRE-8. Esperamos, com isso, prestar um serviço aos seus milhares de fãs de todo o Brasil, tão ansiosos por saber dos resultados dessa viagem.
Minha querida amiga Ivanilde Rodrigues, uma das Rainhas do Rádio Cearense.
Tive o prazer de trabalhar com ela em 2000, em minha última peça apresentada em Fortaleza, Bastidores, direção de Ricardo Andrés Bessa. Além de cantora, Iavnilde também é atriz, tendo se destacado no teatro vivendo Dalva de Oliveira e atuando em A Bailarina, burleta de Carlos Câmara.
Da esquerda para a direita:
ao piano, Paulo Barbosa; Luis Barbosa e seu chapéu de palha, ao centro; cantando, Barbosa Júnior. Revista Carioca, 1936.
No cenário de nossa música popular sempre despontaram famílias de artistas.
Irmãos e/ou irmãs cantavam juntos ou separados, fazendo sempre muito sucesso.
Foi assim com Linda, Dircinha e Odete Baptista; Carmen, Aurora, Cecília e Oscar Miranda; Marília e Henrique Baptista; Francisco e Nair Alves; Vicente, Pedro e Amadeu Celestino; Orlando e Edmundo Silva...
isso para citar alguns artistas dos anos 30.
Nesse mesmo período faziam sucesso três irmãos, cada qual com um enorme talento, atuando em distintos setores, algumas vezes se encontravam em apresentações.
São eles: Barbosa Júnior, Luiz Barbosa e Paulo Barbosa, os irmãos Barbosa.
Barbosa Júnior era ator, cantor, compositor e um dos nossos grandes comediantes, seja no rádio, cinema ou no teatro. Seu talento para o riso tornou-se célebre em vários programas de rádio, em filmes e gravações, algumas antológicas ao lado de Carmen Miranda, como Quem é? e Casaquinho de Tricô.
Luiz Barbosa, que também compunha, foi um nos nossos maiores sambistas. Introdutor do chapéu de palha como percussão no samba,onde usava como pandeiro. Vários sambas de breque foram gravados por Luis que, com sua bossa, os tornavam mais interessantes. Gravou marchas e sambas, inclusive a primeira gravação de No Tabuleiro da Baiana, de Ary Barroso, foi feita por Luis e Carmen Miranda em 1936.
Paulo Barbosa era compositor, e um dos nossos mais inspirados e talentosos. Suas composições, sambas, marchas, canções, valsas, são verdadeiros clássicos, como Teus Lábios de Ciclamen, Salão Grenat e Cerejeira do Japão, Madame Pompadour, todas gravadas por Carlos Galhardo. Muita gente ainda conhece, e canta, a Marchinha do grande galo, Tirolesa ou Pensão da Dona Estela.
Ainda voltarei a falar de cada um deles separadamente.
Aqui, vocês conferem algumas músicas de seu repertório.
Em várias, Paulo Barbosa compôs para os irmãos.
Paulo Barbosa (compositor)
Minha Boneca
Canção de Paulo Barbosa e Luis Lamego
Gravada por Gastão Formenti em 1938
Samba Lelê
Samba de Paulo Barbosa
Gravado por Carlos Galhardo em 1939
Aconteceu comigo
Samba de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago
Gravado por Barbosa Júnior em 1943
Barbosa Júnior
Casaquinho de Tricô
Choro receita de Paulo Barbosa
Gravado com Carmen Miranda em 1935
Da Discussão Nasce a Luz
Humorismo de Maria Célia e Barbosa Júnior
Gravado com Ismênia dos Santos e 1935, Muraro ao piano.
Mulher Vampiro
Marcha de Alberto Ribeiro e Alcyr Pires Vermelho
Gravada em 1935
Luis Barbosa
Bumba no Caneco
Batucada de Getúlio Marinho e Orlando Vieira
Gravado em 1933
O Que Eu Sinto Por Você
Samba de Luis Barbosa gravado por ele, com seu chapéu de palha, em 1933
Palhaço Ela Zomba de Ti
Samba de Kid Pepe e Siqueira Filho
Gravado em 1936
Sylvio Caldas não foi só um cantor com uma bela voz, mas, um ótimo intérprete de nossa música.
Com alma e emoção ele nos passava através de sua voz o sentimento exato dos versos.
Vamos conferir algumas valsas por sua bela interpretação.
Arranha-Céu
Valsa de Sylvio Caldas e Orestes Barbosa Acompanhamento de Benedicto Lacerda e seu Conjunto Regional Disco Odeon 11.475-A, matriz 5547 Gravado em 19 de março de 1937 e lançado em junho desse mesmo ano.
Com o pensamento em você
Valsa canção de Joubert de Carvalho Acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira Disco Victor 34.377-A, matriz 80869-2 Gravado em 18 de agosto de 1938 e lançado em novembro desse ano
Falsa Felicidade
Valsa canção de Paulo Medeiros Acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira Disco Victor 34.367-A, matriz 80871-1 Gravado em 18 de agosto de 1938 e lançado em outubro desse ano
Meu Erro
Valsa de Sylvio Caldas e Orestes Barbosa Acompanhamento de Benedicto Lacerda e seu Conjunto Regional Disco Odeon 11.378-A, matriz 5377 Gravado em 30 de maio de 1936 e lançado em setembro desse ano.
Não me abandones nunca
Valsa canção de Joubert de Carvalho Acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira Disco Victor 34.377-B, matriz 80870-1 Gravado em 18 de agosto de 1938 e lançado em novembro desse ano.