sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ 2012!

A TODOS QUE ACOMPANHAM O BLOG,
DESEJO UM FELIZ 2012!


O ANO NOVO

Feliz Ano Novo ao som de Eduardo das Neves!




O Ano Novo



Lundu
Eduardo das Neves se acompanha ao violão
Disco Odeon Record 108.375
Gravado em 1909

Meus senhores, Boas Festas!
Que é chegado o Ano novo
Canto com mais alegria
Para alegrar este povo
Cantar, rolar na colina
Meu canário peregrino
Enquanto chora menino
Vem surgindo o Ano Novo

No vendaval da floresta
Quando as aves vêm voando
As andorinhas ligeiras
Nos ares vão perpassando
A mãe acalenta o filho
Que sorrindo já lhe diz
Mamãe viva o ano Novo
Peça a Deus ser mais feliz (sermos feliz)

Desta amargura, tormento
Que (já) surgiu a nova aurora
Quem tem palpite, aventura
Sente dores, mas, não chora
Desfaz-se jardins de flores
Espargindo sobre o povo
Estamos no Ano Novo
Boas Festas, peço agora
A mãe acalenta o filho
Que sorrindo já lhe diz
Mamãe viva o ano Novo
Peça a Deus sermos feliz (ser mais feliz)

A mãe acalenta o filho
Que já lhe diz com amor
Mamãe viva o Ano Novo!
Vai reverdecer a flor.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Jesy Barbosa - 24 anos de Saudades



Há 24 anos, no dia 30 de dezembro de 1987, partia A Rainha da Canção Brasileira de 1930,
Jesy Barbosa.
Ela, que além de cantora de prestígio em nossa música, era jornalista,
dramaturga, radio-atriz, radialista e trovadora premiada.
Uma mulher inteligente, talentosa e bonita.
Sua contribuição para a nossa cultura é grandiosa.
Uma das mais belas vozes de nosso cancioneiro.
Em breve, vocês poderão conferir uma reportagem gravada por ela quando tinha pouco mais de 80 anos. Será uma das entrevistas com grandes nomes de nossa música que estará disponibilizada no site do
Arquivo Nirez.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Faleceu a atriz Margot Louro

Faleceu hoje, aos 95 anos, a ótima atriz Margot Louro, 
que era viúva do ator Oscarito e filha da atriz Estefânia Louro.

Margot Louro e Oscarito

Margot Louro sempre manteve a beleza e o talento que a consagraram.



Fonte: eptv.globo.com (http://is.gd/JCtEpM)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Uma modinha para embalar a noite...

Se fecharmos os olhos, ouvindo alguma música, podemos nos transportar. 
O destino vai de acordo com nossa imaginação, emoção, sensibilidade.
Comigo não é diferente.
Quando ouço modinhas como Noite Serena, imagino logo cenas de outrora: alta noite, ruas desertas, belas casas com árvores na calçada e um trovador com seu violão fazendo serenada à alguma amada ou mesmo à lua.
É fecharmos os olhos e deixarmos nos embalar.


Bahiano (1903)




Mário Pinheiro (1910)















sábado, 24 de dezembro de 2011

23 anos de Pesquisas Musicais

Hoje, véspera de Natal, completo 23 anos de Pesquisas Musicais.
Naquele Natal de 1988 eu ganhava de minha mãe o lp 
Revivendo Dalva de Oliveira com Roberto Inglez e sua Orquestra.



Como era bom, aos 13 anos, descobrir uma grande cantora de nossa música, ouvir aquelas gravações, sua interpretação. Era mágico. Me transportava a uma época que, teoricamente não tendo conhecido, era-me totalmente familiar. Ouvia inúmeras vezes seguidas Kalu, Ai Yoyô, Carinhoso, na voz de Dalva. 
Nunca esquecerei o som e a sensação de sentir (sim, sentir!) sua voz.
A partir de então eu dava início às minhas pesquisas sobre música e seus intérpretes.
Na verdade, antes dessa data, eu já começava a ouvir e me interessas por gravações do passado, mas, só com esse presente que fiz disso uma constante em minha vida, vinte e quatro horas por dia. E, desde então, minha vida tomou um belo sentido.


Duas músicas que tocaram bastante naquela Natal e que faziam parte do lp, foram:

Noite de Natal (Silent, Night, Holy Night)
Dalva de Oliveira, com Roberto Inglez e sua Orquestra (1953)






Lindo Presente (Adeste Fidelis)
Dalva de Oliveira (1953), com Roberto Inglez e sua Orquestra 









Jean Harlow e o Blog desejam a todos Feliz Natal!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um estranho e belo objeto

Alô a todos!
Hoje, venho postar uma curiosidade.
Este objeto em destaque era o microfone da Rádio Mayrink Veiga 
no início da década de 1930.





Fonte: Arquivo Nirez

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Luiz Gonzaga e minha memória afetiva

Hoje, Luiz Gonzaga completaria 99 anos.

Entre as melhores lembrança de minha infância, a voz e o talento desse ótimo artista estão guardadas com carinho e saudade.

Lembro que, lá pelos idos de 1980/1981, eu passava alguns dias na livraria de meus avós, no Centro de Fortaleza. Ao cair da tarde, a loja que ficava defronte a nós tocava alto as músicas de Gonzagão. 

Em especial, a que me marcou e ainda parece que escuto é Vida do Viajante. Só de ouvir seus acordes (e ela está tocando agota), me sinto transportado para um lugar feliz, com gosto de saudade.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O popular BAHIANO


Há 141 anos, no dia 05 de dezembro de 1870, nascia o cantor Bahiano (Manuel Pedro dos Santos).
Nascido em Santo Amaro da Purificação, Bahia, foi no Rio de Janeiro que Bahiano ficou conhecido como célebre cantor de modinhas, lundus e cançonetas. Sua popularidade o levou a ser o primeiro cantor a gravar discos no Brasil e, talvez, na America Latina, em 1902, na Casa Edison, de propriedade de Fred Figner.

A música escolhida para ser a primeira registrada em nosso país foi de um ritmo bem popular e de grande agrado, embora mal visto pela sociedade da época: o lundu. Xisto Bahia, que além de compositor inspirado era excelente ator, compôs no final do século XIX o lundu Isto é Bom. E foi essa a primeira música cantada gravada no Brasil. Há pesquisadores que afirmam que a primeira gravação foi feita pelo flautista Pattápio Silva, sendo esse disco (só instrumental) lançado depois de Isto é Bom.
Ainda em 1901, Bahiano e outros cantores, como Cadette (ou K.D.T), gravaram várias músicas ainda em cilindros  Sim, meus caros, o disco não foi o objeto pioneiro para se ouvir gravações comercialmente. Antes haviam os cilindros de cera que funcionavam e um aparelho parecido com o gramofone.

Logo de início, Bahiano gravou mais de 70 músicas. Os grandes sucessos do século XIX, muitos ainda da época do império, podiam ser guardados em cera para a posteridade. Ele gravou todos os ritmos da época, valsas, lundus, cançonetas, canções, modinhas...


O jornal O Echo Phonographico fez uma homenagem a Bahiano
por seu aniversário, em 1904.


Pra Exposição
Cançoneta gravada por Bahiano em 1903
Disco Zon-O-Phone X-697




Seus duetos e tercetos tornaram-se célebres. É muito interessante ouvirmos Bahiano cantar com Senhorita Consuelo ou Júlia Martins, onde há um clima de descontração e brincadeira no estúdio de gravação.

E durma-se com um barulho desses
Dueto de J. Garcia Cristo
Gravado por Senhorita Consuelo e Bahiano em 1903
Disco Zon-O-Phone X-680




Ai, que gostos!
Dueto da autoria de Bahiano
Gravado por Júlia Martins e Bahiano em 1913
Disco Odeon Record 120.439




Na década de 1910, ele ainda era o mais popular cantor de nossa música, e olha que tínhamos outros ótimos intérpretes, como Eduardo das Neves e Mário Pinheiro.

Atuou como cançonetista no teatrinho do Passeio Público do Rio de Janeiro e no célebre Circo Spinelli.
No cinema, participou de filmes como A Marcha de Cadiz, O Cometa e Serenata Caipora, todos curtas filmados em 1910. Em 1911, atuaria em José do Fandango Quer Cantar e Serrana.

Em 1917, ele gravou o samba Pelo Telephone, que, oficialmente, viria a ser o primeiro samba gravado. Da autoria de Donga e Mauro de Almeida, a composição seria ainda reivindicada por outros compositores, que afirmavam ter participação nos versos.
Mas... antes de 1917, outras músicas já tinham a designação de Samba. O próprio Bahiano gravou A Viola Está Magoada que, no selo do disco vem como ritmo Samba.

A Viola está magoada, gravação de Júlia Martins e Bahiano de 1913,
já trazia a designação de samba.


A Viola está magoada
Samba de Catullo da Paixão Cearense
Gravado por Júlia Martins, Bahiano e o Grupo da Casa Edison
Disco Odeon Record 120.445, gravado em 1913.





Ele também era um ótimo intérprete romântico, como podemos conferir na modinha Meia Noite, um registro de como seriam as serenatas de outrora.


Meia Noite
Modinha gravada por Bahiano em 1916
Acompanhamento de cavaquinho e violão
Disco Odeon Record 121.062, matriz R-517





Bahiano continuou gravando regularmente até, aproximadamente, 1924.
Era casado com Almerinda Pedro dos Santos, que faleceu em 1937. Em sua homenagem, Bahiano compôs nesse mesmo ano e dedicou-lhe a valsa Dores Íntima.


Nosso célebre cantor também gravou alguns versos de sua autoria, como a segunda parte de Saco do Alferes e Cidade Nova, que gravou com a atriz Júlia Martins.

Bahiano voltou a morar em sua cidade natal, Santo Amaro da Purificação (BA), onde se dedicou ao comércio. Ele faleceu em 15 de julho de 1944, meses antes de completar 74 anos.


Fontes:
Arquivo Nirez
Registro Sonoro por meios Mecânicos no Brasil - Humberto Franceschi
imdb.com
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira - http://www.dicionariompb.com.br/






domingo, 4 de dezembro de 2011

Ítala Ferreira - Notas Theatraes, 1930

Ítala Ferreira, revista A Noite Illustrada, 1930.


Em setembro de 1930 saia nas Notas Theatraes da revista A Noite Illustrada o seguinte comentário:



"Ítala Ferreira, estrela da Companhia Brasileira de Revistas Tró-ló-ló, que faz atualmente furor em Buenos Aires. Ítala Ferreira é também um excelente elemento no teatro de declamação, contando entre as suas grandes criações a da criada Etelvina, da comédia Cala a boca, Etelvina, a peça que maior número de representações tem dado no Brasil".


Ítala Ferreira era sobrinha de um dos grandes nomes de nosso teatro, a atriz Aurélia Delorme que, no final do século XIX esteve entre as grandes divas do teatro de revista, atuando também em dramas e comédias, sempre com grande agrado.

A peça Cala a boca, Etelvina, da autoria de Armando Gonzaga, seria adaptada para o cinema em 1960, tendo Dercy Gonçalves no papel de Etelvina, sendo dirigida por Eurípedes Ramos. 



Fonte:
Arquivo Nirez
Revista A Noite Illustrada, 24 de setembro de 1930.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

LAURA SUAREZ, 102 anos

Laura Suarez em 1930


Hoje, a cantora e atriz Laura Suarez completaria 102 anos.
Laura foi eleita Miss Ipanema 1929 e, também, era compositora, cantora e atriz, tendo feito sucesso nos palcos, no cinema e atuando na TV.



Fonte: Arquivo Nirez

terça-feira, 22 de novembro de 2011

MARGARIDA MAX à La Garçonne, 1924

Em 1922, foi lançado na França o romance La garçonne, de Victor Margueritte. Embora sendo considerado um escândalo, várias edições foram esgotadas, sendo um sucesso mundial. Em 1923, foi lançado no Brasil com o título de A emancipada, trazendo como subtítulo o título original.
Logo, surgiram coisas o nome À la Garçonne ou À la homme, principalmente os cabelos femininos aparados na altura da nuca, que causavam escândalos.

Em Hollywood, estrelas como Pola Negri e Louise Brooks, ajudaram a divulgar a moda.

No Brasil, a pioneira desse estilo foi a atriz e soprano Margarida Max, uma das mais queridas Rainhas do Teatro de Revista, que reinou absoluta no início dos anos 20.
Como era regra, toda novidade de destaque era logo retratada no teatro de revista carioca.
Em 05 de maio de 1924 estreou, no Theatro Recreio, a peça À la garçonne, de Marques Porto e Afonso de Carvalho. A música ficou a cargo do excelente compositor Pedro de Sá Pereira.

Salvyano Cavalcanti de Paiva nos conta que a peça "apresentava uma urdidura moderna aproveitando assuntos da atualidade através de comentários ora amáveis, complacentes, ora mordazes, implacáveis, deliciando e fazendo rir à socapa ou abertamente". O sucesso foi absoluto. A crítica e o público, unânimes, adoraram o espetáculo que, em quatro meses, teve mais de 300 (trezentas!) representações ininterruptas, foi considerada a revista (peça) do ano e uma das 10 maiores de todos os tempos.

A direção ficou com Francisco Marzullo,a regência orquestral com Antônio Lago (pai do ator e compositor Mário Lago).
Coreografia - Gus Brown
Cenografia - Lazary, Públio Marroig, Raul de Castro e Marco Tullio
Figurinos - Alberto Lima
Elenco - Margarida Max, Ester Lutin, Luísa Fonseca, Diola Silva, Téo Dorá, Antonieta Fonseca, Isaura Pereira, Henrique Chaves, Francisco Correia, J. Figueiredo, Balbina Milano, Agostinho de Souza, José Loureiro, Orlando Nogueira, Pascoal Américo, Edmundo Maia, Domingos Terras, Claudionor Passos, Manoela Mateus, Júlia de Abreu, Maria Matos, Judith Vargas, Renée Bell, João Martins, Lídia Reis e Lola Giner.

Para a peça, Margarida Max e as coristas foram submetidas às tesouras implacáveis e seus cabeleireiros, por ordem da produção. De tesouras e máquina zero à mão, elas cantavam com estrondosa repercussão a música Cabeleira à la Garçone, da autoria de Pedro de Sá Pereira, com música de Américo F. Guimarães.

Salvyano Cavalcanti Paiva nos apresenta uma letra, cantada no teatro, diferente à que foi gravada.
Como a peça estreou em maio de 1924, Cabeleira à la Garçonne, na verdade um foxtrot, fez grande sucesso no carnaval de 1925. 
A grande soprano Zaíra de Oliveira gravou a música na Casa Edison, provavelmente, em 1924, sendo o disco lançado em 1925 para o carnaval.

Como se dizia na época, a peça abafou a banca!
Os espectadores saiam todas as noites do Recreio assobiando a melodia de Cabeleira à la Garçonne.
Muitas moças e senhoras, aderiram à nova moda, pondo abaixo as enormes madeixas que cultivavam, fazendo aparecerem bonitas nucas, que passariam a ser arejadas durante o verão carioca e, brasileiro.

Um detalhe importante!
Lembram das mais de 300 representações originais da peça?
Bom, em 14 de novembro daquele mesmo 1924, À la garçonne foi reapresentada e ficou em cartaz até o dia 05 de novembro, com, aproximadamente, 30 (trinta) representações.

A crítica declarou que a peça era "leve, engraçada, brejeira, sem quadros fatigantes". Era "urdida à moderna, aproveitando assuntos em foco através de comentários ora amáveis ora mordazes". Exaltava a classe de Margarida Max, a vivacidade de Manoela Mateus, "estrelíssima" graça à sua natural simpatia. Mencionava as interpretações positivas de João Martins, José Loureiro e Edmundo Maia nos quadros de crítica de costumes.

E não foi só isso...

Em 1955 (31 anos após a estréia da peça), na pré-estréia do show A Grande Revista*, a atriz Zaíra Cavalcanti, já veterana e em boa forma, cantou Cabeleira à la Garçonne. Foi uma emoção geral na platéia! Ainda mais, por um motivo: a própria Margarida Max, sua criadora, estava na platéia, como convidada especial. 

* Produção e direção de Carlos Machado, montada no night-club da Cinelândia chamado Night and Day, feita para a crítica teatral. 

Segundo Salvyano, que lá se encontrava, a apresentação provocou "lágrimas, risos e aplausos entusiásticos à ideia, a Machado, à criadora, a inexcedível Margarida Max, e à interpretação soberba de Zaíra". 
Com certeza, um evento inesquecível.

Pequena conclusão
Sempre considerei a década de 1920 a que mais rompeu tradições e quebrou tabus. Se olharmos como a mulher vivia, se vestia e era vista nas décadas anteriores, notaremos uma gritante diferença. Nessa década ousada, já não eram padrões os vestidos longos e já podíamos contemplar belas pernas; a ousadia das vamps colaborou para que mais vozes e pensamentos femininos fossem ouvidos, afinal, estava escancarado que a mulher também tinha desejos; um fato interessante dessa década é a inserção do violão, até então marginalizado, nas salas de famílias, sendo tocados por mocinhas, que tinham aulas com antigos violonistas ou por senhoritas que já haviam abraçado o instrumento. Agora, tocar violão era elegante e dava um tom intelectual às jovens.
Um dos fatos mais marcantes, sem dúvida, foi o corte estilo à la garçonne. Até o surgimento da moda, as mulheres traziam cabelos longuíssimos, usando-os em penteados ornamentais que, ainda por cima, ainda traziam apliques para um melhor acabamento. Ao vermos numa época vizinha a essa as mulheres com cabelos curtíssimos, com máquina zero à nuca, temos claramente o fim de uma época e início de uma outra que, até hoje, nos é mais próxima.

Confiram a música

Cabeleira à la Garçonne
Foxtrot de Pedro de Sá Pereira e Américo F. Guimarães
Gravado por Zaíra de Oliveira
Disco Odeon Record 122.768
Lançado em 1925



Cabeças à la Garçonne
Com toda graça repetis
As cabeleiras encantadoras
Da moda chique de Paris
A cabeleira é só perfume
A cabeleira, só assim
É um borrão de negrume
Com um borrão de carmim

Cabeleira à la Garçonne
Usá-la assim
Eis que é preciso
Cabeças que só tem cabelo
E mais cabelo que juízo

Com tão curtos os cabelos
A face fica, assim, mais linda
Nossa cabeça que é tão leve
Ah! Fica assim, melhor ainda
Não se pode mais dizer
Que a mulher, oh, que atrevidos
Tem as idéias muito curtas
E tem os cabelos compridos







Margarida Max com seu cabelo à la Garçonne.






Fontes:
Arquivo Nirez
Arquivo Marcelo Bonavides
Salvyano Cavalcanti de Paiva, Viva o Rebolado - Vida e morte do teatro de revista brasileiro, Nova Fronteira, 1991.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

PROMESSA, Canção de 1933

Revista A Noite Illustrada, 1933.
(Da esquerda para a direita: Lamartine Babo, Ary Kerner (ao piano), 
Gastão Formenti e José Maria de Abreu).


Confiram a música ensaiada por Gastão Formenti.

Promessa
Canção de José Maria de Abreu e Ary Kerner Veiga de Castro
Gravada em 23 de junho de 1933 e lançada em julho desse mesmo ano.
Acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira, sob direção de João Martins.
Disco Victor 33.682-A, matriz 65786-1.







Fonte:
Arquivo Nirez
Revista A Noite Illustrada (14-06-1933).






quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CORTA SAIA (É LÁ)

Um divertido samba de Sinhô (José Barbosa da Silva) gravado em 1925 por Fernando e o Coro do Jazz Band Sul Americano de Romeu Silva, para a Casa Edison. Disco Odeon Record 122.946. O disco foi lançado em 1926. Observem que nessa gravação, mesmo mecânica, já não há a famosa locução anunciando a música.
É lá era um dito da época. A musica reúne em seu estribilho frases populares "admiravelmente agrupadas, fazendo sentido", segundo Edgar de Alencar.
A letra original trazia quatro estrofes e o refrão. Fernando gravou somente as duas primeiras estrofes, o refrão e uma estrofe adicional.



Corta a Saia (É Lá!)




É lá! É lá!
Que o gato arranha a gente
Tem serpente, cobra macho
Tem até bicho demente

Se a moda pega
Do corta-saia
Acerta o passo
Cai no mangue
E sai da raia.

É lá! É lá!
Que o mestre é o macaco
Dança o urso e o elefante
Enquanto o burro cose o saco

É lá! É lá!
Que o sapo entra sambando
E o hipopótamo, coitado
De raiva, fica suando




Fonte:
Arquivo Nirez
Nosso Sinhô do Samba - Edgar de Alencar (FUNARTE, 1981).

terça-feira, 15 de novembro de 2011

JESY BARBOSA - 109 anos

A cantora Jesy Barbosa foi um do maiores nome de nossa música popular brasileira. Com sua belíssima voz deixou várias músicas gravadas, em um exemplo do nosso melhor cancioneiro.
Além de cantora, Jesy também era violonista, trovadora, rádio-atriz, escritora, dramaturga e jornalista.

Em breve, no site do Arquivo Nirez ( que logo será lançado), você conferem um programa de rádio dedicado especialmente à ela, produzido e apresentado por mim. Nesse programa será exibido trechos de uma entrevista feita nos anos 80, onde Jairo Severiano e Paulo Tapajós conversam com Jesy, então com cerca de 80 anos.
Nascida em 15 de novembro de 1902, Jesy Barbosa foi uma das primeiras cantoras relembradas por nosso blog. Ela sempre voltará para nos encantar com sua voz e talento.
Em outras postagens já contamos um pouco sobre sua vida e obra:

Jesy Barbosa - 20 anos de saudade
Photo Jesy Barbosa
Nunca Mais - 1933
Cismando, 1929


Em 28 de fevereiro de 1931, a revista Phono-Arte, em suas críticas às gravações lançadas no mercado, comentou um disco da cantora. Confiram:




"A forma e o estilo decanto de Jesy Barbosa, requerem um determinado gênero de repertório, fato que observamos em todas as suas gravações até agora feitas. A gentil artista se adapta muito bem às toadas, canções e tudo mais que de perto toque a estes dois gêneros. Aliás, tem sido nesse domínio a maioria de seus discos Victor. - Jesy voltou-nos desta vez vez cantando dois samba-canções, de ritmos dolentes e bem adaptados ao seu estilo: Com Yayá é assim, da lavra de Cândido das Neves e Coração que esqueceu, da autoria de Randoval Montenegro, peças que constituem o seu disco n. 33.406. São dois bons sambas canções no gênero daqueles que valeram tanta popularidade a Henrique Vogeler. Destacamos a peça de Randoval como sendo a melhor ao nosso ver e mesmo na qual a atuação de Jesy se evidencia muito particularmente, sendo um de seus melhores momentos diante do microphone Victor. - Os acompanhamentos são bem feitos, na primeira peça por Orquestra e violões e na segunda por dois violões e violino ( este num primeiro plano demasiado)".

Vale lembrar que o maestro e compositor Henrique Vogeler foi o autor do primeiro samba canção, Linda Flor (Ai Yoyô), lançado e gravado por Aracy Côrtes, com o título de Yayá, no final de 1928.

Confiram as músicas citadas no artigo:


Com Yayá é assim
Samba canção de Cândido das Neves, o Índio
Foi lançado no teatro de revista por Aracy Côrtes
Gravação de Jesy Barbosa de 04 de novembro de 1930




Coração que esqueceu
Samba canção de Randoval Montenegro
Gravado em 22 de novembro de 1930







Agradecimento ao Arquivo Nirez






quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DEIXASTE SAUDADE, Samba de 1938

Para esta quarta de lua cheia, um belo samba do repertório de Carlos Galhardo.


Deixaste Saudade
Samba de Alcebíades Barcellos (Bide) e Armando Marçal
Gravação de Carlos Galhardo, com acompanhamento de Conjunto Regional RCA Victor
Disco RCA Victor 34.378-B, matriz 80771-1
Gravado em 27 de abril de 1938 e lançado em novembro desse mesmo ano








Agradecimento ao Arquivo Nirez

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

DIAMANTINA GOMES

"Diamantina Gomes, actualmente na Rádio Cruzeiro do Sul,
contratada para a Companhia Alda Garrido, no Theatro Carlos Gomes".
(Revista Carioca, 1937)

Em minhas pesquisas sempre encontro novidades compensadoras. Eis Diamantina Gomes que, mesmo tendo iniciado carreira artística nos anos 30, só iria gravar na década de 50.





Fonte:
Revista Carioca, 24-04-1937, nº79 (Arquivo Nirez, Fortaleza, Ce).

domingo, 6 de novembro de 2011

Recordações de um filme da infância



Quando era criança, no começo dos anos 80, lembro que foi exibido na Rede Globo o filme ... E o vento levou. Foi apresentado em dois dias, devido o filme ser longo. Naquela época, meu pai tinha um vídeo cassete, daqueles que eram duas bases, uma colocava a fita e a outra sintonizava os canais. Feita a gravação, eu comecei a ver trechos do filme. Ele havia sido reexibido como merecia, com pompa e sensação. Lembro que sempre que meus pais saiam nas noites de sexta ou sábado, eu pedia para ver ...E o vento levou. Semana após semana, eu pequenino, ia decorando as falas (era a versão dublada), e me apaixonando pela música, a história e seus personagens. As cenas passadas na velha árvore, com a fazenda Tara ao fundo e a musica de Max Steiner, me deixavam hipnotizados. Como algo poderia ser tão belo? Principalmente a cena final, “Amanhã é um outro dia”, com o coro se elevando e a música atingindo seu ápice e o close em vivien leigh que, depois, aparecia de costas nas mesma árvore, tendo ao fundo sua casa, um cenário maravilhoso que encerrava de forma triunfal o filme.
Quando adolescente descobri que uma colega do colégio também adorava ...E o vento levou e Vivien Leigh. Ficávamos horas comentando o filme, detalhes da produção e da vida da atriz. Às vezes, saia discussões, pois cada um queria amar mais a Vivien e a sua película.
Em 1989, quando o filme completou 50 anos de lançamento, Regina Duarte apresentou a reexibição. Mais uma vez foi gravado, dessa vez por mim.
Ao longo dos anos, esse filme fascina cada vez mais. Tudo nele fascina. Da história à produção, passando pelos atores. Para mim é o melhor filme de todos os tempos. Sinceramente, já perdi as contas de quantas vezes o assisti, desde criança, quando era minha diversão dos fins de semana. Até hoje, sabendo decorada a história, vejo e me emociono.
E Vivien Leigh passou a ser, para mim, um grande mito, alguém que admiro e respeito.
Uma Lady de fato e de direito.




Foto: imdb.com

Retorno

Olá,
estive ausente por alguns longos dias por motivos profissionais.
Cá estou novamente, trazendo mais mais postagens.
Abraços a todos!
Marcelo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Bebê não sabe, 1917"

Esta charge foi publicada na revista Careta de 08 de setembro de 1917, n º481.
Desenho, provavelmente, de J. Carlos.





Fonte:
Arquivo Nirez, Fortaleza (Ce).

"No High-Life, 1908", para descontrair

Charge cômica publicada na revista Fon Fon de 01 de fevereiro de 1908, nº43.
Desenho de J. Carlos.







Fonte:
Arquivo Nirez, Fortaleza (Ce).

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Hoje, em Fortaleza...

Hoje, percebi que mais duas casas antigas foram abaixo aqui em Fortaleza. As duas se situavam na Avenida Santos Dumont e faziam parte do (já) restrito grupo de construções de época nessa avenida.

Fortaleza vai crescendo e apagando seu passado, principalmente o arquitetônico.

Sinais do progresso? Não sei. 

Creio que podemos progredir e conservar nossas memórias físicas.

Hoje, também aproveitei para resolver coisas no Centro da cidade. Andar por aquelas ruas históricas, praças legendárias, me fez perceber que, de história, muitas ruas só tem o nome...

Me esforço para não ser pessimista, mas, como ficar impassível vendo construções centenárias darem lugar a estacionamento e, às vezes, nem isso; apenas, se cobrem as portas e janelas com tijolos e se destrói tudo por dentro, ficando só o esqueleto da fachada.

Enfim, a bela Loura Desposada do Sol, do poeta Paula Ney, não é maltratada por seu cônjugue, mas, por seus filhos.






sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Meus AYMORÉS

Já postei em outra ocasião sobre os Biscoitos Aymoré.
Hoje, volto novamente a postar, com uma diferença: trago imagens de uma das latas que tenho em minha coleção. Essa caixa de metal traziam belos desenhos, com a imagem dos biscoitos sortidos contidos em cada lata. Minha avó paterna, Carmélia (confiram a postagem sobre ela), os comprava e foram suas embalagens que chegaram até mim, entre outros objetos interessantes.







Ao que parece, a marca Aymoré surgiu na década de 1920. Tenho encontrado várias propagandas datando dos anos 30. Ao pesquisar a marca atualmente, descobri que, desde 1958, houve a junção de várias empresas, que adquiriram o acervo e a patente da marca do índio. Desde 2000, a marca Aymoré foi adquirida pelos Grupos Arcor e Danone, que fundiram suas atividades no ramo de biscoitos com a Argentina, Brasil e Chile, criando a maior empresa de biscoitos da America do Sul (2004)".


Publicidade de 1935:










Fonte:
Arquivo Marcelo Bonavides

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ZEQUINHA DE ABREU, 131 anos





O compositor Zequinha de Abreu completaria hoje 131 anos.
Nascido em Santa Rita do Passa Quatro, SP, em 19 de setembro de 1880, José Gomes de Abreu desde cedo mostrou talento para a música. Aos 10 anos, já tocava vários instrumentos, como flauta e claineta na banda que ele organizou na escola, e já fazia suas primeiras composições.
Sua música mais conhecida foi o choro Tico Tico no Fubá.
Porém, ele deixou dezenas de composições lindas e melodiosas.








Hoje, iremos conferir três delas.

Tardes em Lindóia
Valsa lenta de Zequinha de Abreu e Pinto Martins
Gravada por Celestino Paraventi, acompanhado da Orquestra Paulistana
Disco Parlophon 13.223-A, matriz 3779
Gravada em 15 de agosto de 1930





Longe dos Olhos
Valsa Sentimental de Zequinha de Abreu e Salvador Moraes
Gravada por Celestino Paraventi, acompanhado da Orquestra Paulistana
Disco Parlophon 13.223-B, matriz 3795
Gravada em 15 de agosto de 1930




Nossa Padroeira
Valsa de Zequinha de Abreu
Gravação da Orquestra Colbaz
Disco Columbia 22.095-B, matriz 381127
Lançado em 1932






Agradecimento ao Arquivo Nirez


Fontez
Arquivo Nirez
http://educacao.uol.com.br/biografias/zequinha-de-abreu.jhtm






sábado, 17 de setembro de 2011

GARBO em A Dama das Camélias

Dia 18 de setembro, Greta Garbo completaria 106 anos. 
Para homenageá-la, trouxemos um pouco de A Dama das Camélias.




Uma das histórias de amor mais fascinantes de todos os tempos é, sem dúvida, a de Margueritte Gautier e  Armand Duval.
Ela era uma bela e experiente cortesã (as prostitutas de luxo que encantaram por séculos, com sua beleza, cultura e extravagâncias). Ele, um jovem advogado, ingênuo e perdido nos redemoinhos de sensações e prazeres da Paris da segunda metade do século XIX.

 Em setembro de 1936, a MGM começou a filmagem de mais uma versão cinematográfica do romance de Alexandre Dumas Filho, A Dama das Camélias (La Dame Aux Camélias), escrito em 1848.
No auge de sua beleza e talento, Greta Garbo interpretaria Marguerite Gautier. Robert Taylor ficou com o papel de Armand Duval

Os coadjuvantes eram atores e atrizes de primeira qualidade: Laura Hope Crews, como a velha cortesã Prudence (a eterna Tia Pittypat Hamilton, de ...E o vento levou), Lenore Ulric, ótima como a invejosa e vulgar Olympe, Jessie Ralph, Nanine a fiel e dedicada criada de Marguerite, Elizabeth Allan, Nichete, a primeira e única amiga de Marguerite, em Paris, que está noiva; Rex O´Malley no papel de Gaston, Lionel Barrymore como o pai de Armand, o ótimo Henry Daniell como Barão de Varville.

Barry Paris, em seu livro Garbo, fala um pouco sobre os bastidores de Camille, o título que a obra levou no cinema. Ele afirma que mesmo entre os veteranos da MGM havia um clima de "época" no trabalho. Uma sintonia imediata se deu entre Garbo e o diretor George Cukor. O roteiro era brilhante e ainda possuíam fotografia, figurinos e cenários de ótima qualidade.
Irving Talberg visitou os sets na primeira semana de trabalho e ficou embasbacado, achando a atriz completamente indefesa. Em 14 de setembro, ele falecia, e a tristeza que se abateu no estúdio foi muito apropriada para a atmosfera do filme. A qualidade de indefesa que o havia impressionado "se evidencia em cada nuance naturalística de Garbo, a começar com as cenas de abertura, no teatro, que são também inesperadamente engraçadas". 

A sequência do teatro nos mostra as cortesãs em ação, dando o máximo de ostentação e sedução (cada qual a seu modo) para conquistar um rico amante, no caso o Barão de Varville.
O figurinista Adrian está esplêndido atrás das câmeras. Seus  figurinos passam do branco, do início, para cinza, "quando a tragédia se instala", e para negro até o triste final. 
"Foi idéia de Adrian que o penteado dela evoluísse dos cachos elaborados para arranjos mais simples, mais liso, à medida que a morte se aproxima". Ele também decretou que as jóias usadas pela personagem fossem brilhantes e rubis verdadeiros, para que ela os "sentisse" ao atuar.  Garbo discutiu, alegando que na Suécia daquela  época, nenhuma dama ou cortesã usava jóias tão espalhafatosas. Garbo cedeu à insistência dele, mas ela tinha razão. A moda na época de Camille era bem menos extravagante que as criações de Adrian. "Os vestidos ficaram tão pesados que foi preciso colocar gelo nos ventiladores do set para evitar que ela desmaiasse".

A cena da morte foi ambicionada por todas as atrizes. Não sem razão. Ela apresenta uma aura de "sublime tranquilidade", em uma memorável cena. Ela ficou doente boa parte das filmagens e se identificou muito com a personagem tuberculosa. Ela, que nunca assistia às provas, por ficar perturbada achando que poderia ter feito muito melhor, assistiu um trecho do filme, gostando muito e ficando impressionada com o que tinha feito.Não sabia explicar, mas, achava que tinha chegado ao auge".
Cukor ficou "chocado com a leveza do toque dela - a frieza, a perversidade com que interpretava". Mesmo com o Código, Garbo e o filme funcionavam em dois níveis sexuais: "no óbvio, que retrata o mundo cortesão (admissível em virtude do status literário da história), e no tom agudo do vibrato emocional de Garbo, que transparece em sua sofisticação, dando uma dimensão erótica à cena do piano com Daniel". 
"Esse foi o primeiro, último e único clássico 'puro' de Garbo - Inigualável na gama de emoções que lhe permite expressar".


Ela recebeu o prêmio de melhor atriz da Crítica de Cinema de Nova York e sua terceira indicação para o Oscar, porém, Louise Rainer (ainda viva e com 101 anos de idade, morando em Londres) levou a estatueta. Detalhe: no ano anterior, Louise também foi a ganhadora do Oscar de melhor atriz.
A Dama das Camélias é um filme que você vê, revê e não se cansa. Seja pela interpretação do elenco, os cenários bem recriados, as toilletes idem, a atuação de Garbo ou sua simples presença...
Uma vez li que ele era o filme que ela mais gostava. Também, é um dos meus favoritos. 
A história de Dumas foi imortalizada pela célebre Sarah Bernhardt em 1880. Mesmo a história já sendo um sucesso literário, a Divina Sarah a tomou para si, e com o aval de seu autor. Afinal, a peça era de Sarah e ela, melhor do que ninguém, poderia interpretar a heroína de Dumas.



Marguerite Gautier realmente existiu. Mas não era esse o seu nome. Chamava-se Marie Duplessis (seu nome no demi-monde) e fora amante do próprio Dumas e de Litsz. 
Mas, essa história eu deixo para uma próxima postagem.



Trailer do filme:



Galeria Camille
Clique nas fotos e veja em tamanho original.






Garbo e o diretor George Cukor










Fontes:
Arquivo Marcelo Bonavides
Flickr.com
Stars de L´Ecran
Garbo - Barry Paris

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