terça-feira, 27 de abril de 2010

Ouvindo Formenti!




Gastão Formenti deixou muitas músicas bonitas gravadas. Em seu repertório encontramos pérolas como esse disco Brunswick lançado em fevereiro de 1931. Disco nº 10.136, matriz do lado A nº 600 e do lado B nº 604.






O lado A nos apresenta o samba de Henrique Vogeler e Horácio de Campos, LUISINHA (com S mesmo, grafia original).




Luisinha

Foi numa noite assim
De formoso luar
Que te vi, junto a mim
Perfumosa, passar
Desde então, sabe Deus
Meu penoso viver
Nos teus olhos, os meus
Vivo triste a sofrer

Teu olhar me enregela
Ele é tão glacial
Como posso viver
Se não sei me conter
Anjo divinal
Procurar esquecer-te
É inútil tentar
Pois o meu coração
Lutará, sempre em vão
A te recordar

Luisinha olha só,
por que tanto desdém?
Quando queres ter dó
desta mágoa, meu bem?
Desde que te notei
Num formoso luar
Nunca mais sosseguei
Minha vida é chorar
  

O lado B vem com a marcha de José Francisco de Freitas,
Eu Não Posso Perder Pra Você.



Eu não posso perder pra você

Não vê, não vê
Que eu não posso
Perder pra você

Eu não sou trouxa
Pra cair no laço
Eu não me passo
Eu não me passo
Eu não me iludo
Com a tua promessa
Não caio nessa
Não caio nessa

Ando sozinho
E não tenho medo
Sou do brinquedo
Sou do brinquedo
Sou da Coroa
E gosto da folia
Com harmonia
Com harmonia






quinta-feira, 22 de abril de 2010

Elsie Houston - 108 anos!!

Hoje, dia 22 de abril, seria o aniversário da cantora e pesquisadora do nosso folclore Elsie Houston.

Elsie foi uma das cantoras-pesquisadoras pioneiras que surgiram na década de 1920, como Stefana de Macedo, Olga Praguer Coelho, Helena de Magalhães Castro, Celeste Leal Borges, Jesy Barbosa e Amélia Brandão Nery.

Elsie era filha de um famoso dentista americano, James Franklin Houston e da carioca Arinda Galdo. Nasceu no Rio de Janeiro em 22 de abril de 1902.

Há alguns anos, tive acesso a algumas cartas e fotos enviadas por ela a seu melhor amigo, o crítico de arte cearense Lívio Xavier.
Fiquei fascinado com o mundo que se abria diante mim e mais ainda com sua personagem principal, a própria Elsie.

Sua família investiu em sua formação musical. Ela estudou canto lírico com as melhores professoras, como Lilli Lehman na Alemanha (Elsie morou lá com sua irmã mais velha, Celina, e seu cunhado) e Ninon Vallin em Buenos Aires.

Sua trajetória será lembrada pelo blog em breve.
Por hora, saboreemos a belíssima voz de nossa aniversariante.


Macumbagelê - Samba de J. da Paulicéa e Lilico Leal. Elsie é acompanhada por Gaó (o famoso maestro), Zezinho (que nos anos 40 acompanharia Carmen Miranda com o Bando da Lua e seria a inspiração para o personagem ZÉ Carioca, de Walt Disney) e Petit. Gravação feita no início de 1930, provavelmente em janeiro, já que o disco foi lançado em março. Disco Columbia nº5.182-B, matriz 380606-1. Um belo e animado samba, nota-se a "fuzarca" de seus acompanhantes. É notável Elsie se divertindo.




Morena Cor de Canela - Samba de Ary Kerner Veiga de Castro. Elsie gravou, provavelmente em abril de 1930, sendo o disco lançado em junho. Ela é acompanhada por Zezinho e Petit. Disco Columbia nº5.217-B, matriz 380649. Esse samba foi gravado em maio desse mesmo ano por Helena Pinto de Carvalho e, em janeiro, por Sílvio Salema.








Agradecimento ao Arquivo Nirez, de Fortaleza (Ce), pela foto de Elsie (original) e suas gravações.






terça-feira, 20 de abril de 2010

Aurora Miranda - 95 anos!!

Aurora Miranda (1915-2005) entrou para a história da Música Popular Brasileira em 1933, ano em que fez sua estréia como cantora e gravou sei primeiro disco. A cantora iniciante já emplacava um sucesso, "Cai, Cai Balão", marcha de Assis Valente em que ela é acompanhada pelo maior cantor de então, Francisco Alves. A dupla agradou e ainda deixou registradas mais duas músicas. Aurora já produzia sucessos, gravando no ano seguinte Cidade Maravilhosa, de André Filho (que também canta com ela). Essa música é entoada até hoje e virou o Hino oficial da Cidade do Rio de Janeiro.
Talvez, hoje, poucos lembrem de sua criadora quando citam o Rio como Cidade Maravilhosa ou simplesmente cantam a música.
Seu talento foi tamanho e se mostrou logo de início que qualquer comentário maldoso sobre seu sicesso se dever à irmã famosa, Carmen, morreu antes de surgir. A garota era bamba! Ponto para a família Miranda, que tinha duas grandes cantoras profissionais e ponto para a nossa música que, de uma família, recebia dois grandes e diversos talentos. Carmen extrovertida, contagiando alegria e Aurora com seu repertório de sambas românticos, até sentidos, e sua voz deliciosa. E que voz! Muito agradável de se ouvir, melodiosa, afinada.

É desnecessário dizer que ela foi uma das mais poderosas cantoras dos anos 30, na verdade a segunda mais poderosa, com salários e contratos ímpares. E o que mais nos deixa encantado é o fato de que ela sempre soube o que quis e agiu como queria. Sempre colocou a família em primeiro lugar, acima de sua gloriosa carreira e foi extremamente feliz ao se casar com Gabriel Richaid, que seria seu companheiro por 50 anos. A partir de então, a familia passou a ser o foco principal de Aurora que não descuidou de sua carreira e ainda fazia notáveis trabalhos.

Eu tive o prazer de conversar com ela algumas vezes. Sempre ela foi muito educada, simpática e atenciosa, do mesmo jeito como eu a imaginava ouvindo suas gravações. Sempre cantava para mim e me deixava feliz. Eu ligava para ela e avisava tratar-se de seu "fã do Ceará".

Embora não tendo conhecido pessoalmente, Aurora Miranda passa a ser como uma figura íntima minha e de vários jovens fãs. Suas canções a tornam nossa amiga e, até confidente. Sempre a citamos intimamente pelo primeiro nome, numa forma carinhosa de trazê-la perto.

À ela, o meu sincero carinho e admiração!


Toque de Amor – Samba de Floriano Ribeiro de Pinho. Com Francisco Alves. Disco Odeon 11.018-B, Matriz 4675. Gravado em 22 de maio de 1933.




Se a Lua Contasse – Marcha de Custódio Mesquita. João Petra de Barros no coro do refrão. Disco Odeon 11.074-B, Matriz 4733. Gravado em 21 de outubro de 1933.




Cidade Maravilhosa – Marcha de André Filho. Com André Filho. Disco Odeon 11.154-A, Matriz 4901. Gravado em 04 de setembro de 1934.




Sem Você – Samba de Sylvio Caldas e Orestes Barbosa. Disco Odeon 11.111-A, Matriz 4792. Gravado em 01 de março de 1934.




Câmbio de Amor – Samba de Custódio Mesquita e Paulo Orlando. Disco Odeon 11.165-B, Matriz 4888. Gravado em 07 de agosto de 1934.




Nego, Neguinho – Samba-Canção de Custódio Mesquita e Luís Peixoto. Disco Odeon 11.227-B, Matriz 5023. Gravado em 27 de abril de 1935.




Ano Novo – Marcha de Custódio Mesquita e Zeca Ivo. Disco Odeon 11.292-A, Matriz 5174. Gravado em 23 de outubro de 1935.

















sexta-feira, 9 de abril de 2010

EU VIVO SEM DESTINO, 1933




Sylvio Caldas gravou este samba de Wilson Batista, Osvaldo Silva e dele próprio (Sylvio)
em 17 de janeiro de 1933.
Ele é acompanhado da excelente orquestra Grupo da Guarda velha, dirigida por Pixinguinha.
Disco Victor nº 33.690-A, matriz 65649-2, lançado em agosto de 1933.




Agora eu vivo sem destino
Penando como um peregrino
A mulher que eu mais gostava neste mundo
Foi-se embora com o amor
de um vagabundo
(Pois foi)

A minha mobília ela empenhou
Vejam vocês em que estado me deixou
Não faz mal eu entrego a Deus
Vai se arrepender de todos os pecados seus
(Birigo digo tacatatraco beleléu)

Fiquei bem mal
quase andei no lodo
E depois disso
foi-se o meu dinheiro todo
Não sou malandro
tenho o meu valor
A mulher não gosta
do homem trabalhador








Agradecimento ao Arquivo Nirez










VOCÊ NÃO GOSTA DE MIM, 1933



Carlos Galhardo gravou essa deliciosa marcha dos irmãos João e Raul Valença em 26 de janeiro de 1933. O então iniciante Carlos Galhardo foi acompanhado pelo o Grupo da Guarda Velha. O disco Victor nº 33.625-A, matriz 65658-1, lançado em março de 1933.






Você não gosta de mim
Amor você não me tem
Não posso viver assim
Vou procurar quem me queria bem

Eu prometi que lhe dava um dia
Cheio de amor o meu coração
Eu prometi
mas eu não sabia
do seu amor de tapeação

O que eu lhe digo é bem a verdade
Não há razão para tanta mágoa
Pois, casamento sem amizade
O resultado é aquela água








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