domingo, 10 de janeiro de 2010

MULHER ENIGMA - 1929




Valsa lenta inspirada no filme de Lia Torá Mulher Enigma, da Fox Film.
Letra de Olegário Mariano e melodia de J. (James) Harrison que, na verdade, foi o pseudônimo usado por Pedro de Sá Pereira para que se pensasse ser de um autor americano e uma versão de Olegário Mariano.

Abel Cardoso Junior afirmou que essa valsa foi encomendada para fazer a divulgação do filme, que era mudo e, dessa forma, poderia ser executada durante sua exibição na tela.
Francisco Alves fez duas gravações. Uma na Odeon, disco nº 10.372-A e outra na Parlophon, disco nº12.946-A.

Francisco Alves foi o único cantor na história da MPB que concorria consigo mesmo. Na Odeon, os selos dos discos traziam o nome “Francisco Alves” e, como ele estava sob contrato exclusivo, mas, gravava na Parlophon, essa imprimia o nome “Chico Viola” em seus selos de discos. Dessa forma, como o cantor era o mais querido de sua época, seus discos disputavam entre si as vendagens.
As duas versões foram lançadas em maio de 1929. Na gravação Parlophon, ele canta todos os versos do poema.


Versão Parlophon
Acompanhamento da Orchestra Parlophon



Versão Odeon
Acompanhamento da Orchestra Rio Artists




Todo amor de mulher
de um mistério é que vem
Não é difícil querer
O que custa é querer bem

Bem sei que me enganaste
mas eu só quis foi esconder
do amor que confessaste
o amor que eu podia ter

Porque o amor é sempre assim
Um triste fim
Um triste fim sem ter razão
Miragem que encanta
Ilusão que nos desencanta
o coração

Que importa que algum dia
eu venha a perceber
que tudo foi fantasia
Basta que eu possa ter
para te trazer
na palma da minha mão
uma gota de sangue
do meu coração




Agradecimentos ao Arquivo Nirez, Diego Nunes e Abel Cardoso Junior (In Memorian).

Letra de Mulher Enigma tirada de "Francisco Alves - As Mil Canções do Rei da Voz", de Abel Cardoso Junior.






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