terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor


Ontem, dia 04 de janeiro, estreou a minissérie Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor.

Um primor de produção e interpretações. Adriana Esteves interpreta Dalva e prova, mais uma vez, ser uma grande atriz; desempenhando com louvor papéis cômicos e dramáticos. Sua Dalva tem carisma e encanta. Fábio Assumpção, como Herivelto, não fica atrás. é um ótimo ator que se entrega ao personagem com paixão e intensidade.

A produção caprichou na reconstituição dos anos 30. Faço poucas observações, mas, entendendo que não se trata de um documentário. Em 1925, a música Meiga Flor ainda não havia sido lançada. Só em 1928 é que surgiria Linda Flôr, que seria a primeira versão de Meiga Flôr e, posteriormente, Yayá (Ai, Yoyô). Não creio que tenha sido descuido, e sim, uma licença poética. Muito bem empregada, por sinal! Dalva seguiu a escola de canto de Aracy Côrtes, usando sua voz de soprano para cantar música popular como também faria Odette Amaral, contemporânea das duas; e o carro-chefe de Aracy era justamente Ai, Yoyô.

Gostei de ver um destaque ao cantor Nilo Chagas, em uma boa interpretação de Maurício Xavier.

Senti falta, mas por ser fã, da menção ao Conjunto Tupy, do qual Herivelto fez parte no começo dos anos 30, ao lado de J. B. de Carvalho, Yolanda Osório, Zaíra de Oliveira e Francisco Sena. Esse conjunto era especializado em interpretar músicas de umbanda, um maravilhoso material! Mas, entendo que nem todas as informações cabem em uma história, haveriam muitos focos.

Os shows estão lindos e é MARAVILHOSO ouvir Música Popular Brasileira como tema central em uma superprodução. As chamadas da minissérie, ao som de Adeus Estácio, já são antológicas. A regravação das músicas, respeitando os arranjos originais, estão perfeitas. Em alguns momentos, confundem-se com as gravações dos anos 30, de tão esmeradas. Fábio Assumpção mostra ter bela voz e, se não explorou o lado ator-cantor, deveria fazê-lo. A cantora que dá voz à Dalva (no qual Adriana faz a dublagem) tem semelhanças com nossa Diva e possui uma linda voz, ao estilo das cantoras da época. E volto a mencionar Meiga Flôr, cuja voz e interpretação da garotinha está muito bonita. linda voz!

Muito emocionante os pequenos e grandes detalhes, como a aparição da famosa Josephine Baker e a participação, na história, de Linda e Dircynha Batista, Francisco Alves, Benedicto Lacerda, Grande Othelo, só para citar alguns. A caracterização de Cláudia Netto, como Linda Batista impressiona, devido à semelhança.

A minissérie estreou agradando em cheio e promete mais emoções no decorrer da semana.

Aguardamos ansiosos!

Um comentário:

  1. Bem, a primeira cena (anacrônica, por sinal) era simbólica e, cá entre nós, uma cópia descarada do começo do filme Piaf, um hino ao amor. Já dá pra saber quem será o arquétipo do mito Dalva.

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