Helena Pinto de Carvalho, que também usava Helena de Carvalho, em fotografia promocional da gravadora Victor, 1930. Arquivo Nirez. |
domingo, 5 de outubro de 2008
Helena Pinto de Carvalho - A Nobreza da MPB
domingo, 15 de junho de 2008
Crônica de Thais Matarazzo
Thais é engenheira e está estudando jornalismo. Há vários anos vem se dedicanco ao resgate de nossas cantoras da Fase de Ouro do Rádio, tanto de São Paulo como do Rio de Janeiro.
Aqui, ela nos conta sobre o encontro que teve com a inesquecível Aurora Miranda no texto "A Outra Pequena Notável".
A OUTRA PEQUENA NOTAVEL
Por Thais Matarazzo
S. Paulo, 1º-10-2007
Publicado em 3/10/2007, pelo INOVE
“- Alô, alô, senhores ouvintes, a sua PRA-9, Rádio Mayrink Veiga, tem o prazer de anunciar mais uma audição com a ‘Pequena Notável’, Carmen Miranda...”. Era assim que nos idos anos 30, o locutor, ou melhor usando o termo da época o “speaker”, César Ladeira anunciava os cantores e cantoras ante ao microfone da referida emissora carioca.
Carmen Miranda juntamente com Francisco Alves foram os grandes azes do rádio brasileiro. Mais, naturalmente, tínhamos outros artistas que não deixavam por menos... Entre estes está Aurora Miranda, minha cantora preferida daquela época.
Em 1934, Carmen acompanhada pelo Bando da Lua, foram realizar uma temporada artística em Buenos Aires, atuaram na Rádio Belgrano, poderosa estação Argentina da época. Aurora, irmã de Carmen, ficou no Brasil e além de atuar no seu “quarto de hora” precisou substituir a mana; então o “speaker” César Ladeira (o maior locutor de rádio do Brasil), que adorava criar slogans para os cantores, anunciou: “- Alô, alô, srs. ouvintes agora ouviremos ‘a outra pequena notável’...”, e o slogan pegou, Aurora passou a ser conhecida como a “A outra pequena notável”.
Seu timbre de voz é mais romântico e suave, afinadíssima! Depois de Carmen foi à cantora que mais gravou discos no Brasil na década de 30. Seu primeiro disco saiu em junho de 1933, pela gravadora Odeon, com a marcha junina “Cai, cai, balão” (Assis Valente) e o samba “Toque de amor”, cantando em dueto com Francisco Alves, que se dispôs a gravar com a novata cantora. Aurora era uma promessa, irmã da inigualável Carmen Miranda! Não era qualquer uma!
Seu primeiro sucesso relativo aconteceria no carnaval do próximo ano com a marcha “Se a lua contasse” de Custódio Mesquita. Durante o período de 1935 a 1939, Aurora viajou artisticamente quatro vezes para Buenos Aires, acompanhada por Carmen e o Bando da Lua, sempre obtendo êxito.
As comparações eram inevitáveis, Aurora parecia não se importar com isso. Conformava-se em ser Aurora Miranda, a irmã da Carmen Miranda. De temperamento alegre e tímido Aurora fez o Brasil inteiro cantar o Rio de Janeiro como a “Cidade Maravilhosa”, marcha que o compositor André Filho deu a ela em fins de 1934. Ganhou o 2º lugar no concurso oficial de sambas e marchas do Rio de Janeiro em fevereiro de 1935.
Em abril de 1939 Carmen é convidada a ir para os Estados Unidos. Aceito o convite parte junto com o Bando da Lua para temporada de 16 meses. Aurora continuou sua carreira no Brasil, deixou a Rádio Mayrink Veiga e foi para a Rádio Tupi, também passou a cantar no lendário Casino da Urca. Neste ínterim, o cupido entra em cena e Aurora conheceu aquele que viria a ser seu futuro marido Gabriel Richaid.
O casamento se realiza em setembro de 1940, tendo como madrinha a irmã Carmen e o Dr. Paulo Machado de Carvalho, diretor da Rádio Record de S. Paulo, onde as irmãs costumavam fazer temporadas pré-carnavalescas. Como dizia o sábio jornalista Mauro Pires, Aurora se “aposentou pelo casamento”, deixou a carreira de lado, passando a cuidar do seu lar.
Em 1942, Aurora e seu marido vão ao encontro de Carmen e Dª. Maria Emília, a mãe, nos Estados Unidos, por influência de Carmem, ela passa a se apresentar em alguns night-clubs, e também faz pontas em alguns filmes, dentre todos, o que ela ganhou maior destaque foi em “Three Caballeros”, que no Brasil ganhou o título de “Você já foi a Bahia”, de 1945. Aurora aparece na famosa cena com o Pato Donald e Zé Carioca, cantando e dançando o samba “Os quindins de yayá” (Ary Barroso), a cena se passa na Bahia e ainda conta com a presença dos rapazes do Bando da Lua, tendo destaque para Aloísio de Oliveira (líder) e o violonista Zé Carioca, que inspirou Walt Disney a criar o personagem do papagaio homônimo.
Em fins de 1951, Aurora volta para o Brasil juntamente com seu marido Gabriel e com dois filhos que nasceram na Califórnia: Gabriel Jr. e Maria Paula. Volta a cantar por um tempo, grava alguns discos e abandona a carreira definitivamente. Com certeza Aurora deixou sua bela voz registrada na memória da música popular brasileira, nas mais de 150 gravações que fez.
Conheci Aurora Miranda no verão de 2001, no Rio de Janeiro, para mim foi uma enorme felicidade, pois como já relatei, é minha cantora preferida. Quando cheguei ao seu apartamento, no bairro do Leblon, acompanhada de minha mãe e irmã, Aurora estava sentadinha no sofá. Ela sorriu para nós três. Acho que pensou que minha mãe era sua fã. Então expliquei que no caso era eu mesma. Disse da minha admiração pela sua voz, por sua devoção com a irmã Carmen, etc. Ela ficou muito feliz, segurou a minha direita durante todo tempo em que ali permaneci; já não estava se lembrando muito das coisas e já não falava muito bem. Mais senti forte seu sentimento de gratidão, por ter se lembrado dela. Ela percebeu que também foi uma cantora muito importante e que tinha uma fã individual só para ela, não precisava dividir com Carmen...
Carminha, Thais e Cecília Miranda (sentada), irmã de Carmen e Aurora Miranda.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Jesy Barbosa, 20 Anos de Saudade
Seu pai, Luiz Barbosa (não confundir com o cantor) era poeta, tendo no violão um um camarada das madrugadas lyricas de rapaz, cheio de sonhos e de talento. Em uma época onde o instrumento não pertencia às rodas aristocráticas, o jovem apaixonou-se por uma moça da sociedade de Campos, Srta. Victoria Barbosa. Sentindo que era correspondido em seu amor, Luiz tratou de esconder da amada o violão. Noivaram e, quando ja estavam casados, foi tomado de grande surpresa ao ver entrar em sua casa um violão! Sua esposa, entre sorrisos, confessou que também tocava o instrumento e escondera esse detalhe como o noivo havia escondido sua predileção artística. Dessa união de grandes sensibilidades artísticas e o determinismo da belleza se affirmaria quando ao inicial-a a senhora sua mãe no manejo do violão, alcançaria dentro em pouco em o meio do Rio de Janeiro, as glórias de precursora da divulgação de nossos cantares regionaes atravéz do radio, cujos programmas eram recem irradiados.
Estudiosa, sem vaidade continuou progredindo sempre, e "Rainha da Canção" (sic) , proclamada em memorável pleito, cursava as aulas de canto com Madame Show, que a iniciou e a formou nessa arte.
Ao pedirem que lhes autografe a entrevista, com uma citação sobre ela própria, a cantora escreve:
"Quando nasci Fatalidade mandou que Tristeza me puzesse uma cantiga no coração" .
A primeira fotografia é a original que Jesy presenteou à redação da revista Phono-Arte, para divulgação de seus discos, em 1930. Hoje a foto e a revista são de propriedade de Nirez.
Nela, lê-se:
A Rainha da Canção Brasileira
Artista Victor
Jesy Barbosa
A segunda foto faz parte da matéria publicada na revista Vida Doméstica, de 1933. Também faz parte do Arquivo Nirez.
Pesquisa de MARCELO BONAVIDES.
IMPORTANTE!
Se você gostou das matérias e for copiá-las, FAVOR colocar o crédito das fotos e do texto, bem como o nome do pesquisador.
Obrigado.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
23 Anos sem Aracy Côrtes
Agradeço ao Acervo Nirez pela foto do Jornal do Brasil e ao meu amigo Carlos Branco que me ajudou na revisão.
A foto de Aracy jovem (aos 20 anos, em 1924) pertence à capa do livro "Aracy Côrtes - Linda Flor", de Roberto Ruiz, publicado em 1984 pela Funarte, em comemoração aos 80 anos de Aracy.
Pesquisa de MARCELO BONAVIDES.
IMPORTANTE!
Se você gostou das matérias e for copiá-las, FAVOR colocar o crédito das fotos e texto, bem como o nome do pesquisador. Obrigado.